ꕥ Capítulo 37 ꕥ

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Annabelle Narrando

Eu havia me assustado ao ver aquela pessoa dentro do meu quarto e próxima a janela e foi graças a janela aberta e a luz dos postes que vinham de lá de fora que consegui ver essa pessoa de costas e o que essa pessoa vestia.

Dei um passo a frente entrando dentro do meu quarto pois a pessoa continuava na mesma posição. Essa pessoa se virou lentamente e eu franzi as sobrancelhas, quando essa pessoa se virou para me olhar eu fiquei mais confusa ainda.

— Mamãe?

— Quem mais seria? — Ela sorriu e em seguida deu uma voltinha e eu acendi a luz do quarto. — Chegou cedo.

Olhei para a minha mãe que além de usar um sobretudo preto, usava também luvas pretas, assim como uma calça, blusa, chapéu e sapatos da mesma que as luvas e o sobretudo.

— Eu disse que não iria demorar — Digo e olho confusa para ela. — Por que está vestida assim?

— Mudar o visual faz bem — Ela disse caminhando na minha direção em passos lentos e quando a mesma tocou no meu rosto, senti uma sensação estranha e toquei na mão dela. — O que foi Belle?

— Nada — Digo e olho para ela. — Você vai sair com as suas colegas vestida... an... assim?

Ela acariciou o meu rosto e deu um sorriso fechado.

— Vou sim — Ela afastou sua mão do meu rosto. — Elas decidiram ir a uma festa a fantasia e como eu não comprei nenhuma fantasia e nem estava afim de comprar... irei assim. — Ela tirou o chapéu preto da cabeça e mexeu nos seus cabelos longos.

— Ah sim... você está linda, apesar de ter me assustado assim que eu abri a porta do meu quarto — Digo olhando para ela que em seguida se senta na minha cama. — O que procurava? — Pergunto olhando desconfiada para ela e a mesma me olha na mesma hora.

— Mais que pergunta é essa agora? Não posso mais entrar no seu quarto?

— Não é isso, eu só estranhei chegar e te encontrar aqui. — Digo me aproximando dela e ela solta um suspiro.

— Vim aqui porque me lembro de Trovão... — Ela passa a mão na minha cama. — Ele gostava de passar mais tempo aqui não era mesmo?

— Era sim... — Volto a me lembrar do meu cachorro e minha mãe me olha.

— Vem cá — Ela me puxa para um abraço e beija o topo da minha cabeça. —  Você quer... outro?

— Não, não mamãe... não quero ter mais cachorro. — Digo com a cabeça encostada no seu ombro e escuto o celular dela tocar.

Me afasto um pouco dela e vejo ela pegar o celular do bolso da calça e em seguida olhar para a tela.

— Tenho que ir Belle, eu já deveria ter saído de casa — Ela disse se levantando da minha cama. — Você vai ficar bem?

— Vou sim, não se preocupe comigo. — Digo vendo a mesma dar um sorriso fechado e caminhar na direção da porta do meu quarto. — Ah mamãe... não exagera na bebida.

— Não irei exagerar.

— Ah e antes que a senhora vá, encontrou a dona da boneca?

— Ah sim, encontrei. Ela mora em uma casa de cor amarela aqui na rua.

— E... a boneca tinha nome? — Pergunto e minha mãe franze as sobrancelhas.

— Por que quer saber se a boneca tem um nome? — Ela perguntou e escutei o som de trovões lá fora, provavelmente iria começar a chover.

Arriscar-seOnde histórias criam vida. Descubra agora