Maya saiu e deixou Layla dormindo, fui até nosso quarto e peguei meu violão, a quanto tempo não o toco, ele foi um presente de uma tia minha, que morreu aos meus 14 anos, me senti perdida quanto ela se foi, eu fiquei sem chão, lembro que Maya fazia questão de ir em casa, apenas para perguntar se eu estava bem, teve uma vez que ela foi com um ursinho de pelúcia que eu avia perdido, dizendo as seguintes palavras:
— Caca deixou lá em casa, mamãe lavou e eu guardei, fiquei esperando uma oportunidade devolver titia e aqui está o Theo— aquele ursinho era tudo para mim, eu dormia com ele todos os dias e sem ele, me sentia uma criança indefesa, apartir daquele dia, graças a Maya me senti bem novamente.
Após pegar o vilão me sentei na cama, depois de afinar ele, toquei músicas fácies e baixinho eu cantava me deixando ser levada pela música, as lembranças tomaram conta da minha mente, minhas lágrimas caíram como se não tivesse fim.
Nosso dias juntas, brincando uma com a outra, eu fazia questão de brincar com ela só para ver ela sorri, simplesmente era fascinada no sorriso dela. Lembro dos nossos momentos juntas, eu desejava que aquilo nunca acabasse e só de pensar que um dia eu poderia ficar sem ela, sentia vontade de chorar. Eu tive erros, eu sei disso, mais momento nem um eu quis desisti da gente é ela quem eu amo, eu não consigo me ver amando outra pessoa, eu não tenho forças para ficar sem ela.
Deixo o violão de lado e me deito na cama, abraçada com seu travesseiro, sinto seu perfume, eu sentia falta dos nosso momentos juntas, eu sentia falta de conversar com ela, de tela em meus braços dizendo que não queria sair deles por nada no mundo. Eu não me reconhecia, avia perdido meu brilho e não tinha forças mais para continuar firme, estava me entregando a solidão e a angústia, a dor tomava conta de mim cada dia que passava, saúde física ou mental, eu já não tinha e dali para frente seria ladeira a baixo. Quem sabe o que pode acontecer comigo? Não sei, mais de algo eu sei, não tenho forças para continuar.
Acordei com risadas altas, certamente Maya avia estava com visita, me levantei e fui tomar banho. Depois de um banho demorado, me vesti com uma calça de moletom e uma camisa branca, tudo muito larga em mim, eu estava muito magra, minhas roupas já estavam caindo. Juntei as forças que me restavam e sair do quarto, vendo Natália e Brenda conversando.
Natália: - mana...- eu jurei que tentei parecer bem, mais Natália já me viu no fundo do poço.
Carina: - me desculpa... Eu sei que prometi não ficar assim de novo, mais eu não tive forças me desculpa, me perdoa mana...- quando eu vi Natália já estava abraçada comigo.
Naty: - não... Não eu me recuso a te ver assim- de novo a tosse com a dor na garganta, tentei segurar mais não deu, ao tossir a segregação saiu com sangue novamente, tentei esconder mais Natália viu- Carina...- seus olhos se encheram de lágrimas e sua feição foi tomado pelo medo- por favor não... Mana não, você é a única pessoa que eu tenho, por favor não- eu tinha mais psicológico, eu só estava tentando não desabar na frente dela.
Carina: - me desculpa...- eu me sentia culpada por tudo, literalmente tudo, as coisas do meu passado voltaram a me atormentar e agora eu não consiga mais sair daquele tormento.
Maya: - oii pessoal- sua voz ecoou em minha mente, meu perto aperto, eu só queria ela ao meu lado mais eu não iria ter- Naty o que...- meu corpo perdeu todas as forças, minhas visitas ficaram cansadas- CARINA...- a única coisa que escutei foi passos em minha direção, depois disso não escutei e nem vi mais nada, tudo apenas se calou e ficou escuro.
Passeio por uma praia sozinha, revendo todos os meus sonhos, até os mais simples que um dia realizei, até a parte mais brega, me casar com Maya. É muito idiota né, se pararmos para pensar na situação que estamos vivendo nisso nem vai acontecer.
Caminho por todo aquele lugar belo, uma praia com um vento calma, a maré estava baixa, tudo naquele lugar era perfeito, aquele lugar era tudo o que eu desejei em meio a tanto sofrimento. Sentindo a areia em meus pés, me abaixei e me sentei de frente para o mar, sentindo uma paz atingir meu corpo por completo, era ali que eu queria ficar para sempre, mais algo estava me faltando. Sinto algo no bolso da calça, enfiei a mão dentro do bolso e peguei o objeto que estava ali, era a pulseira que dei para Layla, uma pulseira de ouro com uma pedrinha vermelha, eu avia gostado tanto que fiz questão de dar para minha pequena, meu peito doeu, eu não podia ficar ali sem ela, não sem minha princesinha, que amava tanto melancia, que sempre que acordava e me via abria um sorriso de quatro dentinhos, não sem a minha garotinha que amava correr pela casa, não sem a menininha que trazia luz para minha escuridão.
Encarando sua pulseira em minha mão, nossas lembranças veio em minha mente, eu cai em lágrimas, eu não me imaginava viver sem elas, eu não podia e se fosse para viver sem minhas princesas eu preferia morrer.
Foi aí que senti uma forte onda de frio sobre mim, meus olhar se cansaram novamente e de repente tudo se perdeu em uma escuridão total.
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Uma Segunda Chance De Amar
PoesiaGoiânia é uma grande cidade, onde Carina e Maya cresceram como irmãs, porém não com aquela relação de poderem ser bem próximas, e com isso acabou que Maya e Naty viraram melhores amigas. Carina é uma mulher intersexo, tem 21 anos de idade, da aula d...