22- Carina

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Segunda-feira
Seis da manhã

Foram dois dias trancada nesse quarto, chorando feito uma criança, vivendo apenas com nossas fotos e lembranças, a saudade só aumentava em meu peito, meu orgulho estava diminuindo e minha dor aumentava, eu precisava dela, precisava voltar para casa. Maya avia me ligado diversas vezes, mais não tive coragem de atender, o fato de eu ter gritado com ela me assusta, me cinto um monstro por ter feito isso.

Estou de baixo do chuveiro enquanto sinto minhas lágrimas escorrerem e misturarem com a água, meu corpo todo estava doendo, fiz a besteira de descontar minha raiva já parede e minhas mãos estão todas machucadas. Término meu banho, visto cueca box, top de academia, uma calça jeans preta e uma camisa branca, calço minha havaiana, coloco minha roupa suja em uma sacolinha plástica e saio do quarto, com a cara e a coragem é segunda-feira e amanhã tenho que trabalhar, não posso ficar aqui esse tempo todo, vou procurar um apartamento para passar alguns dias.

Leila: - Bom dia bela adormecida- ela fala assim que me vê, do um beijo na testa de Malia, a qual estava sentada no sofá assistindo desenho.

Mariana: - pensei que não iria sair do quarto hoje, está melhor? - Com olheiras enormes?

Carina: - bom dia, tô...- fui interrompida pela campainha tocando- pode deixar eu atendo- Leila me lança um sorriso e Mariana quase morre de felicidade, achei estranho, porém abri a porta, só sentindo alguém pular contra mim e me abraçar, na hora do susto, minha única reação foi segurar suas coxas, evitando deixar a pessoa cair, no começo não reconheci o perfume, mais assim que seus dedos em meu cabelo, pude sentir seu perfume melhor, um conforto e uma calmaria tomou conta do meu corpo, aquele abraço, era tudo o que eu desejava nesses dois dias, como senti falta disso.

Maya: - me desculpa, desculpa...- sua voz saia trémula e falha- volta por favor, eu não suporto mais ficar naquela casa vazia, eu preciso de você... por favor Carina- eu estava tão sem reação, com ela grudada em mim, parecendo que queria entrar dentro de mim e não sair mais.

Carina: - hei, calma, vamos conversar...- ainda com ela grudada em mim, olhei para Leila como se tivesse pedido para usar seu jardim a mesma apenas sorriu e falou baixinho:

— Vai e faça a coisa certa

Fechei a porta e com ela grudada em mim, fui até o jardim, com cuidado me sentei no chão, com as costas encostada em uma árvore que avia ali.

Carina: - hei... - aos poucos sinto seus braços me soltarem, com ela sentada em meu colo, sentia seus dedos acariciar meu cabelo.

Maya: - me perdoa...- ela finalmente me soltou e agora me olhava com aqueles olhinhos verdes vermelhos- eu falei aquilo por raiva, totalmente sem pensar, eu não me arrependo do que construímos juntas ou do que você fez para podermos ser feliz, aquilo foi uma situação de puro impulso, eu estava estressada e dias eu andava fazendo isso com você, tentando descontar minha raiva em alguém que não tinha nada a ver, e se a gestação está mexendo comigo, você não tem culpa disso, me perdoa- aqueles olhinhos transmitindo tristeza, partia meu coração em mil pedaços.

Carina: - desculpa por ter gritado com você, por não ter entendido o seu e além disso, ter te deixado sozinha no momento que você mais precisava de mim, me perdoar, tomei atitudes sem pensar e além disso, falei coisas sem pensar- suas mãos acariciava meu rosto, como se fosse a primeira vez depois de muito tempo que estava me tocando, minhas mãos pararam em sua cintura, enquanto eu a observa.

Maya: - não te culpo por isso, eu andei insuportável esses dias, mais eu preciso de você, preciso da sua companhia, do seu amor, do seu carinho, preciso da sua ajuda, para ser uma pessoa melhor, tanto para mim, para você ou para nosso filho, quero melhorar ao seu lado, quero aprender com você. Aquela casa é tão grande sem você, aquela cama fica tão vazia... não dá para andar por nossa casa e não lembrar de você, apesar dos meus erros e defeitos, quero poder tentar de novo... Volta para casa, volta para mim... para nós dois- senti ela segurar minha mão e levar até sua barriga, a qual já estava crescendo- por favor...

