48- Maya

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Passei o restante do dia com minha pequena, agora estou dando banho nela para colocar ela para dormir.

Deitadas na cama deixo minha pequena assistir desenho no meu celular, mais por visto ela estava tão cansada que mal pegou o celular e capotou.

Maya: - boa noite minha princesa- coloco ela no berço e vou tomar banho.

Depois de um banho morno demorado, me visto com uma roupa confortável, prendo meu cabelo em com coque frouxo, pego minha bolsa com minhas coisas que serão necessárias, beijo a testa da minha pequena e saio do quarto.

Ao chegar na sala vejo minhas mães conversando.

Maya: - boa noite, volto amanhã cedo, tchau mi- despedi da Miranda.

Pérola: - quero conversar com você, me espera lá fora- meu Deus, de novo não.

Maya: - tá bom mãe...- saio de casa e enquanto espero minha mãe, resolvo ver as mensagens que avia.

Naty: Cunha eu tô só te esperando, Larisa já está dando trabalho para Brenda, se puder vir logo eu agradeço.

Maya: tô saindo da casa das minhas mães agora. Agorinha chego aí.

Quando termino de responder, minha mãe aparece.

Pérola: - Maya, eu sei que fui dura, mais quero que saiba que precisa repensar em suas ações- eu não tenho forças para escutar alguma coisa.

Maya: - tá bom mãe, eu já entendi, eu preciso ir, Naty já está indo embora do hospital, cuida da minha pequena, eu volto antes dela acordar- do um beijo na bochecha dela e saio antes que tenho que escutar mais alguma coisa.

Infelizmente peguei um trânsito pesado em direção ao hospital, por isso acabei demorando mais que o esperado. Assim que chego, estaciono no estacionamento do subsolo, pego minha bolsa e desço do carro, o tranco e com o coração na mão, me dirigi para dentro do hospital.

Ao chegar no quarto, vejo Naty terminando de arrumar suas coisas.

Maya: - me desculpa pela demora, o trânsito tava pesado- nos comprometemos com um beijo na bochecha.

Naty: - cunha tenta me deixar informada de tudo, tiraram o sedativo dela, então ela pode acordar qualquer momento, provavelmente acorde meio assustada ou sonolenta, nada muito fora do normal, mais fica de olho e me informe de tudo- ela dá um beijo na testa de Carina e vem até mim- saiba que estou disposta a te escutar e cuidar da pequena, então se precisar de algo, me ligue, tenho que ir, antes que Larisa coloque fogo na Brenda, bjs amo você- nos despedimos e então ela sai, me deixando sozinha naquele quarto frio, com a mulher da minha vida dopada de remédios.

Coloco minha bolsa no sofá que avia ali, me aproximo da cama e seguro sua mão, que agora não está tão fria como antes.

Maya: - acho que você não ia gostar nada de saber que estou passando dias aqui né, provavelmente nem sou eu que você queira ver quando acorda, mais não consigo ir embora, não consigo não me preocupar com você, não sei o que passou na minha cabeça quando agir como um adolescente, me desculpa... Eu não sei se está escutando algo, mais sabia que quando sair dessa cama não precisa mais olhar na minha cama, aceito que não te mereço e que nunca merece, mais por favor, acorde pela nossa pequena, ela não cansa de perguntar por você, ela está ficando desanimada ser ter você por perto, eu não sei mais o que fazer, sem você eu não vejo mais os olhinhos dela brilhar, nossa pequena precisa de você, na verdade nós duas precisamos, eu não sei o que será de mim sem você, não sei como consigo criar Layla se perdermos você, precisamos que acorde e devolva o brilho para nossas vidas. Lembro das suas palhaçadas, que tirava altas gargalhadas nossa, mesmo você estando mal, fazia de tudo para nós ver sorrindo, me perdoa por não ter valorizado isso, me perdoa por não ver seu verdadeiro valor...- meu peito se encheu de dor e culpa. Eu não sabia que não era eu que ela gostaria que tivesse ao lado dela, mais eu não consegui aceitar isso. Eu queria voltar atrás e desfazer todas as merdas que fiz, talvez ela não estivesse nessa cama de hospital. Cada dia que passa, minha culpa cresce mais e mais, eu sei que sou responsável por ter colocado ela nesse estado.

Minha lágrimas caírem sem minha permissão, eu estava cansada de completamente tudo. Cansada de ver ela nessa cama, cansada de não poder fazer nada, cansada das pessoas tentarem esconder que não estão me culpando, cansada de chegar em casa e ver apenas lembranças, cansada de saber que eu tirei a maior alegria da minha filha, eu só quero voltar no tempo.

Em meio a tantos pensamentos, sinto um aperto em minha mão, não fui forte, mais algo que me fez arrepiar. Parei para prestar atenção e acabei sentindo novamente. Saio correndo chamar as enfermeiras, quando encontro a médica responsável pelos cuidados dela. Conto o que aconteceu e na mesma a hora, a médica chama uma enfermeira e sai correndo para o quarto, ela fecham a porta e não me deixam entrar por nada no mundo, pedi várias vezes mais nem uma das enfermeiras deixaram, no momento de pânico eu peguei meu celular e disquei o número da minha mãe, era a única pessoa que me veio na mente naquele momento. Não demorou muito para atender o telefone preocupada.

Pérola: - Maya, você acabou de sair daqui de casa, o que aconteceu?- ao mesmo tempo que no seu tom de voz tinha preocupação, avia estresse.

Maya: - mãe por favor, vem para o hospital, não pergunta nada, só vem agora- eu não sabia oq eu fazer ou o que falar, eu estava em completo pânico aquele momento.

Minutos se passaram e nada das enfermeiras deixarem eu ver ela, minha mãe chegou sozinha, me procuram na sala de espera.

Pérola: - meu amor calma!- não consegui me conter, quando vi estava grudada nela como uma criança assustada- calma, calma, vai dá tudo certo, respira...- sua mão acariciava meu cabelo enquanto eu cai em pranto- meu amorzinho calma, vamos sentar e esperar, não podemos fazer nada a não ser esperar, então mantenha a calma- eu sentia meu corpo ser tomado pelo medo e pânico.

Maya: - mãe... Eu não posso ficar sem ela... Não agora... Eu não aceito isso...- não dava para aceitar ficar sem ela, não sem a mulher que amo. Não consegui lutar contra meu medo, eu estava apavorada e não sabia o que fazer.

Aurora: - vai ficar tudo bem...- senti ela se ajuntar ao abraço, como ela consegue tentar me acalmar depois de saber tudo que eu fiz. A dor da culpa veio com mais força contra mim, desabei com todas nossas lembranças fazendo com grande flashback. Completamente tudo fazia um filme em minha mente e a culpa tomava conta de mim, eu não sabia como lutar contra dor e tão a deixei tomar conta de tudo, me torturando quanto ela quisesse.

Uma Segunda Chance De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora