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~ 𝒯𝑜𝓂𝒶́𝓈 ~

Acordo na manhã seguinte com o toque do meu telemóvel. A Catarina continua a dormir abraçada a mim e parece não se aperceber, mas o Diogo que já está no berço começa a mexer-se então apresso-me a atender antes que ele acorde.

- Sim? - Resmungo ainda sonolento.

- Olá papá. - Ouço a voz da Beatriz e logo me sinto melhor e mais desperto.

- Olá meu amor. - Digo baixo para não acordar nenhum dos dois enquanto me desenvencilho dos braços da Catarina.

- A bobó deixou eu facer um bolo pala lebar à mamã hoje. - Ela conta animada. - E eu quelo bolo de cenola mas eu não sei facer.

Saio do quarto em silêncio e sento-me no sofá da sala.

- A avó não sabe a receita? - Pergunto.

- Sabe, mas eu quelo o teu. - Ela diz manhosa, fazendo-me sorrir.

- Vai buscar o iPad e liga para o pai por lá então. - Explico.

Não demora um minuto para eu receber a chamada de vídeo e apresso-me em aceitá-la. Mal o faço, o rosto sorridente da Beatriz aparece no ecrã do meu telemóvel e logo sorrio em resposta.

- Pede à avó para colocar o iPad na mesa de forma a que eu consiga ver-te e vamos começar. - Instruo.

A Beatriz atende ao meu pedido e meia hora depois, depois de muitas gargalhadas, o bolo está no forno e ela está feliz.

- Pronto filha, agora é só esperar. - Digo sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

- E depois bamos lebar à mamã. - Ela diz animada e levanta os braços em comemoração.

- Eu ouvi alguém dizer mamã? - Ouço a Catarina dizer e logo a vejo entrar na sala, ainda com cara de sono.

- Fui eu mamã. - A Beatriz diz agitada e agarra no iPad, como se isso pudesse deixá-la mais próxima da mãe. - Onde estás mamã?

- Aqui. - A Catarina responde novamente enquanto se senta ao meu lado no sofá e olha o telemóvel. - Bom dia, filha.

- Olá mamã. - Ela diz sorridente.

Observo a Catarina e percebo que luta para conter as lágrimas de alívio.

- Vens visitar a mãe hoje? - Ela pergunta quando se recupera e a pequena assente freneticamente.

- Sim! E a mamã bai ter uma supesa.

- Uma surpresa? - A Catarina pergunta dramática, o que faz a Beatriz gargalhar. - Então talvez seja melhor eu ir tomar um banho e ficar bonita para receber a surpresa.

- É melhor, a Beatriz também tem de tomar banho antes de ir. Não é, pequena? - A minha mãe diz enquanto aparece no ecrã.

- É melhor mesmo. - Concordo. - Vemo-nos daqui a pouco, bebé. Adeus, Beatriz.

- Adeus, papá! Adeus, mamã.

Espero que a Catarina se despeça também e desligo a chamada.

- Nem parecia a mesma de ontem. - Ela comenta admirada e eu concordo.

- Há dias menos bons, não significa que ela vai estar sempre mal. - Comento enquanto pouso o telemóvel e, agora com a mão livre, abraço a Catarina contra mim. - Estás melhor, mamã?

- Hm hm. - Ela murmura manhosa e abraça o meu corpo de volta, de olhos fechados.

- Volta para a cama. - Sugiro. - Ainda demora para o Diogo acordar, dorme mais um pouco.

De Volta A CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora