Acordei com alguém abrindo a porta e ligando a luz do quarto, o olhar confuso do Bahia me fez rir. Meu produtor encarava o meu melhor amigo que dormia profundamente ao meu lado, parece que alguém estava tão cansado quanto eu, sentei na cama e passei a mão no rosto do Juliano.
Amar esse ser humano foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, ele era simplesmente a minha base, meu alicerce e tudo o que não tive durante a infância ou início da minha adolescência. Meu primeiro melhor amigo, a primeira pessoa com quem pude contar de verdade depois da minha mãe e meu tio, ele era um mundo novo a se descobrir e o mundo mágico a viver.
Juliano Tchula era um irmão, era aquela pessoa que chega pra somar, sabe? Nunca me senti tão bem e segura como me sentia com ele, sabia todos os meus "podres" por assim dizer, conhecia as minhas melhores qualidades e principalmente todos os meus defeitos.
— Quando ele chegou aqui? — perguntou baixo.— Não sei, mas eu gostei dele ter vindo.
— Claro que gostou, olha só esse sorriso bobo! — comentou rindo. — Tá na hora de levantar, tomar um banho bem relaxante e se preparar para jantar.
— Que horas será o show?
— Onze e meia, são sete horas, precisa jantar e acho que conversar com ele, Juliano não viria de Goiânia até aqui por nada.
— Goiânia? — indaguei e o moreno suspirou. — Ele tava com o chará.
Voltei meu olhar para o homem que dormia ao meu lado e suspirei, Juliano era um bom amigo, mas acaba se desgastando muito para ajudar os outros. Henrique me ajudou a levantar e falou que iria fazer o pedido do meu jantar, assim como do Tchula.
Tentei imaginar o que faria Juliano ir procurar o Ricelly para logo depois vir me procurar, e então… como em um passe de mágica lembrei que ele fora o único amigo que não respondeu ao meu convite para padrinho. Suspirei e fui para o banheiro, sabia que a conversa seria longa e talvez intensa demais, precisava estar preparada psicologicamente e como consequência precisava estar preparada fisicamente também.
Depois de um banho quente e relaxante, sai do banheiro vestida em um vestidinho florido e confortável. Observei o meu amigo que parecia muito mais cansado do que costumo estar, ele ainda dormia e parecia muito confortável, contudo o café acabava de chegar e está grávida aqui além de estar faminta estava também bastante curiosa.
— Obrigada — agradeci ao entregador do hotel e puxei o carrinho para dentro do quarto.
Posicionei o carrinho de frente para a cama, arrumei o que precisava ser arrumado e sentei ao lado de Juliano. Não sei por quanto tempo fiquei o olhando sem me mexer, sem fazer barulho, sem fazer menção de acordá-lo.
— Eu sei que me ama, mas ficar me olhando assim é algo meio assustador.
— Cê me faz tanta falta tchulina…
— Cê me faz uma saudade danada Lila — me puxa para perto e me aperta em um abraço.
— Uai, eu não mesmo não, foi você quem decidiu tirar férias e nunca mais voltou… eu preciso de um amigo, sabia? — me aconcheguei em seus braços. — Preciso muito.
— E por que cê acha que sou aqui? — pergunto e beijou minha cabeça.
— Vem, vamos comer… Bahia pediu um jantar bem caprichado.
Juliano levantou quando me afastei, ele foi ao banheiro e logo voltou com os olhos mais atentos, parecia que agora tinha acordado de verdade.
— Soube que esteve com o Ricelly…
— Vamos comer primeiro, pode ser?
— Claro.
Depois de comermos, conversarmos sobre a minha gravidez, sobre como estava sendo reviver aquele momento e de falarmos sobre o quanto um faz muita falta para o outro, tentei fazê-lo prometer que nunca mais ficaria tanto tempo longe, contudo ele deixou claro que para prometer algo assim, precisávamos conversar sobre todas as minhas decisões.
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Ligação Covarde
FanfictionE se tudo em que você acredita fosse uma farsa? Bem, talvez no fundo, no fundo, você sabe bem o que acontece a sua volta. A pergunta é: está pronto para lidar com isso? Não, ninguém nunca está pronto para lidar com a verdade e foi por este motivo q...