Carina: - nem deveria ter ido embora... se você for me aceitar de volta- um sorriso besta tomou conta de seu rosto, senti seus lábios tocarem os meus e com um beijo com gosto de saudades e o preencheu. Ficamos naquele beijo calmo durante uns cinco minutos.

Maya: - eu senti tanto a sua falta...

Carina: - eu também e como não sentir falta da minha baixinha estressada? - A como eu amo essa mulher.

Maya: - você é besta- capaz caindo na gargalhada e por um minuto me peguei admirando seu sorriso, eu sou tão sortuda. Maya pode ter seus defeitos e falhas, porém eu também tenho, ninguém é perfeito, mais eu tenho a mulher mais gata e perfeita do mundo inteiro.

Carina: - por você sim- ficamos conversando até que Leila nos chamou para tomar café- vamos? Ou você quer ir para casa?

Maya: - acho que se fomos embora, ela vai matar nos duas- errada ela não está.

Carina: - então vamos lá- ela sai de cima de mim e então me levanto, entramos pela porta da cozinha de mãos dadas.

Mariana: - aeeeeeeee até que enfim- essa menina viu- já devolveram as alianças para seu devido lugar?

Maya: - foi só uma discussão, não terminamos, relaxa

Leila: - uma discussão que eu jurei que teria que amarrar Carina e levar ela para conversar com você- o dramática.

Carina: - não é para tanto Leila- nos sentamos na mesa, enquanto todas nós preparávamos o que iríamos comer.

Leila: - você chorou que nem uma criança, não é para tanto? - Mentindo ela não está.

Carina: - não! - Em silêncio terminamos de arrumar nosso café e então começamos a comer. Conversávamos sobre coisas bestas e aleatórias, Leila perguntou sobre como estava a gravidez para Maya e a mesma apenas falou o que Leila já sabia, enquanto as meninas estavam arrumando a cozinha, eu observava Maya, conversando com Leila toda sorridente, a dias que não via ela daquele jeito, porém fui interrompida por Mariana, me chamando para podermos conversar no jardim, meio com medo, fui para o jardim, enquanto andarmos ela começou a falar.

Mariana: - ficou sabendo que Mia está na cidade? - Meu corpo gelou, isso não podia ser verdade.

Carina: - o que ela faz aqui depois de tanto tempo? - Era a única pergunta que não sai da minha cabeça.

Mariana: - seu marido está a trabalho aqui pelo que parece, eu não sei muito bem, só achei que você não iria gostar nada disso- Mariana sabia de Mia, por que Leila contou a ela com minha permissão.

Carina: - o que aconteceu entre mim e ela é passado, o que me importa agora é minha mulher e meu filho, não importa o que aconteceu entre nos duas, meus sentimentos são apenas por Maya e vai permanecer assim, ela pode aparecer pintada de ouro, nada vai mudar- se fosse a alguns anos atrás, eu não tinha certeza disso, mais hoje? Eu tenho mais do que certeza, não troco Maya por nada nesse mundo.

Mariana: - só esteja preparada para a bomba que vem por aí- pera, quê? Por essa eu não esperava.

Carina: - ok...- voltamos para dentro da casa, Leila estava dando o café da Malia para ela e Maya observava enquanto elas conversavam.

Leila: - Maya, acho que tem gente te querendo de volta- ela fala assim que percebeu minha presença.

Carina: - só observando...- não sei como contar isso para ela.

Maya: - está tudo bem? - Maya se levantou e veio até mim.

Carina: - tenho que te contar uma coisa- o sorriso que estava em seu rosto sumiu, me senti culpada por estragar sua felicidade.

Maya: - vamos para casa então- nos despedimos das meninas, peguei minhas coisas e fomos andando de mãos dadas- é tão sério assim? Que está te fazendo ficar tão quieta.

Carina: - eu nãoquero te esconder mais nada, então acho que merece saber, mesmo que vá gerarbriga entre nós- Maya me olhou assustada e o restante do caminho, fomos caladas

Uma Segunda Chance De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora