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~ 𝒯𝑜𝓂𝒶́𝓈 ~

Vejo os olhos da Catarina encherem-se de lágrimas e o meu coração aperta, para logo depois relaxar quando no seu rosto se abre um sorriso radiante.

- Eu ouvi bem? - Ela sussurra emocionada.

- Qual das partes? - Brinco enquanto me mexo lentamente. Até me sinto mal por estragar a emoção do momento, mas não aguento mais tempo parado dentro dela.

- A última parte. - A Catarina diz ainda sorridente. - Repete!

Seguro-a contra mim, para que possa ser eu a comandar os movimentos e começo a mexer-me mais rápido, enquanto a provoco.

- A minha memória não é boa. Foi a parte em que eu disse que ia ficar assustado? - Questiono antes de beijar-lhe a têmpora. - Ou a que eu disse que ia ficar feliz?

- Tu sabes que não. - Ela resmunga divertida.

Tento intensificar os movimentos, mas quando percebo que não vou conseguir sem me apoiar, inverto as posições e deito-a ao longo do sofá, colocando-me entre as pernas dela. 

- Então? Foi quando eu disse que te amo? - Pergunto com o olhar fixo no dela e os nossos narizes a milímetros de distância. - Que és a mulher que eu amo? A mulher da minha vida?

Apoio o braço bom para me dar estabilidade e deixo o outro encostado no sofá da melhor forma que consigo. A Catarina não responde, só me olha, novamente emocionada, e eu retribuo a emoção com o meu corpo. Volto a penetrá-la sem nunca desfazer o contacto visual e aumento o ritmo das estocadas. 

- És o amor da minha vida. - Digo antes de beijá-la. - E eu espero que sejas o amor para a minha vida também.

Recordo uma conversa que tivemos há tempos quando ela leu nalgum blog que existem dois tipos de amor. O amor da vida que é o ponto fraco da pessoa, alguém que nos faz sentir como mais ninguém faz, por quem somos perdidamente apaixonados, mas que faz mal, adoece e nunca dará certo. E o amor para a vida que é aquele com quem vamos ficar, que pode não ser tão arrebatador como o anterior mas que nos faz bem e dá certo, traz a estabilidade que precisamos num parceiro. 

Quando a Catarina me falou sobre isso, eu achei que era besteira. Mas a verdade é que durante o tempo que estivemos separados eu pensei muito nessa teoria. Convenci-me a mim mesmo que ela era o amor da minha vida, mas nunca consegui aceitar que estaria por aí o amor para a minha vida. 

E agora percebo o porquê. Não existe outra pessoa para preencher esse lugar. Mesmo achando a teoria muito filosófica, voltei a achar que não passa disso mesmo, uma teoria. 

Eu tenho o amor da minha vida e o amor para a minha vida na mesma pessoa e não poderia estar mais grato por isso.

Vejo uma pequena lágrima escapar do olho da Catarina e apresso-me a capturá-la com os meus lábios. 

- Não quero que chores. - Sussurro. - Quero-te feliz.

- Eu estou feliz. - Ela sussurra com dificuldade e puxa o meu rosto para perto do dela novamente. - Diz de novo. 

- Que eu te amo? - Digo antes de beijá-la. - Quantas vezes tu quiseres. Eu amo-te. Eu amo-te. Eu amo-te. 

Continuo a dizê-lo a cada estocada, como um mantra, e a emoção nos olhos da Catarina é o combustível necessário para eu não parar. 

- Eu amo-te tanto. - Digo uma vez mais antes de ouvir um barulho e paro de me mexer. 

- Continua. - Ela pede extasiada, já com a mão no clitóris.

- Espera. - Digo atento aos barulhos e amaldiço-o quando no segundo a seguir a campaínha toca. 

- Ah não... - A Catarina choraminga, inconformada. - Mais um pouquinho só. 

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