Uma Segunda Chance De Amar

34- Maya

Passamos um tempo com minha sogra, já que Layla quase não ficava com ela. Carina ainda estava estranha, apesar de eu estar cansada dessas situações desnecessárias, eu prefiro recomeçar trinta vezes com ela do que ter que começar com outra pessoa. Além de tudo, tenho uma filha ágora, não seria apenas recomeçar com outra pessoa e sim saber escolher a pessoa que aceitaria minha filha e eu.

Sei que parece que estou sendo idiota, mais se não viu confiar nela em quem mais irei confiar? E se ela está procurando outra pessoa para matar seus desejos, paciência, mais uma hora isso vem à tona, mais o que não consegui entender é que, se tem outra pessoa, por que ainda me olha com tanto amor, por que ainda me trata como uma peça rara de uma coleção? Como alho que não se livraria tão fácil? É isso que não consigo compreender, se ter outra pessoa, por que ainda ficar por perto? Sei que temos uma filha, mais era só entrar na justiça e pedir a guardar e Carina tem dinheiro o suficiente para isso, por que sem se redimir? Por que tentar me entender depois de tudo? Não dá para acreditar nas minhas paranoias sem pensar nisso.

São seis da noite e estou deitada em nossa cama enquanto leio o livro preferido dela, não sei por que me interessei, achei ele dentro de sua gaveta do criado mudo, li o prólogo e achei interessante. Enquanto estou focada no capítulo 10 do pequeno livro, sinto alguém sentar ao meu lado na cama, fecho o livro e coloco no criado mudo, tirando meus olhos de descanso olho para ela.

Carina: - ela dormiu, resolvi parar de fugi e tentar conversar um pouco com você...- ela chegou mais perto de mim, cruzando suas pernas se ajeitou na cama.

Maya: - sobre o que quer conversar? Não precisa ter mais de conversa comigo, não quero que sejamos o que fomos no passado, queira que sejamos melhor, quero que seja minha melhor amiga e não uma desconhecida que dorme na mesma cama que eu, volte a ser a mulher pela qual me apaixonei e que me fez acreditar no amor novamente- vi seus olhos se encheram de lágrimas, eu sabia que estaríamos recomeçando a partir daquele momento e que não será nada fácil estar ao seu lado, mais eu faria se tudo para podermos recomeçar e não nos separar.

Carina: - eu sei... Eu quero melhorar, eu quero parar com isso, mais pra isso preciso de vocês, preciso de você, eu sei que vai ser difícil mais eu quero, porém sem você eu não sei se tenho forças para isso, eu sei que o que eu fiz não foi nada certo, deveria ter chegado em você e ter conversado e não ter ficado te dando gelo, eu sei que errei e não preciso me perdoar, mais por favor não desisti de mim... - eu nunca vi Carina ficar assim, eu fiquei sem reação, eu não sabia o que falar, eu não sabia como agir, eu literalmente não esperava por isso, esperava uma conversa calma que ela iria me contar o que fez durante os dias que passou longe ou algo do tipo e não que iria desabafar comigo.

Maya: - vem...- ela recuou no começo, mais logo se deitou e me abraçou, com sua cabeça encosta em meu esquerdo, levo minha mão em seu cabelo e o acaricio- mesmo que seja difícil, vamos recomeçar juntas, vai ficar tudo bem...- assim que espero. Acabamos dormindo, mais deu duas da manhã senti um vazio enorme na cama, meu coração apertou e lotando contra minha vontade de chorar me levantei e sai do nosso quarto. Andando pelo corredor escuto uma cantoria baixa no quarto de Layla, abro a porta e vejo Carina perto do berço, cantando baixinho, de vagar chego perto dela e levo minha mão direita em suas costas.

Carina: - desculpa... meus pensamentos estão me atormentando, não consegui dormir e não sinto que mereça estar ao seu lado, tentei dormi no sofá mais não deu, eu só queria poder voltar no passado e desfazer as merdas que fiz...- sua cabeça permanecia baixa enquanto olhava para nossa filha- como pode me perdoar depois de tudo? Como consegue dormir na mesma cama que eu, sabendo tudo? Eu não mereço isso... eu não consigo entender por que ainda não desistiu de mim, eu... Eu... Eu... Só queria mudar, ser alguém de diferente.

Maya: - eu prefiro recomeçar mil vezes com você, do que ter que tentar amar outra pessoa, eu não quero outra pessoa eu quero você. Apenas você é quem me importo é você quem eu amo, não importa o que fez ou o que deixou de fazer, vou ficar ao seu lado, se quer mudar vamos lutar juntas meu amor, se quer mudar tem que se esforçar, conversa comigo, fala o que tanto passa nessa cabecinha linda, mais ficar tentando dormir no sofá não vai adiantar, não vai poder passar o resto da sua vida tentando dormir no sofá, aliás vai ficar com dor nas costas se continuar assim... - ela se vira para mim limpando suas lágrimas.

Carina: - sabe... ela parece tanto com você- ela olha nossa filha- parece que quanto não posso estar com você, estar com ela resolve, preenche o vazio, mais eu não quero ficar fazendo isso com minha filha, eu quero poder ficar com vocês, eu quero sentir que mereço tudo isso, não quero parecer uma estranha na nossa casa...- agora ela me olha, porém não consegui fixar seu olhar em mim, encara o chão e deixa suas lágrimas escorrerem. Paro em sua frente e seguro seu rosto, o levantando de vagar a fazendo me olhar.

Maya: - estamos com você, se quer mudar vamos lutar juntas, mais se diminuía pelo que sua cabeça está te dizendo agora, lembra quando eu fiquei ruim? Que no meu pior momento você fugiu mais voltou e depois disso, teve outras situações que você poderia ter fugido, mais ficou comigo? Ficou por que sabia que eu podia mudar, você confiou em mim e quando eu menos esperei, depositou todo seu amor em mim, você se entregou a mim sem se quer pensar nas consequências, então agora é minha vez, de lutar por você, de me entregar a você sem ter medo de você fugi de você, vamos passar por isso juntas, como sempre fizemos, juntas mesmo nos momentos difíceis ou felizes, tá bom?- ela não falou nada, mais seu olhar já dizia mil coisas, eu sabia que podia fazer de tudo ela iria melhorar e não teríamos que resolver as coisas fugindo das situações.

Carina: - eu te amo...- eu passei meses sem escutar isso, foram meses sem receber nem um toque de afeto. Não me segurei deixei um sorriso tímido escapar.

Maya: - eu te amo! - Com calma aproximei meus lábios dos dela, por um momento vejo seu olhar de medo e insegurança- relaxa, se eu não quisesse isso, não tentaria.

Carina: - tem certeza? Eu não quero te obrigar a nada...- parecia que ela tinha medo de me tocar, eu não entendi o que passava em sua cabeça, para chegarmos esse ponto- não que eu não queira, mais sei lá...- ela estava suando frio.

Maya: - só relaxa tá bom- ela balança a cabeça positivamente, agora sinto sua mão em minha cintura- devagar e tudo vai dá certo- com um sorriso no rosto, nossos lábios se encontrarão, em um beijo calmo, transmitindo uma sensação que nunca avia sentido antes, agora suas mãos se encontravam em minha cintura, me puxando para mais perto, nossos corpos se conectaram novamente e pela primeira vez depois de muito tempo, me senti ligada a ela, agora sim, não sinto a agonia que sentia quando tentei me aproximar novamente, ela se entregou novamente e sem medo fiz o mesmo.