Marília finalmente se rendeu ao sono, contudo ainda abraçava meu corpo de forma possessiva e tenho certeza de que acordaria caso me levantasse, tia Ruth entrou no quarto e pegou Léo que também dormia, deixando claro que deveria aproveitar e descansar também. Não queria dormir e deixar minha menina daquele jeito, mesmo sabendo que ela mesma já dormia, mas ainda assim me parece um absurdo cogitar essa possibilidade.
A puxei para deitar em meu peito, beijei sua cabeça e continuei a fazer um cafuné em sua cabeça, senti seu braço me apertar um pouco e logo ela mexe a cabeça como se procurasse um pouco mais de conforto. Sorri quando Marília deitou praticamente todos o seu corpo em cima de mim, apertei sua cintura e ouvi um suspiro seu.
— Eu amo você, Henrique — sua voz saiu arrastada, parecia estar dormindo. — Amo muito mesmo.
— Também amo você Marília, amo tanto que não cabe em meu peito tanto amor — falei beijando sua cabeça.
O silêncio voltou a reinar, o conforto me atingiu e sem perceber... estava dormindo também.
A medida que meu corpo relaxava, mais me entregava aquele sono tão bom, não podia negar que me sentia confortável em poder estar dormindo ao lado dela, da minha Marília. Seu cheiro, seus abraços, sua presença... Tudo me deixava confortável e bem.
Acordei sentindo beijos sendo distribuídos por todo o meu rosto, sorri antes de abrir os olhos e me deparar com seus lindos olhos castanhos me olhando. Não demorei a perceber que não dormirmos muito, seus olhos ainda pareciam cansados, mas seu sorriso estava encantador.
— Amor o que eu disse sobre a gente dormir? — ela perguntou. — Eu quero ficar acordada aqui com você.
— Você estava cansada, meu bem — respondi tranquilo a puxando para deitar novamente. — Se sente melhor?
— Com você tudo melhora numa escala de cem por cento.
Ouvi sua risada baixa, apertei Marília em meus braços e beijei sua cabeça.
— Estou sendo egoísta em pedir que fique aqui?
— Estou sendo egoísta ficando aqui? — devolvi sua pergunta e ela levantou a cabeça para me encarar.
— Somos dois egoístas.
Levei minha mão até seu rosto e o acariciei, a Mendonça fechou os olhos sentindo meus dedos passearem por seu rosto, em um impulso troquei nossas posições tendo agora seu corpo abaixo do meu. Marília me olhava atenta, enquanto me concentrava em desenhar seu rosto, sentia a necessidade de ter cada detalhe gravado em minhas lembranças, eu somente a amava.
Quando a morena fechou os olhos mais uma vez, deslizei meus dedos até seus lábios, sem conseguir me segurar muito os circulei com as pontas dos dedos. Seus olhos voltaram a se abrir e me encarar com intensidade, sentia a necessidade de beija-la, contudo ouvi uma batida na porta e voltei ao meu lugar puxando a Mendonça mais uma vez para deitar em meu peito.
Outra batida e a porta se abriu revelando Juliano e Mohana, logo atrás deles pude vê os olhos de Murilo.
— Júnior — Marília levantou rápido e correu até ele entre tropeços. — Você.. você veio também.
— Claro que eu viria mana, como que cê tá? — a voz do meu irmão soou calma, mas eu tinha noção do quanto ele estava uma bagunça por dentro.
Mohana esperou pacientemente eles se afastarem para então se agarrar a sua amiga e cunhada, me sentei na cama e fiquei observando a cena. Eles eram tudo na minha vida, literalmente a minha vida.
Logo Murilo estava a puxando para um abraço, pude vê seus olhos derramarem algumas lágrimas, ele a amava e isto era muito visível. Mas são tão complicados quando ela e eu, senão pior. Voltamos a nos sentar, o pai do Léo sentou na cadeira giratória enquanto nós quatro sentavamos na cama.
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Ligação Covarde
FanfictionE se tudo em que você acredita fosse uma farsa? Bem, talvez no fundo, no fundo, você sabe bem o que acontece a sua volta. A pergunta é: está pronto para lidar com isso? Não, ninguém nunca está pronto para lidar com a verdade e foi por este motivo q...