Epílogo

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Dois Anos Depois

— Mamãe Vida? — levanto os olhos e encontro os pequenos e brilhantes olhos do meu filho. — Uau.

Sorri e caminhei até meu pequeno garotinho de quase seis anos, Léo me olhava com atenção e admiração, seu sorriso me deixava extremamente feliz, me agachei para ficar mais ou menos à sua altura e segurei suas pequenas mãos.

— Você está bonito — beijei rapidamente sua mãozinha direita, toquei seu rosto. — Você viu seu pai?

Seus olhos brilhavam, o sorriso em seus lábios deixava seu rosto ainda mais encantador, Léo era a cópia fiel do Ricelly e isso me quebrava. Podia passar horas e horas o olhando e admirando sua beleza estonteante, assim como fazia com seu pai.

Jesus Cristo, aquele homem é exatamente como o meu vinho predileto, quanto mais velho, mais gostoso. Lindo, charmoso, talentoso, sexy, cheiroso e muito o amor da minha vida.

— Os papais Ricelly e Murilo estão com o tio Júnior  — me olhava atentamente, Léo levantou a mão e levou até meu rosto. — Você tá tão linda mamãe, o papai Henrique vai ficar daquele jeito engraçado quando te ver bonita.

Acabei rindo.

— Que jeito é esse filho?

— Aquele da festa da Tomtom — diz como se estivesse lembrando do dia. — Ele ficou rindo como um bobo, igualzinho ao Miguel quando ganha um doce da tia Amanda.

— Vamos conversar, meu amor? Mamãe vai ter que viajar de novo com o papai.

— Eu sei, ouvi a tia Maiara falar pra tia Maraisa que vocês vão pra lua de mel, eu quero uma pra mim, a senhora trás? — prendi o riso.

Eu vou matar a Maiara.

— Trarei alguns presentes sim, querido. Mas não vamos para a lua de mel, meu amor.

— Não?

— Não, minha vida. Iremos para o Maranhão, vou te ligar todos os dias e você vai se comportar combinado?

— Combinado — diz sorrindo. — Mamãe Vida!

Desde que aprendeu a falar, Léo me chama assim, e isso me deixa tão boba, tão emocionada. Conforme meu menino vai crescendo, percebo a confusão em sua mente em relação a nossa família, sinto que vai se aproximando o momento de explicar o motivo de ter dois pais enquanto seus irmãos tem apenas um.

Quase todos, às vezes Alyssa chama o Henrique de pai também, mas tenho consciência de que é pelo fato de ver o Léo chamar, de ver Helena e Miguel o chamar assim. Na primeira vez que minha menina chamou o Ricelly de pai, ele a corrigiu dizendo que era seu tio, mas ainda assim nossa pequena insistiu em lhe chamar de pai.

Vale ressaltar e deixar muito claro que a primeira palavra dela foi referente ao meu marido, ou melhor, futuro marido. Lembro com perfeição e muito carinho do momento, ela chorava porque Helena estava nos braços do pai, e insistia em estender os bracinhos para ele, Henrique estava desesperado em vê-la chorar e não podia simplesmente soltar sua filha, o que era lógico para mim, mas para Alyssa não.

E então foi assim que ela berrou, da forma mais literal possível, o nome, ou quase isso, do Henrique.

Icelly — todos travaram na mesma hora.

Tio Silveira entrou no quarto, falando ou brigando com alguém por celular, no entanto parou de falar quando me viu ajoelhada no chão diante do meu filho, vi quando ele simplesmente desligou o aparelho e ficou os olhos em mim. Não sabia o que exatamente se passava em sua cabeça, mas vi um sorriso aparecer em seu rosto ao mesmo tempo em que vi uma lágrima descer por ele.

Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora