ꕥ O passado de Raquel ꕥ

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Autora Narrando

O balanço...

Era tão divertido para Raquel se sentar no balanço e ficar ali enquanto o tempo passava e ela se balançava. Os cabelos longos da garota iam para frente quando o balanço a levava para frente, e quando o balanço ia para trás, os cabelos longos e castanhos dela iam para trás também.

Ela sorria se divertindo e lembrando de quando o pai a empurrava no balanço.

— Raquelzinha! Meu Deus menina, quer me matar de susto? Pensei que tivesse fugido. — Uma das empregadas, Aveline, apareceu indo até a garota de apenas sete anos que parou de se balançar quando escutou a voz da mulher.

O balanço havia sido feito em um tronco de uma árvore. O pai de Raquel que havia feito para ela quando a garota completou três anos de idade.
Ficava em um pequeno espaço por trás de sua casa e quando a garota queria se distrair, corria para o balanço.

— A mamãe chegou? — Raquel perguntou parando de se balançar e Aveline se aproximou da garota, um pouco ofegante, ficando evidente que havia corrido e procurado Raquel por toda a parte da casa mas havia se esquecido de verificar aquele pequeno espaço que a garota gostava de ficar.

— Chegou... mas não chegou sozinha.

Raquel desceu do balanço e olhou confusa para a empregada.
Mas, para Raquel a Aveline era mais do que uma empregada para ela, ela considerava Aveline como uma grande amiga.

— Não? AH! JÁ SEI, JÁ SEI! É o papai? Ele voltou? — A garota perguntou animada e Aveline sorriu com pesar.

— Oh minha Raquelzinha, seu papai está no céu.

— Ah... eu tinha esquecido. — Raquel soltou um suspiro e olhou para o céu que estava azulado e com poucas nuvens.

— Mas ele também está aqui — Aveline apoiou sua mão no peito da garota. — Ele nunca vai deixar você minha Raquelzinha, acredite em mim. Agora vamos que... a sua mãe quer apresentar você a alguém.

Aveline pegou na mão da garota e a guiou para dentro da casa, a levando para a cozinha que era onde se encontrava a mãe da Raquel e um homem desconhecido para a empregada e também para a pequena Raquel.

A garota abraçou a mãe e fechou os olhos, estava com saudades e só tinha visto a mãe de manhã. Ela havia chegado da escola mas a mãe não estava em casa, só havia chegado agora e com um homem desconhecido.

A garota abriu os olhos por sentir que já estava sendo observada e olhou para o homem que estava no canto da cozinha, olhando para ela.

— Quem é esse mamãe?

— Ah esse é o Hugo. Lembra quando eu te disse que você poderia ter um novo papai? — A mãe de Raquel perguntou se afastando do abraço da filha e Raquel a olhou.

— Lembro...

— Então, o Hugo será o seu novo pai.

— Não quero ele, eu quero o meu pai de verdade. — Raquel disse e direcionou o olhar para o homem que havia ficado cabisbaixo.

— Meu amor não é assim que s

— Tudo bem Lila, é normal que ela tenha essa reação. — Hugo disse erguendo um pouco a cabeça para olhar para Lila que ainda olhava preocupada para a filha.

— Não quero que trate Hugo mal Raquel, não foi essa a educação que eu te dei. — Lila avisou e Raquel continuava encarando o homem.

Raquel sentia que aquele homem não era bom para a sua mãe e nem mesmo para ela, não aceitaria aquele homem como pai. Seu único pai havia sido Richard e mesmo que não estivesse mais ao seu lado, continuaria no seu coração, assim como a empregada Aveline disse.

Arriscar-seOnde histórias criam vida. Descubra agora