17- Maya

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Maya: - mãe, estou grávida...- nesse exato momento, pensei que meu coração ia sair pela minha boca. Miranda encarou Carina, já minha mãe só olhava a caixinha.

Durante uns dois ou três minutos, o ambiente ficou em total silêncio, minhas mãos tremiam e suavam frio, Carina segura minha mão, enquanto esperávamos a reação dela, vi uma lágrima descer nos olhos da minha mãe e um sorriso aparecer em seu rosto.

Pérola: - Maya! - Minha mãe, limpando suas lágrimas se levantou e parou na minha frente- vem cá...- não sabia muito como reagir, não sabia se ela estava feliz ou decepcionada. Me levantei e fui até ela, a mesma me puxou e me envolveu em um braço apertado- não vou falar que isso é certo, até por que não acho que esteja na hora...- ela tentava falar enquanto suas lágrimas caíam- mais eu estou feliz e mais do que nunca, pronta para ver minha filha se tornando mãe, apesar de você ser nova, sei que terá maturidade o suficiente para entender e cuidar dessa criança, nunca acertei tanto em deixa você tentar amar de novo, tentar poder ser feliz de novo, eu tinha medo que você passasse por tudo aquilo de novo, eu tinha medo de ver minha princesa chorar que nem uma criança, por causa de medo, angústia, trauma, eu prometi a mim mesma, que não iria te entregar a alguém que iria te fazer sofrer e hoje eu vejo que você fez a escolha certa e eu não precisei dar uma de mãe chata, Maya... Eu estou mais do que orgulhosa por você ter conseguido o que conseguiu filha, mais acima de tudo eu sempre estarei aqui, eu sempre serei sua mãe, sua amiga, sua companheira, nas hora boas e ruins e não vai ser fácil me acostumar com a casa vazia, porém se preparem para deixar essa criança passar dias e dias comigo mocinhas- ela beijou minha bochecha e então nós separamos e foi aí que eu vi que eu estava chorando, Miranda ainda olhava para Carina sem reação, mamãe fui até Carina e a abraçou e Miranda ainda estava em choque.

Maya: - Miranda? - Assim que falei isso a tiro de seus pensamentos, fazendo sua fixa cair.

Miranda: - eu... Não sei... Eu nunca imaginei que isso seria tão rápido... Ainda me lembro de vocês correndo pela casa e deixando nos duas malucas- ela olha para minha mãe e volta sua atenção para mim- vocês duas disputando quem ia rapar a panela suja de brigadeiro... Quando completaram 14 anos, casa uma seguiu seu caminho e Maya chorou feito criança, era como se tivesse tira um pedaço dela, ficou dias sem comer até que Carina apareceu de novo, porém mais madura e isso te assustou Maya, você conversou comigo e foi aí que descobri que você sentia alguma coisa por ela, seus olhos começaram a brilhar, toda vez que você olhava para ela... Eu nunca achei que iria perder minha menininha tão rápido...- as lágrimas dela saiam sem controle, ela simplesmente se levantou e veio até mim, me envolvendo em um abraço apertado- parabéns...- saímos do abraço e então ela olha para Carina- a vocês duas, já você Carina, vai e fala a verdade, esfrega na cara dele que você sempre mereceu ser feliz, mostre para ele que ele sempre esteve errado, Carina nas suas mãos, está nossa peça rara, nosso talismã, cuide da nossa menina...- não entendi quando ela se referiu, esfrega na cara dele, dele quem? Carina está me escondendo alguma coisa...

Depois que o clima feliz e triste passou, voltamos a conversar normalmente, minha mãe deu ideia para que fizemos um chá de casa nova, assim não teríamos que gastar muito com vasilhas de plásticos.

Depois de muito tempo de conversar, nos despedimos e então estamos indo em direção a casa dos pais de Carina, a mesma se manteve em silêncio o tempo todo, porém isso já estava me causando medo e raiva.

