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20:45 Tuesday May 07, 2019

— Ué, onde que cê vai? — perguntou sorridente quando entrou no quarto. — Tá bonito.

Seus olhos tinham um brilho único, seu sorriso era contagiante e todo o seu jeito era viciante, Marília era sem dúvida a mulher mais linda que já conheci em toda a minha vida. Ela era o amor da minha vida.

Contudo, a culpa de não estar em casa está me consumindo.

Quando meu irmão me ligo a menos de dez minutos, soube que estava fazendo a maior merda de toda a minha existência, nem Marília e nem Amanda mereciam aquilo, eu não merecia aquilo. Estava às traindo e me traindo, pois sabia que nem tão cedo pediria o divórcio a Amanda, e Marília contava com aquilo.

Ela se agarrava a qualquer que fosse a esperança de me ter por completo, enquanto a outra carregava parte de mim em seu ventre. Nunca me senti entre a cruz e a espada, mas aquele ditado servia perfeitamente. Me encontrava, agora, dividido… entre o amor da minha vida e a mãe da minha filha.

Uma que estava bem a minha frente e a outra que acabava de dar entrada no hospital com risco de vida.

— Amor, tá tudo bem? — Marília pergunta vindo ao meu encontro.

Todavia me afasto antes mesmo de sentir o calor de seu corpo, a culpa me corroía.

— Eu não posso. Não mais.

— Do que está falando, Ricelly? — confusão. Seus olhos transmitiam a mais 'perfeita' confusão.

— De nós dois, eu não posso Marília.

— Como assim não pode?

Engoli em seco.

— Não vê que está tudo errado?

— Vejo, claro que vejo… mas não entendo o motivo disso agora se foi você mesmo quem insistiu nisso.

— E sou eu quem está pondo um ponto final! — fui firme.

Não podia mais dá esperança de algo, me sentiria muito culpado se chegasse em casa e minha esposa ou minha filha não estivesse bem, pois enquanto estava me divertindo com Marília, elas estavam correndo risco de vida.

— Foi um erro — sussurrei.

— O que disse? — seus olhos lacrimejaram.

— Eu disse que isso foi um…

— Não fale assim comigo, Ricelly eu te amo e você sabe disso.

— Eu também amo você, mas não podemos… isso foi um erro.

Marília apenas assentiu com a cabeça e enxugou a única lágrima que derramou em minha presença, a vi pegar suas roupas que estavam espalhadas e entrar no banheiro. Por Deus, o que foi que eu fiz?

Não demorou para a loira sair do banheiro, sem olhar na minha cara ela pegou a sua bolsa e caminhou até a porta.

— Marília…

— Não quero vê você, não quero falar com você, não saber de você.

— Eu tenho os meus motivos.

— Foda-se você e os seus motivos, nunca na vida eu chamaria isso aqui de erro — me encarou. — Mesmo sabendo que estávamos fazendo as coisas erradas, nunca me atreveria chamar de erro o meu amor por você.

Dito isto, ela foi embora.

Dias atuais

Observei Marília e Murilo conversando com Maraisa na outra casa, quando tia Ruth falou para Luiza que a Lila estava na outra casa tendo uma conversa particular com a Isinha e o pai do Léo, não foi preciso ouvir mais nada para aguçar minha curiosidade sobre o tal assunto.

Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora