24 - M•M

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Não é segredo para ninguém meu amor por ele, Henrique foi, é e sempre será o grande amor da minha vida. Não sei se o perdoei por tudo o que me disse na noite em que contei da minha gravidez, mas sei que não quero ficar sem ele. Vê-lo dormir tão tranquilo me traz uma paz imensurável, ele estava ali por mim, porque me ama.

Todavia era injusto vê-lo ficar livre para ficar comigo quando não sou totalmente sincera com ele, beijei seu rosto e sai da cama. Já havia se passado duas semanas desde o dia mais angustiante da minha vida, e durante essas duas semana ele estava ao meu lado, sem reclamar, sem se importar.

Livre. Ele estava livre.

Desci para a sala e vi a Maraisa deitada no sofá enquanto mexia no celular, ela havia passado todos aqueles dias na minha casa, bem... Juliano, Cris e Zé ficaram na casa do Ricelly, disseram que queriam ficar próximos para qualquer coisa que eu precisasse. Os amava de uma forma que não existia comparação.

Gostava daquela atenção.

Sorri quando a morena me encarou, ela parecia tão cansada e ao mesmo tempo tão relaxada. Um sorriso iluminou seu rosto e a mesma sentou-se dando dois tapinhas ao seu lado, caminhei até ela e sentei-me. Desde aquele dia, Maraisa tem sido gentil e amorosa, cuidadosa e paciente.

— Acho que chegou a hora dele saber... — falei baixo.

— Não, agora não meu amor —me puxou para um abraço. — Não acredito no que vou dizer isso, mas... Curte o momento, eu o conheço bem o suficiente pra saber que no momento em que souber irá te odiar.

— Isso não ajuda, Maraisa.

— Sei que não, mas essa é a realidade... Ninguém vai querer entender, ninguém vai conseguir digerir isso, eu ainda não entendo, mas sei que teve os seus motivos.

— Sim, motivos muito fortes.

— Não duvido, te conheço bem para saber que você só faria algo assim por algo muito forte, seja lá o que tenha acontecido, eu acho que irei te apoiar, me desculpa pelos meus surtos, mas o Henrique é o meu...

— Irmão — completo e ela sorrir concordando. — Entendo perfeitamente, assim como você, eu faria qualquer coisa por Juliano, brigaria com o mundo por ele.

— E tenho certeza que ele também faria isso por você — ela diz e me encara. — No entanto, não finja que você não sabe qual será a reação dele, Ju te ama mas o Henrique é o irmão dele, acha mesmo que ele vai engolir isso fácil?

Fechei os olhos e encostei minha cabeça em seu ombro.

Ela tinha razão, provavelmente ele me odiaria, provavelmente todos me virariam as costas. Murilo mesmo disse que isso aconteceria, mas nunca foi tão real.

— Depois você conta e cês decidem o que irão fazer, mas por hora... Só curte o Ricelly.

Concordei com a cabeça e deixei seu carinho me envolver. Desde aquele dia, tenho tomado um tal de calmante natural, isso tem me deixado muito relaxada, me fazendo dormir sempre que alguém me dedica um pouco de atenção. E não foi diferente, estava dormindo outra vez.

Quando acordei mais tarde naquele dia, estava em meu quarto e o Léo juntamente da Helena estavam me olhando com curiosidade. Todos os meus shows de novembro haviam sido cancelados, mesmo dizendo que estava tudo bem, Henrique estava com medo de me deixar entrar em um avião.

Não entendi muito bem qual era o problema que aquele avião que contratei tinha, mas sei que era grave. Grave ao ponto de assustar o Ricelly e dele não querer me deixar entrar num avião nem para o ir a Terra Prometida, porque sim, iríamos para sua casa e já não vamos mais.

Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora