Uma Segunda Chance De Amar

cap.47

Dia 2, lembrança 3
Maya

Mesmo com suas mancadas ela conseguia ser a melhor namorada, mesmo com seus medos ela ainda estava ao meu lado, mesmo eu sendo uma pessoa difícil de lidar, ela ficou ao meu lado, ela pode até ter defeitos, mais foi por ela que eu me apaixonei, foi pela garota que amava livros de terror, foi pela garota que cresceu sem medo de tentar ser feliz, aquela garota que amava músicas mais seu pai tirou disso dela, foi pela aquela garota que chorou quando achou que não teria mais forças para prosseguir que eu me apaixonei, desde aquele momento no carro de polícia, quando olhei em seus olhos e só vi paz e carinho que eu me apaixonei por ela e mesmo com seus erros e defeitos, ela nunca deixou de ter qualidades, aquela mulher é perfeita e sempre será.

Estou a caminho do escritório da minha mãe, Layla está com Miranda, eu ainda estou morrendo de medo dessa conversa. Segurando a maçaneta, respiro fundo e abro a porta.

Pérola: - a educação que ti dei, foi parar no Japão né?- e ela estava, Dona Pérola, sentada diante a sua mesa de maneira de escritório, em sua cadeira de couro, com seus óculos de leitura, me encarando.

Maya: - mãe para, eu tô me sentindo uma criança de 12 anos- fecho a porta.

Pérola: - pelas suas atitudes, parecer ser mesmo- sinto essas palavras atingirem meu peito feito facas- sinceramente Maya, eu não tenho orgulho da menina que você se tornou, por que pra mim isso não é comportamento de uma mulher, que é comprometida e além de tudo, mãe de uma menina de um ano de idade- meu estômago revira com suas palavras, sinto as lembranças fazerem um flashback em minha mente, abaixo a cabeça, encarando o chão- não, levanta a cabeça, se você foi mulher o suficiente para fazer, você é mulher o suficiente para escutar o que eu tenho para dizer- escuto barulho dos seus saltos baterem no chão, caminhando em minha direção- Levante a cabeça Maya Miller Batter!- sinto meu corpo todo se arrepiar.

Maya: - mãe chega, eu já entendi!- luto contra minha vontade de chorar.

Pérola: - chega? Chega Maya? Você parou quando ela pediu pra conversar? Pela amor de Deus garota, eu não te criei assim, olha pra mim Maya!- eu não consegui...- OLHA PRA MIM MAYA MILLER.

Maya: - mãe para...- minha voz já não sai.

Pérola: - para nada, eu te criei para valorizar quem está ao seu lado, eu nunca deixei te faltar nada Maya, amor, carinho, atenção, comida, você tinha de tudo dentro de casa e você fez o que com sua filha Maya? Ela é apenas uma criança, que hoje tem medo de acordar e não ver mãe, morre de medo da mãe, por simples você ter maltratado ela, eu nunca te criei assim, MAYA EU NÃO TE CRIEI ASSIM! QUE MERDA PASSAVA NA SUA CABEÇA QUANDO ABANDONOU SUA FILHA?- não tinha resposta para essa pergunta-ME RESPONDE MAYA!- nesse momento tiro meu olhar do chão e olho para ela, eu não tinha motivos- você chega ser patética, sinceramente eu não esperava isso de você, de você não, da minha filha eu nunca esperei isso, mais pessoas nos surpreende né? Você não sabe como é ver uma criança chorando com saudades do amor da mãe, você destruiu sua filha, você acabou com o psicológico daquela criança e ela só tem um ano de idade, apenas um ano de idade e se não fosse Carina essa criança estava acabada, você tinha tudo, uma mulher que te amava, a filha que amava sua companhia, que diabos você foi procurar nas ruas? Passa horas no hospital pensando no que deveria ter deixado de fazer né? Pois que você lembre de todas as besteiras que fez, lembre do que um dia aquela mulher fez pra ver um sorriso nesse seu rosto, eu nunca te criei pra ser uma filha da puta, viva falando que a amava até o fim do mundo, chorava quando tinha que ficar longe dela e hoje é o que? Se cansou e arrumou outro alguém? Se cansou e não conseguiu deixar ela ir? Essa menina que você é hoje, não foi a que eu criei, ti criei para ser amada e amar alguém, para dar amor, atenção, carinho ao seus filhos, eu dei o meu melhor para te fazer uma mulher, eu te criei sozinha Maya, pra você chegar a essa idade e ter comportamento de uma adolescente rebelde? Não, eu me nego ter que aceitar isso. Você procure um jeito de melhorar, estou disposta a te ajudar, mais eu não posso pegar na sua mão e te obrigar a mudar, para mudar você tem querer, estarei aqui no mesmo lugar, se precisar, só sabia de uma coisa, minha neta merece uma mãe, uma melhor amiga, uma pessoa que ela não vai ter medo de conversa, uma mãe que a de carinho, amor e atenção. Agora vai, Layla já deve estar te procurando- tentando lidar com aquelas palavras doloridas, saio do escritório totalmente acabada. Fecho a porta do escritório e respiro, sentindo todo o peso de suas palavras me atingirem sem dó.

Maya: - mãe me perdoa...- susurrei baixo, o suficiente para apenas eu escutar, me recomponho, limpo minhas lágrimas, juntando minhas últimas forças, vou para sala, onde vejo minha pequena e Miranda conversando. Encostada na parede, fico observando elas.

Layla: - mamãe!!!- ela me olha enquanto com as mãozinhas me chama.

Miranda: - vai lá pequena- Miranda coloco ela no chão e ela vem correndo até mim, toda sem jeitinho.

Layla: - mamãe- ela pede coloco.

Maya: - oii pequena- me abaixo e pego ela no coloco- vamo brincar?

Layla: - a mama...- meu peito se esmaga, eu não com sigo mais mentir para ela.

Maya: - meu amorzinho, a mama tá trabalhando- Miranda me olha como se quisesse que eu falasse a verdade.

Layla: - eu quelo mama!- ela se rebate em meus braços, fazendo birra.

Maya: - filha para com isso- com ela nos braços, caminho para área dos fundos, me sento com ela na rede e de vagar vou balançando ela- meu amorzinho, mamãe tem que te contar uma coisa, amanhã vamos passar o dia só nos duas, mamãe promete que vamos fazer tudo que você quiser- e como esperado, ela não se alegrou tanto, eu sabia que ela estava morrendo de saudades de Carina, mais eu não podia falar a verdade para ela, ela só é uma criança, não sei como isso iria acabar.

Fim das lembranças, voltaremos a focar sobre o estado de saúde dela no hospital. Espero que estejam gostando.