31 - M•M

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No momento em que entraram no carro e foram embora, olhei para Murilo que tinha um sorriso idiota no rosto, ele me puxou para perto e beijou rapidamente meus lábios arrancando um suspiro da minha mãe. Acabei rindo quando me afastei um pouco, olhei seus olhos que estavam brilhantes e passei a mão em seu rosto.

Estava feliz, não poderia ser menos que isso, desde que suspeitei da gravidez, meu coração já transbordava felicidade e amor, lógico que me sentia amedrontada… e se não fosse do Murilo? E se aquela noite que passei com Henrique tivesse resultado? Tinha esse medo, mas quando vi que era cerca de um a dois meses, fez meu corpo relaxar e meu coração bater normalmente outra vez.

Por mais que Henrique fosse um ótimo pai, por mais que o amasse com todas as minhas forças, ainda assim… ainda assim preferia o Murilo e por sorte era dele.

Minha mãe nos encarava com um sorriso, ela parecia feliz e ao mesmo tempo receosa, podia entender perfeitamente o que ela sentia, afinal… ela me conhecia bem demais para saber que por mais feliz que eu esteja, ainda não me sinto completa.

— Que história é essa de jantar? — Murilo é o primeiro a perguntar.

— No início era só pra irritar o Juliano, cês viram a cara dele? — perguntei rindo. — Queria que ele reagisse, que tentasse falar comigo, porque já tentei várias vezes.

— Marília, isso não é legal… cê tá pressionando ele — minha mãe disse.

— Não estou nada — dei de ombros e me sentei no sofá. — Mas agora realmente quero esse jantar com meus amigos e com — olhei para Murilo. — Seus pais, acha que eles podem vir?

— Oficializar o noivado? — minha mãe perguntou.

— Não quero noivar — falei e o moreno me encarou, dei duas batidinhas ao meu lado e logo ele sentou. — Quero me casar no final do próximo mês, sem enrolação, sem chances de voltar atrás…

Murilo me puxou para um beijo, mas foi impossível não rir quando escutei o suspiro da minha mãe. Nós nos afastamos rindo, ela sabia que se eu queria algo rápido era para não ter chance de desistir, e sinceramente? Desistir desse casamento não é uma opção.

— Eu topo casar com você até o final dessa semana, se esse for o seu desejo — disse beijando meu rosto.

— Ótimo, temos muito o que fazer até o final do mês que vem!

— O que querem para o jantar? — mamãe levantou do outro sofá e sorriu.

— Qualquer coisa — falei e desviei o olhar dela para o Huff. — Hoje eu só quero aproveitar e me divertir.

Ouvi uma risada e logo ficamos a sós na sala de visita, queria aproveitar ao máximo, mas precisávamos ligar para nossos amigos, estes que aceitaram no mesmo instante. Enquanto falava com Maraisa pude ouvir a voz de Maiara curiosa para saber com quem a irmã falava.

Maiara era outra que mal falava comigo. Um suspiro escapou por meus lábios e a vontade de chorar me consumiu, sempre tive a ilusão de que ela seria uma das minhas madrinhas de casamento e de que o Juliano seria um dos padrinhos. Mordi o lábio inferior e me despedi de Maraisa, mandei uma mensagem para Mohana para confirmar a sua presença, logo meus futuros sogros estariam ali conosco, assim como Bahia e meu tio, não abria mão da presença deles.

Passei o resto daquela tarde em meu quarto com Murilo, claro que chegou um momento em que ele precisou ir para casa se arrumar. Não esperei muito, também precisava de um banho e me preparar, era incrível ter um dia de domingo livre, era muito bom. Sem shows, sem pressão e sem a rotina cansativa, não estou reclamando dela, apenas contemplando a paz que aquele domingo me oferecia.

Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora