capítulo 20.

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Madelaine Petsch pov.

- seu irmão vai me matar. - Vanessa riu, enquanto me fazia um cafuné. eu, que até então, estava deitada em seu peito, levantei o meu olhar e olhei-a sem entender.

- como assim? por quê?

- deixa para lá. - disse e eu me sentei em sua cama.

- ah, não. agora você vai me dizer! - falei, séria.

- tudo bem, tudo bem. - se rendeu, se sentando ao meu lado. - o seu irmão veio aqui ontem.

- mas fazer o que diabos? - cruzei os braços.

- conversar comigo. - deu de ombros. - ele disse que era para eu me afastar de você, por causa de todas aquelas coisas que eu fiz você passar.

- eu não acredito que o Shaun fez isso! - murmurei, ainda incrédula e envergonhada. - ai meu Deus, me desculpe por ele ter feito você passar por esse constrangimento.

- tudo bem, Mads. já estou acostumada. - sorriu tímida e eu suspirei pesado.

- não, não está tudo bem. eu vou falar com ele agora. - falei decidida, me levantando e calçando a minha sandália, enquanto pegava as minhas coisas. Vanessa puxou-me pelo braço e eu me virei para olhá-la.

- por favor, não faça isso. - pediu. - não quero que brigue com ele por minha culpa.

- fique tranquila. - dei um selinho rápido nela. - prometo que irei voltar.

[...]

- Shaun Petsch, que história é essa? - perguntei já irritada, entrando na seu quarto sem bater. ele estava jogando, com o seu fone em seus ouvidos. arranquei-os de uma só vez, totalmente irritada.

- o que foi? eu estava jogando, sabia!? eu morri por sua causa!! - se virou para mim, se levantando da sua cadeira e desligando o seu computador.

- vem cá, qual é o seu problema? por que tem que se meter na minha vida sempre, Shaun? isso é tão irritante. eu não tenho mais cinco ou seis anos. - disse em um tom alto e rude.

- do que está falando? - cruzou os braços.

- não se faz de inocente não. por que infernos foi na casa da Vanessa para falar aquelas coisas para ela? - coloquei as mãos na cintura.

- ah, é isso? - voltou a se sentar.

- é, é isso sim, Shaun. e pode se levantar e me ouvir. eu cansei de você querendo mandar em minha vida. querendo mandar nas roupas que eu uso, em quem eu trago ou deixo de trazer aqui em casa, que horas eu vou voltar ou se eu vou voltar, com quem eu deixo de sair. cansei disso tudo. eu já tenho vinte e dois anos, não sou mais uma criança!

- eu só quero te proteger, Madelaine. só isso. - falou, sério também.

- mas isso não te dá o direito de me tratar assim. você é o meu irmão, não o meu pai. tem que parar com isso.

- não fale do seu pai. não toquei no assunto dele e nem vou tocar! - ele apontou o dedo indicador para mim, chegando mais próximo.

- por que raios fica tão irritado quando eu falo do papai? e se quer saber, ele não é só o meu pai, Shaun. ele é o seu pai também. ele é o nosso pai. - me aproximei dele também.

- não, ele não é o meu pai. - gritou, me assustando pela forma que ele falou comigo. é difícil vê-lo falar comigo dessa forma, ele sempre me trata com cuidado, então, quando ele briga assim, é porque está muito irritado mesmo.

- eu não entendo o motivo dessa raiva do seu próprio pai. você pode, por favor, me explicar? ou você quer mesmo esperar que eu morra, para se ajoelhar no meu caixão e jogar uma flor branca, antes de começar a contar tudo?

- você quer saber? quer saber o motivo dessa raiva toda? eu te conto, Madelaine! o seu papai maltratava a nossa mãe, ele batia nela, chegava bêbado em casa e descontava nela, e até em mim. - falou e eu olhei-o incrédula.

eu só estou incrédula com o que acabei de ouvir, mas não duvido que isso possa ter acontecido. mamãe brigava muito com o papai, só não sabia os seus motivos...

- mas... a mamãe que nos deixou. - fui para trás, abaixando o tom de voz.

- ela foi embora, foi embora porque o seu pai tratava ela como um lixo. afinal, qualquer pessoa no lugar dela, faria o mesmo.

- pare, Shaun. pare com isso. o papai também não era esse monstro todo. - murmurei, tentando não acreditar nisso.

- e por qual motivo você acha que ela abandonou a gente, Madelaine? e por que eu mentiria? - me olhou sério.

abaixei a cabeça, deixando que algumas lágrimas escapassem, Shaun suspirou pesado e veio em minha direção.

- tudo o que eu faço, é só para te proteger. - ele posicionou as suas mãos em meus ombros, mas eu me levantei, me afastando do mesmo.

- não se meta mais na minha vida! - murmurei magoada, saindo do seu quarto e deixando-o sozinho.

seventeen - madnessa.Onde histórias criam vida. Descubra agora