ꕥ Capítulo 5 ꕥ

437 21 103
                                    

Annabelle Narrando

Não sei exatamente o que estou procurando, mas andar no corredor de madrugada nunca foi uma boa ideia. Caminhei em passos lentos até a porta de um quarto que me pareceu familiar, me aproximei da porta e a mesma se abriu sozinha.

Forcei um pouco a vista e não acreditei no que meus olhos estavam vendo.

— Annabel? — Entrei dentro do quarto e caminhei na direção de minha irmã que estava perto da janela, de costas para mim. Ela parecia observar algo lá embaixo. — Anna?

Ela me olhou e deu um sorriso fraco, seu rosto estava pálido e seus cabelos estavam soltos, ela vestia um top preto e uma calça legging da mesma cor do top. A mesma roupa em que a vi vestida pela última vez há alguns anos atrás.

— Belle... — Ela colocou as mãos nos meus ombros e eu senti vontade de chorar por vê-la ali na minha frente. — Precisa ficar atenta, ela está próxima.

— Atenta ao que minha irmã? Quem está próxima? — Pergunto confusa e a mesma olha assustada na direção da porta que eu deixei aberta.

— Ela já está aqui. — Notei que minha irmã parecia assustada, muito assustada. Ela logo me empurrou e eu bati com as costas na parede. — Vá embora Belle, ela vai querer matar você também.

Me afastei da parede e olhei na direção da porta, vendo no corredor um pouco escuro, a silhueta de uma mulher que caminhava em passos lentos e não demoraria para que ela chegasse aqui nesse quarto.
Acordei assustada praticamente dando um pulo da cama e eu estava com a respiração acelerada, fechei os olhos e apoiei minhas mãos no rosto, mais que pesadelo.

Afastei minhas mãos do rosto e peguei meu celular que estava perto do travesseiro, olhei a hora e já eram 04:26 da madrugada. Liguei a lanterna do celular e olhei para o Trovão que estava dormindo perto dos meus pés, conversamos tanto ontem quando minha mãe saiu para ir resolver as coisas do meu avô.

Contei tudo para ele sobre mim, mas não consegui fazer ele me contar sobre a irmã dele. Mas creio que ainda irei descobrir através dele mesmo, o que rolou.

— Trovão? — Chamo por ele vendo o mesmo dormir tranquilo em cima do meu edredom. É melhor eu não acordá-lo, ele deve está cansado.

— Eu estou acordado desde que você praticamente pulou da cama assustada. — Ele disse ainda de olhos fechados e eu rir de canto. — O que houve?

— Eu tive um sonho... minha irmã estava nesse sonho. Foi tudo tão estranho, estávamos na casa em que morávamos em New Orleans.

— Você sonha com a sua irmã com frequência? — Ele perguntou ainda de olhos fechados e eu soltei um suspiro.

— Na verdade não, faz anos que não sonho com ela. A última vez em que sonhei com ela, foi dois dias depois da morte dela e não foi um sonho bom. Me lembro porque tive que ir dormir com minha mãe... e esse sonho de agora também não foi bom. Ela me pedia para ficar atenta e que... ela está próxima.

Trovão abriu os olhos e levantou o cabeça para me olhar.

— Ela se referia a ela mesma?

— Não, se referia a outra pessoa. E no final do sonho eu via a silhueta de uma mulher no escuro do corredor, não estava tão escuro, por isso eu conseguia ver e...

— E então acordou assustada. Annabelle, começo a suspeitar que sua irmã não cometeu suicídio.

— Mas ela se suicidou mesmo Trovão. Eu te contei ontem a história toda, eu e meu irmão saímos naquela tarde e minha mãe também saiu, ela foi fazer compras e todos nós demoramos fora de casa e Annabel ficou sozinha. — Digo e vejo Trovão abrir a boca, como se estivesse ainda com sono.

Arriscar-seOnde histórias criam vida. Descubra agora