Acabamos dormindo todos juntos, não exageramos na bebida, mas o cansaço prevaleceu e Amanda foi a primeira a dormir depois de umas boas taças de vinho. Fiquei a observando por um tempo antes de dormir, me perguntava o que uma mulher como ela fazia com um cara como eu.
Acho que todo mundo merece ser amado, mas comigo ela não encontrou a reciprocidade que procurava, contudo segue firme ao meu lado... Me dedicando o mais puro amor. Helena por sua vez não quis sair de perto da Lila, então acabou dormindo abraçada a ela.
Era lindo vê o amor que minha filha demonstrava sentir por Marília, era lindo também vê como Amanda não se importava com aquilo e demonstrava a mesma afeição e sentimento, elas amavam a Marília, eu amo a Marília. Na verdade seria uma missão difícil encontrar alguém que não a ame, ela traz luz, amor e alegria.
Fui o último a dormir e o primeiro a acordar, dormir nos colchões na sala era um tanto quanto desconfortável, uma vez que estavam todos juntos. Levantei em silêncio e fiquei observando a todos, chamei tia Ruth e avisei que precisava sair, iria aproveitar minha estadia em Goiânia para ir ver as gêmeas e ter uma conversa séria com uma delas.
Me arrumei, tomei café – por insistência da tia – e antes de todos acordarem sai. Precisava resolver o quanto antes essa situação da Marília e da Maraísa, sei que não devo me meter nos problemas delas, mas as duas não podem continuar assim.
Não demorou muito para estar batendo na porta delas, o que demorou foi ser recebido. A empregada da casa estava incerta em me deixar subir para o quarto da morena, contudo consegui convencer a mulher de que realmente era importante e de que não deixava de ser uma surpresa, pedi também para que ela não comentasse com a Maiara de que estava ali, pois depois de conversar com a Isinha iria encontrar a ruiva.
Entrei em silêncio no quarto da morena, ela dormia tranquilamente, mas a conheço muito bem para perceber que chorou muito antes de dormir. Suspirei e caminhei para a janela, abri as cortinas e o sol foi direto em seu rosto.
— Fecha isso Maiara — disse irritada, mas de olhos fechados.
Sorri negando e cruzei os braços a olhando.
— Não sou a Maiara, e não vou fechar nada — falei e ela abriu os olhos rapidamente.
— Henrique — Maraísa pulou da cama e se jogou nos meus braços. — O que faz aqui?
— Tava com saudade das minhas maninhas — a apertei no abraço. — Por que, não pode?
— Pode! — disse rindo e se afastou voltando a se sentar. — Claro que pode. Meu Deus, que saudade, Maiara já te viu?
— Não! Vim aqui te acordar primeiro — fui sincero.
Sentei ao seu lado na cama e engatamos uma conversa tranquila, cheia de saudade e recheada de muitas novidades. A morena não poupava nada, contava tudo o que rolava na vida dela, dizia o quanto sentia saudade dos palcos, do que aconteceu para terminar o namoro com o Fabrício, contava tudo.
Maraisa parecia feliz, estava boba com minha visita então decidi que precisava vistar mais vezes a minha menina. Ela sorria e as vezes apenas ficava me encarando.
— Mano, sério...não acredito que cê tá aqui!
— Desculpa minha ausência viu? — a puxei para mais um abraço e ficamos assim por longos segundos.
Não sabia como iniciar a conversa, mas sabia que quando ela estivesse pronta ela mesma iria tocar no assunto, então resolvi deixar fluir. Meu coração se aqueceu ao notar o quão empolgada ela estava, contudo senti a culpa me corroer, a ideia original era vir para o aniversário da Mendonça, não de falto a encontra, isso só foi acrescentado.
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Ligação Covarde
FanfictionE se tudo em que você acredita fosse uma farsa? Bem, talvez no fundo, no fundo, você sabe bem o que acontece a sua volta. A pergunta é: está pronto para lidar com isso? Não, ninguém nunca está pronto para lidar com a verdade e foi por este motivo q...