Maya: - tem alguma coisa para me contar? - Ela não tirava sua atenção do trânsito, suas duas mãos estavam no volante o apertando, ela não estava nada bem.

Carina: - não- viramos à direita e assim ela estacionou na frente da casa dos pais- vamos! - Seu tom, era totalmente frio.

Descemos do carro caladas e assim batemos na porta, Naty atendeu e já me olhou com raiva.

Carina: - cala a sua boca e vai chamar nossos pais- alguém me explica o que está acontecendo aqui? Naty subiu as escadas e logo mãe e o pai de Carina desceram as escadas.

Richard: - fala porra- que pai fala assim com uma filha?

Aurora: - abaixa o seu tom Richard, ela é minha filha e se você não a respeita, fique calado! - Entramos e Carina fecha a porta, ficando na minha frente, cara a cara com seus pais- o que aconteceu Carina?

Carina: - primeiramente, eu não iria fazer isso nem morta, principalmente por causa desse canalha que você chama de marido, mais eu sou uma mulher adulta e sei arcar com as consequências, seguramente, dele eu espero qualquer reação, mais já se você mãe, eu espero que tenha a sua mente aberta e seja a minha mãe!- ela respirou fundo- Maya e eu estamos juntas e não é só isso, estamos esperando um bebê- o espanto na cara de Aurora foi automático, já Robson meteu um tapa no rosto de Carina, que a vez ficar vermelha de raiva.

Richard: - bebê? Já sabem que ele não vai nascer né, pois existe aborto e ela vai fazer isso- nessa hora eu pensei em falar, porém Carina foi mais rápida

Carina: - aborto? Aborto Richard? Olha para mim se você for homem e fala que ela vai abortar essa criança- seus punhos se fecharam e eu vi Carina controlando sua raiva, enquanto Aurora tentava entender a situação- sabe quando eu vou fazer uma mulher abortar uma criança? Nunca! Eu não sou você, eu nunca fui você, eu sempre fui mil vezes melhor que você, se você acha que dessa vez, vai destruí minha felicidade, você está muito errado, pois se colocar um dedo nela eu vou te colocar atrás das grades e você sabe muito bem que eu consigo, eu tenho provas e apenas com estalar de dedos, você passa o resto da sua vida atrás das grades. Sinceramente, eu tenho nojo de carregar seu sangue, seu sobrenome, de um dia ter te chamado de pai, eu nunca tive seu apoio, você sempre foi um monstro, suas palavras me fizeram querer morrer, eu me odiei por sua culpa, eu amadureci da pior maneira por sua causa, você é responsável por lascar toda a minha vida, você me destruiu, você destruiu nossa família, você destruiu sua mulher cara, se manca caralho, você não é ninguém para vir falar para alguém o que deve fazer e o que deve deixar de fazer, você é apenas um maconheiro, que não cria vergonha na cara, se não fosse minha mãe, eu não seria ninguém hoje, absolutamente ninguém, mais foi por causa dessa mulher aqui- ela aponta para Aurora- que eu me tornei o que sou hoje. Mãe...- ela vira para Aurora- se quiser fazer parte do crescimento dessa criança, fiquei a vontade, mais esse homem não pisa na minha casa e nem chega perto da minha mulher ou muito menos dessa criança- nesse momento ouvimos barulho na escada e então todo mundo se virou para a mesma, vendo Naty toda vermelha de raiva- você... Se transformou no seu pai, eu nunca te ensinei a ser assim, você se tornou a sua pior versão, sinceramente menininha, eu não espero mais nada de você, a não ser o comportamento de uma adolescente rebelde que espera que tudo vai chegar fácil nos seus pés, só espero que você mude, por que eu desisto de você... Não me venha dar lição de moral, você não tem esse direito, só fica calada e vai viver sua vidinha, boa noite a todos- sinto ela segurar minha mão e saímos de dentro da casa, entramos no carro e fomos embora, o caminho inteiro, totalmente silêncio.

Uma Segunda Chance De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora