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MARAISA:


Ao parar em frente a sala de aula, dei três toques na porta. Eu estava ofegante e a dor na perna, nem parecia ser um incômodo mais.

— Atrasada mocinha. — Me assustando
com a presença repentina da Marília em minha frente, ela abriu a porta para que entrasse.

— Não tive culpa, e a propósito agora é aula de geografia não de Ed. Física, o que você está fazendo aqui? — Perguntei indo até sua mesa e pegando sua garrafinha de água.

— Infelizmente, para minha não sorte, sua professora de Geografia passou mau, e como eu não daria aula neste dois tempos, tive que ficar com vocês. —  Tendo a mesma tomar a garrafinha de água de minha mão, ela fechou e colocou de volta sobre a mesa.

— Peninha de você meu amor — Mandando beijo para a mesma, peguei sua garrafinha de água e fui me sentar.

A mesma estava lá na frente soltando fogo pelo nariz, sorrindo para a mesma ela se sentou me fuzilando.

MARÍLIA:

As horas pareciam não passar, eu já estava cansada de ter que ficar na mesma sala que Maraisa. A mesma não parava de me encarar e de tomar minha água, e sem contar que eu estava morrendo de sede.

— Eu vou sair por alguns minuto, vocês de comportem. — Digo me levantando, olhando para Maraisa, a mesma estava falando com sua amiga.

Respirando ar puro finalmente, senti meu celular vibrar. Pegando o mesmo na pochete em minha cintura, vi que era uma mensagem de Lauana.

Meu coração logo se aqueceu, apesar de ser poucas as vezes que ela me manda mensagem assim, eu sinto meu coração se aquecer quando ela manda.

— Prof meu amor, eu posso ir usar o banheiro? — Olhando para trás, dei de cara com Maraisa, a qual estava se contorcendo.

— Eu deveria falar não para você, só pelo fato de você ter pego minha água sem minha permissão, mais pode ir. — Vendo a mesma sorrir amarelo, ela saiu correndo na direção do banheiro.

Eu sinceramente não entendia essa garota mimada, uma hora só faltava pular no meu pescoço e em outra hora estava aí cheia de amores quando queria algo.

Vendo Carolina passar, a mesma sorriu para mim. Apenas retribui o sorriso indo beber água, já que uma certa pessoa pegou a minha.

— Ah é, Marília têm uma pessoa te procurando, ela disse que se chama Maiara.

— Obrigado por avisar Carolina. — Após Maraisa entrar de volta na sala, saí para ver de quem se tratava, porque até aonde eu sabia, minha amiga que se chama Maiara está morando na França a mais de 16 anos ou até um pouco mais.

Pisando o pé na diretoria, não demorei em avistar quem era. Meu sorriso logo se alargou, me aproximando da mesma, Maiara não conteve a felicidade assim como eu.

Puxando a mesma para um abraço de urso, cheio de saudades. Maiara apenas reclamou de dor, o que me fez dar um breve riso.

— Mentira, é você mesmo, nossa que saudades amiga. — Digo olhando em seus olhos, Maiara apenas sorriu de lado.

— Eu sei, também estava com saudades e não era pouco. Só conversar pelo Instagram era terrível, estava com tantas saudades de lhe vê ao vivo e em cores de verdade. — Sorrindo boba, abracei minha amiga novamente.

Maiara era mais que uma amiga, era praticamente uma irmã para mim. Uma irmã que nunca tive, realmente porque sou filha única.

O que eu realmente quero dizer, de dois filhos que meus pais tiveram, fui a única garota que eles tiverem, não tão garota assim, enfim. Tenho um irmão mais velho e o outro que é gêmeo comigo.

— O que você faz aqui? — Perguntei curiosa, porque desde que a mesma foi para França, disse que nunca mais voltaria.

— Fugindo dos problemas da vida e correndo para os braços da Mãe que nem quando era criança.

— O que aconteceu meu amor? — Perguntei. A mesma parecia bem preocupada com algo, e isso me deixava preocupada junta.

— Longa história, porque não deixamos para falar sobre isso outra hora? Está fazendo o que agora? — Perguntou a mesma enlaçando nossos braços um ao outro.

— Estou substituindo uma professora que veio hoje, porém teve mal-estar. Quer me acompanhar? — Perguntei para a mesma, a qual não recusou e super aceitou.
— Pretende ficar aqui por quanto tempo?

— 1 mês no máximo. — Revirando meus olhos, a mesma deu um breve riso.

— Bem que você poderia morar aqui para sempre, não é? — Perguntei. A mesma apenas negou sorrindo.

— E ai? Quando saí o casamento?

— Final do ano, estou tão ansiosa. Você vai vir? Não é?

— Claro que sim, faço tudo por você. Menos morar no Brasil de volta, não que eu não goste daqui, mais construi minha vida lá, então.. — Lembrando de Eliza, um sorriso malicioso surgiu em meus lábios.

— Quando você diz "construi uma vida lá", esse construir você se refere à Eliza? Porque a bonitona lá é caidinha por você. — Vendo a ruiva revirar os olhos, sorri de lado.

— Vai me dizer que deixou a mulher na friendzone? — Perguntei para a mesma a qual parou no mesmo instante.

— Friendzone? Sério Marília? Até aonde eu sei, Eliza assim como nós duas, gosta de mulheres afeminadas.

— Humrum, sim, você finje que acredita e eu finjo que sou cega. — Digo e a mesma revira os olhos.

— Oh querida minha, você terá que ficar com a gente, ordens da diretora. — Olhando para Maraisa senti vontade de pular em cima do pescoço dela.

— Você deixa seus alunos falarem assim com você? — Maiara perguntou também enquanto olhava para Carla.

— Se eu pudesse já teria dado uns belos de uns puxões de orelha nela. — Digo olhando Maraisa, a qual revirou os olhos.

— Eu sei que você me ama meu anjo.

— Como você se chama? — Maiara perguntou antes que eu pudesse cogitar em pular no pescoço de Maraisa.

— Eu me chamo Maraisa e a Senhorita? — Revirando meus olhos, vi Maiara ficar vermelha.

— Maiara. Você trata todos seus professores assim?

— Os de Ed. Física sim, apesar de não gostar de História, até que sou uma amorzinho com a Prof Carol.

— Vai pra sala Carla, você fala demais. — Digo já irritada, a mesma apenas me mostrou a língua e saiu andando.

— É isso que eu tenho que aturar todos os dias. Certo, nem todos os dias, mas..

.....

Sweet MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora