É estranho estar em um lugar tão calmo como esse. A dias me encontro em uma praia, a onde eu revivo todas as minhas memórias boas e ruins, no começo estava gostando, mais agora estou sentindo falta de casa.
É apenas mais um dia em uma praia vazia, com lembranças ao meu redor, está começando a ser pertubar esse lugar.
Mais sentia que não ficaria por muito tempo naquele lugar. Sentada de baixo de um pé de coqueiro, observo o mar calmo, escuto uma voz familiar que me faz sentir saudades e meu peito dor. Eu queria voltar para casa, já não suportava aquele lugar, foi quando senti uma enorme onda de frio contra mim, misturado com um sono pesado, minhas vistas escureceram.
∴━━━Outro dia━━━∴
∴━━━6:00━━━∴Me lembro de ter acordado, mais acabei dormindo novamente e se aconteceu algo depois disso não me recordo. Sinto meu corpo dolorido e fraco, tento me mexer mais não tenho forças suficiente, de vagar abro meus olhos, vendo apenas um teto branco, não avia muito barulho no ambiente, apenas alguns passos talvez em algum corredor ou no mesmo ambiente que eu estava, sinto minha boca ressecada e ferida, meu corpo todo está fraco e me causando muita dor, tento falar mais não conseguia, minha única opção era olhar para aquele teto branco sem vida.
Depois de alguns minutos acordada encarando aquele tetos branco, senti presença de mais alguém, sua mão segurou a minha como se quisesse me falar algo apenas com o toque, de vagar me viro para o rumo que a pessoa estaria e foi aí que tive a maior surpresa da minha vida.
Carina: - may...- minhas palavras não saindo por nada, eu estava entrando em pânico.
Maya: - calma, são efeitos colaterais, não precisa entrar em pânico sua voz vai voltar, eu já volta- ela simplesmente beijou minha testa e saiu, não estou entendendo o que está acontecendo, por que estou em um hospital?- vou te sentar, pra te dar água, calma- senti a cama mexer, levantando e deixando minhas costas reta- bebi- minhas lembranças fazem flashback em minha mente, viro a cara- amor por favor, bebi água- não falo por que eu realmente não consegui- tá eu sei, você tem todo o direito de estar chateada ou com raiva, consegui fazer uma merda pior do que a outra e provavelmente quando você sair daqui não queria nem olhar na minha cara, eu sei disso, mais foi eu que fiquei daqui durante todos esses dias, não por que eu não tive outra opção e sim por que senti que era eu que deveria estar aqui e não sua mãe, se não fosse eu você nem estaria aqui, eu sei disso, mais eu não posso voltar no passado, mais posso mudar o futuro, então mesmo que esteja me odiando nesse momento, tome a água, só te peço isso- como não tinha outra opção, acabei tomando quase toda a água, odeio canudo mais naquela situação me serviu- consegue falar agora?
Carina: - tá fazendo o que aqui? Não tá cuidando da Layla por que? Aliás, você não tinha uma vida mais importante não?- sério eu sei que não estou bem de saúde e nem tenho forças para brigar com alguém, mais não me segurei.
Maya: - Cary por favor, se controla, você ainda não tá sem porcento recuperada- dava para ver em seu rosto que estava cansada, com olheiras enormes, isso me doeu, eu me culpava por ter chegado a essa situação.
Carina: - quem se importa? Por que não vai embora? Nem precisava ficar aqui, depois de tudo se importa? Tá na cara que você não queria tá aqui, vai embora Maya, aproveita e leva minhas coisas pra casa da minha mãe- seus olhos se encheram de lágrimas.
Maya: - você só tá no momento de raiva, não quis falar isso...- eu estava segurando minhas lágrimas, mais não suportava a ideia que depois de tudo ela estava se lamentando.
Carina: - por favor vai embora, chama minha mãe ou minha irmã, mais por favor...- minhas lágrimas caírem ao lembrar dos nossos bons momentos- vai embora, eu só te peço isso, vai embora...- sentindo meu estômago revirar, meu corpo se encher de dor, minha mente estava a milhão.
Maya: - tudo bem...- ela deixou o copo em cima de uma mesa perto da cama, pegou sua bolsa e saiu do quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos, dores e mágoas, eu só gostaria de não ter alma nesse momento, não queria estar sentindo a dor que estou sentindo nesse exato momento, alguém me tira daqui, eu não consigo aguentar tanta sensação ruim ao mesmo tempo.
Não seguia respirar por nada, meus peitos começaram a doer, minhas mãos tremiam feito vara verde, minha mente trazia todas a lembranças possíveis de volta, eu não queria mandar ela ir embora, eu precisava dela, da sua presença, do seu carinho, mais meu orgulho falou tão mais alto que fiz a maior burrada da minha vida.
Vinte minutos depois que mandei a mulher da minha vida ir embora, minha irmã chegou, não queria ela e nem minha mãe, eu precisava da Maya de volta...
Naty: - oiee...- ela se aproximou da cama e segurou minha mão com cuidado- como você tá? Algum médico já sabe que você acordou?
Carina: - não sei...- eu não queria conversar, eu precisava dela e não conversar com alguém.
Naty: - mana, eu sei que está em uma situação complicada, mais você não vai sair dessa sozinha, tem que entender que precisa da nossa ajuda.
Carina: - eu a mandei embora... Mesmo querendo e precisando dela, mais eu não entendo por que fiz isso... Naty e se eu não for a mesma? E se eu acabei me matando sem intenção e se eu não conseguir ser a mãe que minha filha precisa? Naty e se eu me tornei um monstro por completo?- novamente minhas lágrimas caíram sem minha permissão, eu só queria sair daquele lugar, eu queria ver minha pequena, precisava da minha vida de volta, mais e se eu não conseguisse? Não sei o que fazer.
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Uma Segunda Chance De Amar
PoetryGoiânia é uma grande cidade, onde Carina e Maya cresceram como irmãs, porém não com aquela relação de poderem ser bem próximas, e com isso acabou que Maya e Naty viraram melhores amigas. Carina é uma mulher intersexo, tem 21 anos de idade, da aula d...