Ricelly Henrique:
— Oi Ju – ela sorriu levantando.
Meu irmão que a olhava com uma expressão neutra, suspirou e logo abriu um sorriso. Juliano abriu os braços e ela correu para o abraçar, foi impossível segurar o suspiro de alívio quando eles se abraçaram.
O silêncio tomou conta da sala quando eles se abraçaram, pareciam estar em outro mundo, senti um pouco de inveja. Eles tinham uma conexão de outro nível, mesmo com raiva um do outro, eram capazes de esquecerem qualquer coisa apenas para ficarem assim.... Abraçados e juntos.
Sempre desejei ter com ela o que eles tem, companheirismo, amizade e compreensão acima de qualquer coisa. Olhei para eles com tanta admiração, tanto carinho... Os amava de uma forma que palavra nenhuma poderia ser o bastante para explicar, dizer que os amo daqui até o céu indo e voltando mil vezes ainda me parece pouco.
Fechei os olhos e acabei lembrando do nosso beijo mais cedo, realmente não repetimos e nem falamos sobre, só não podia e nem iria acontecer outra vez. Mas era óbvio que eu gostei e se pudesse repetiria sem me importar, contudo não posso voltar a fazer isso com Amanda, ela tem sido uma pessoa maravilhosa e não merece todo esse desrespeito.
E mesmo que odeie pensar assim, Murilo também não merece.
Nunca fui a pessoa que gosta de trair, acho que se o relacionamento não está dando certo, termina primeiro. Não precisa trair, acho que nunca vou entender a pessoa que diz amar e ao mesmo tempo coloca gaia. Sem justificativa.
Passei a odiar isso quando cometi a burrada de trair o amor da minha vida, não era um relacionamento sério, não estávamos juntos pra valer... A dor nos olhos da Marília me desmontou, não nego que sou ciumento, não suportava vê-la com outros homens, mas acabei pisando na bola e a trai.
Desde então, acho ser muito otário quem perde um amor por uma diversão, uma vida por um momento. Eu perdi, porque daquele dia em diante ela nunca mais confiou em mim.
— HENRIQUE – Edson gritou meu nome me assustando. — Onde que cê tava?
— Tô aqui ué – dei de ombros.
— Mas não tava mesmo – Marília sentou ao meu lado e colocou a mão em minha testa. — Você estava em qualquer lugar, menos aqui!
— Só estava pensando...
— Como você está, Nim? – Ju se agachou a minha frente e pegou uma de minhas mãos.
— Eu tô bem, a loira cuidou muito bem de mim – disse rindo. — Ela cozinhou, cê acredita?
Juliano me encarou como se fosse um louco, depois riu negando.
— Com certeza foi um delírio – disse ele rindo. — Marília num frita nem um ovo, que dirá cozinhar?
— Ei – ela protestou batendo em sua cabeça.
— Fala sério Lila, cê não sabe cozinhar...
— Mas cozinhei – cruzou os braços fazendo bico. — Poxa, não desacredita de mim não manim..
— Já pode casar – brincou.
— Se você acha que vou pra beira do fogão cozinhar pra macho escroto, está enganado – ela sorriu com deboche e neguei rindo.
Iniciamos uma conversa empolgante, Marília parecia feliz e confortável, era bom estarmos os três assim.
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Lar doce lar – foi a primeira coisa que pensei quando pisei na fazenda.
Olhei para todo o lugar e me senti em casa, não que passar uns dias na minha casa em Goiânia tivesse sido de todo ruim, não foi. Mas nada melhor do que estar em casa, certo?
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Ligação Covarde
FanfictionE se tudo em que você acredita fosse uma farsa? Bem, talvez no fundo, no fundo, você sabe bem o que acontece a sua volta. A pergunta é: está pronto para lidar com isso? Não, ninguém nunca está pronto para lidar com a verdade e foi por este motivo q...