Eu não sei como agir nessa situação, ao ver ela cair no chão, meu peito foi atravessado por uma espada, eu só consigo lembrar das merdas que fiz, que a abandonei no momento que mais precisou de mim. Eu me tornei um monstro para ela, eu a levei para o buraco, eu tirei a felicidade dela.
Lembro de várias vezes ela tentar conversar comigo, mais eu dava o mudo como resposta. Tantas vezes eu dava um jeito de não voltar para casa, só por orgulho, meu Deus que merda eu fiz?
Estava no hospital, mais não estava suportando ver ela deitada naquela cama, pálida, sabendo que eu sou responsável por isso, por não ter prestado mais atenção nela. Sai para andar um pouco, tentando respirar e colocar a cabeça no lugar.
Isabella: - Maya, está tudo bem?- essa voz é reconhecível. Me viro para onde o som veio e quase cai para trás ao ver quem era.
Maya: - não, mais espero que fique...- sinceramente, eu não sabia se realmente ficaria.
Isabella: - meu bem você está com uma cara péssima, vamos tomar um café e conversar, o que acha?- olha sinceramente, não sei se seria uma boa ideia. Carina criava paranóias por causa da minha amizade com Isabella, certo, acabamos criando um laço muito grande além do profissionalismo, mais nunca dei liberdade para ela. Ela já tentou ir longe demais, mas logo falei que não aconteceria nada entre eu e ela, eu amo Carina e não iria trair ela por nada nesse mundo.
Maya: - eu não acho que seja uma boa ideia Isabella, estamos indo longe demais, olha eu já falei e vou tornar a falar, nunca vai acontecer nada entre a gente, por favor entenda isso, eu já perdi as contas de quantas vezes você tentou ter algo comigo, por favor para, só para.
Isabella: - Vai insisti em alguém que vai te fazer sofrer? Você é mais idiota do que eu pensei- o Jesus me perdoa, mais não dá.
Maya: - e o que você tem a ver com isso? A gente tinha uma ótima relação de patroa e funcionária, até você querer ter amizade comigo, me afastou da minha namorada e não importa se eu sofri com ela, foi com ela que eu me tornei a mulher que sou hoje. Sabe aquela mulher dentro daquele hospital, que está deitada em uma maca, com um estado crítico, pois é, foi ela que me fez feliz, foi ela que nunca me deixou faltar nada, foi ela que me deu forças quando eu pensei que não ia aguentar, foi com ela que eu aprendi o que sei hoje, mais foi ela que me abandonou com medo, mais isso não mudou nada, eu simplesmente continuei e continuo amando ela, agora você acha que só por que me escutei quando eu precisei, vou abandonar ela e ficar com você? Você está muito enganada Sra. Isabella. Sim eu errei, eu errei muito feio com ela, a abandonei quando ela mais precisou e comparado a todos os erros que ela teve, eu errei muito mais, mas estou disposta a salvar meu relacionamento, então entenda uma coisa, apartir de hoje, nossa relação é apenas de patroa e funcionária, não somos amigas, não saímos para almoçar, não conversamos sobre coisas pessoais, me trate como trataria uma simples funcionária, espero que tenha sido bem clara, agora se me der licença, voltarei para o hospital- viro minhas costas e volto para onde nem devia ter saído.
Caminhei o caminho inteiro pensativa, nossas lembranças vinham em minha mente e eu só queria poder voltar no tempo, fazer diferente, o que será de mim sem ela?
Ao chegar no hospital fui direto para o quarto que ela avia sido transferida, não sei se sou eu que ela gostaria de ver quanto acordasse. Quando entro no quarto tenho a maior surpresa da minha vida.
Maya: - Richard...?- ele estava de ante da cama dela, chorando enquanto segurava sua mão.
Richard: - oi oi- ele limpa as lágrimas as pressas- desculpa, eu queria ficar um tempo com ela...- ele simplesmente estava horrível, cabelos grandes, sua barba maior do que o costume, ele literalmente estava destruído- eu... Vou nessa, tchau cuide dela por favor- eu não tinha palavras naquele momento, ele simplesmente deu um beijo na testa dela e foi embora, uma coisa que eu nunca vi ele fazer, nem mesmo quando ela era criança, lembro da gente estar conversando e ela simplesmente começar a chorar, por que o pai não estava nem aí para ela, diversas vezes eu conversei com ela tentando fazer ela se amar e deixar de escutar as coisas idiotas que ele falava dela.
Me sentei em uma poltrona que avia perto da cama, olhando ela pálida dormindo, me causou aperto no peito, como eu pude abandonar ela, quando ela mais precisava de mim?
Ela estava mais magra, sua boca estava tão resseca que avia abrido pequenas feridas, seu cabelo grande já que não avia sido cortado a meses, ela literalmente avia desisto de viver e a culpa era minha, foi eu quem a levei para o buraco, por minha causa, minhas palavras, minhas ações a levou ficar doente, eu fiz ela vir parar em uma cama de hospital, como ainda tenho coragem de dizer que ela um dia errou? Comparado ao nosso passado, eu quem mais errou, depois disso tudo ela deveria ter terminado, mais não, ela simplesmente ficou sofrendo calada, completamente sozinha em um mar de dor e escuridão, como eu pude fazer uma coisa dessas?
Nossas lembranças começaram a vir em minha mente, eu só queria voltar no tempo e desfazer todas as merdas que fiz.
Os próximos capítulos, serão as lembranças de Maya, de momentos bons e ruins. Então caso ficarem perdidos, ela está voltando no passado, tudo se passara em volta das suas lembranças, apartir do capítulo 45.
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Uma Segunda Chance De Amar
PoésieGoiânia é uma grande cidade, onde Carina e Maya cresceram como irmãs, porém não com aquela relação de poderem ser bem próximas, e com isso acabou que Maya e Naty viraram melhores amigas. Carina é uma mulher intersexo, tem 21 anos de idade, da aula d...