50- Carina

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A mais de dois dias sai do hospital, ainda me sinto fraca mais estou melhor do que antes. Desde o dia que mandei Maya ir embora não a vi mais, esses dois dias passei tentando me cuidar e tirar a aparência péssima que eu estava. Meu cabelo avia crescido tanto que nem parecia que já avia raspado as laterais, eu estava muito diferente, mais magra que o comum, com uma aparência cansada, não tinha muito ânimo para fazer as coisas e minha mente ainda me perturbava.

17 de abril, dia que completamos um ano e oito meses de namoro, seria isso se eu não a tivesse mandado embora, mais também foi nesse dia que tomei uma decisão.

Acordei cedo, tomei um banho morno, vesti a primeira roupa que vi pela frente, peguei minhas últimas coragem e fui andando até a nossa casa, debatendo com minha vontade de desisti no meio do caminho.

Acordei cedo, tomei um banho morno, vesti a primeira roupa que vi pela frente, peguei minhas últimas coragem e fui andando até a nossa casa, debatendo com minha vontade de desisti no meio do caminho

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Depois de uns vinte minutos de caminhada, finalmente cheguei, o porteiro já sabia que eu morava ali então não esbarrou minha entrada.

Assim que cheguei na frente de casa, pensei em destrancar e entrar sem bater, mais achei que não teria mais esse direito. Toco a campainha e escuto alguns passos.

Maya: - já vai!- junto com sua voz escutei a voz da minha pequena. A porta se abriu e por um minuto pensei em sair correndo daquele lugar- Cary...?

Layla: - MAMMAAAAAAAA...- ela passou por Maya e agarrou minhas pernas.

Carina: - oiieeee minha pequenina- me abaixo e pego ela no colo- nossa como você cresceu- me doeu saber que perdi tanto tempo do seu crescimento.

Maya: - filha vai pegar o desenho que você fez pra sua mamma ver- no mesmo momento Layla pula no chão e entra correndo em casa- pensei que não iria mais nos ver- agora que percebi que ela ainda estava de pijama, seus braços estavam cruzados, nossa aliança ainda estava em sua mão.

Carina: - eu acho que precisamos conversar...- eu estava com medo da reação dela sobre o que iríamos conversar.

Maya: - não acho que Layla mereça escutar essa conversa Carina- ela estava certa.

Carina: - Maya por favor! Eu não posso simplesmente sumi da vida da minha filha, podemos sentar e conversar como adultos? Eu sei que minha atitude no hospital foi idiota, mais se coloque no meu lugar, se fosse eu no seu lugar, você não faria diferente, fiz aquilo sem pensar, mais eu preciso conversar com você, temos uma filha, temos sentimentos uma pela outra e não podemos simplesmente jogar tudo isso que construímos juntas no lixo.

Maya: - você tá certa...- ela é interrompida.

Layla: - mamãe onde tá a pasla?- essa mania dela de trocar letras diferentes pelo l ainda continua.

Maya: - meu amor tá no seu baú de brinquedo- ela só sorri e sai correndo.

Carina: - nem parece que a meses atrás estava na sua barriga- meu peito se esmaga de dor no mesmo momento.

Maya: - você quer entrar? Eu tinha acabado de acordar e nem tomei banho ainda, mais se quiser podemos arrumar o café da manhã- estou aqui apenas para contar o que decidi.

Carina: - não posso, por que sei que a partir do momento que entrar aí, eu não vou querer ir embora, por que estou morrendo de saudades de vocês mais preciso que me entenda- vi seus olhos encherem de lágrimas- eu sei que você está tentando ser melhor, que está dando seu melhor e agradeço muito pelo que fez por mim, mais eu preciso de um tempo pra mim, eu preciso me reencontrar, preciso sentir que eu mereço vocês, eu já mais vou abrir mão do que vivemos, sei que os erros cometidos foram para nós amadurecer, mais eu preciso desse tempo.

Maya: - tudo bem, eu entendo...- suas lágrimas caírem. Me aproximo dela, levo minhas mãos em seus rostos e limpo suas lágrimas com a ponta dos dedos.

Carina: - eu amo vocês e isso não vai mudar, eu só quero que tenhamos um tempo para pensarmos sobre isso tudo que aconteceu, se realmente vamos recomeçar como adultas, meus sentimentos por você nunca mudaram, cada dia que passa cresce mais e mais, porém eu preciso disso. Só te peço uma coisa, espere por mim... Mais se não quiser, se sinta livre para seguir sua vida.

Maya: - só me promete uma coisa, mesmo que seja difícil disso não acontecer.

Carina: - o que?

Maya: - não importa a briga que estamos tendo, não se afaste da nossa filha, por favor, eu até suportaria a saudades que você me causa mais ela não- se não fosse pelo que estou passando, eu nem deixava vocês duas.

Carina: - eu não vou me afastar dela, eu estou disposta a mudar por vocês, mais pra isso tenho que ficar um tempo fora- me afasto dela- vou para São Paulo, manteremos contato por telefone- eu sabia que ela não concordava com isso.

Layla: - mamma...- olho para onde avia vindo o som da sua voz- não vai...- seus olhinhos estavam cheios de lágrimas, com uma folha de papel A4 na mão, estava ela parada na minha frente, enquanto me olhava com os olhos vermelhos.

Carina: - meu bebê- me baixo, podendo olhar diretamente para ela- mamma volta minha princesa, mais vamos prometer uma coisa uma para outra, você vai cuidar da mamãe pra mamma e assim que a mamma voltar, vamos fazer tudo que você quiser.

Layla: - não quelo...- suas lágrimas caírem e meu coração se quebrou- não vai embolo...- ela se jogou nos meus braços, se prendendo como se não quisesses mais me soltar.

Maya: - filha...- ela tentava esconder mais estava na cara que aquela decisão avia destruído ela- amorzinho da mamãe...- ver elas chorarem me destruiu por inteiro.

Layla: - num quelo... Mamma num pode...- não me aguentei, puxei Maya a fazendo entrar no abraço também.

Carina: - me desculpa, me perdoa, de coração mesmo... Me desculpa, eu amo vocês... Por favor não se esqueçam disso, eu amo muito vocês- me esperando de Maya, tiro Layla dos meus braços- desculpa mamma minha princesa- virei as costas e fui embora, escutando minha pequena pequena gritando enquanto me pedi pra ficar.

No dia seguinte

Estou de malas prontas, terminando de arrumar o chequinho e esperar a hora de embarcar, não sei como estou tentando forças para fazer isso, Maya falou que trará Layla antes de dar a hora de embarcar, então estou esperando minha pequena na sala de espera.

Estou distraída olhando os aviões estacionados quando escuto um.

Layla: - MAMMAAAAA!- viro para trás e vejo minha pequena correndo até mim, me abaixo e e então ela se joga em meus braços.

Carina: - mamma ama você princesa- doía muito saber que aquele momento séria uma despedida. Ela enche minha bochecha de beijo, enquanto estava grudada no meu pescoço.

Maya: - oie...- seus olhos estavam vermelhos, eu não queria que terminasse assim.

Carina: - vem cá...- ela chega mais perto- cuida da nossa pequena por mim? Eu vou morrer de saudades de vocês- sinto meus olhos encherem de lágrimas.

Maya: - por favor não chora, vai e se reconstrua, vamos ficar bem, vou senti tanto sua falta, mais eu prometo cuidar da nossa pequena e assim que chegar estarei te esperando, vamos nos reencontrar e recomeçar juntas- com essas palavras me senti mais segura.

Carina: - tudo por um novo recomeço?- tiro minha aliança e com ela na palma da mão, mostro para ela. Por um momento ela fica encarando minha aliança, mais logo tira a dela e enquanto ela segura a aliança responde.

Maya: - tudo por um novo recomeço!- ela coloca a aliança junto com a minha. Sem pensar direito, nossos lábios se encontram em um selinho longo, me afasto dela. Olhando em seus olhos, falo:

Carina: - Eu amo você!

Maya: - Eu te amo!- e foi assim que dei um beijo na bochecha da minha pequena, devolvi ela para Maya e fui em direção a área de embarque, com o coração na mão, sentindo uma dor enorme por estar indo embora.

Uma Segunda Chance De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora