Maraisa:
Bocejando, eu prendia meu cabelo em um rabo de cavalo. Há dias que estava de ir ao cabeleireiro para cortá-lo, sabe mudar o visual um pouco, mais a preguiça sempre bate.
Subindo as escadas para o segundo andar do colégio, arrumei a armação de meus óculos em meu rosto. Sim, óculos, eu perdi minhas lentes de contato com graus, Deus sabe o quanto eu odiava aquelas coisas.
Deus é muito bom, por fazer Mamãe ter diversos casos para resolver no Tribunal. Assim com pouco tempo, ela acaba esquecendo de comprar outras lentes. O que não muda nada, meu óculos custou um fígado meu, tudo bem, não foi tudo isso. Custou uns 300 contos, mas ainda, é muito caro. E só uma lente de contato com grau, custa uns 500 contos.
- Voltou a usar seus óculos. Humm, que gata.
- Deixa de ser otária Naiara. - Dou um leve empurrão na mesma, a qual ri e envolve seu braço ao meu.
- Você fica linda de óculos, sentia saudades de vê-la usando ele. - Comenta Naiara o removendo de meu rosto, o que me fez enxergar apenas borrões e sentir meu corpo ir de encontro ao de alguém muito forte.
- Scheiße! - Exclamo segurando fortemente ao corpo para não cair no chão.
- Ainda deu para xingar em alemão? Que bonito, garotas bonitas não podem falar palavrão. - Escutando aquela voz rouca e suave soar pele meus tímpanos, como o som melódico de uma harpa, senti todos os pelos de meu corpo se arrepiarem.
"Que merda é que eu estou pensando?"- Scheiße, não é palavrão. Até aonde eu saiba, merda não é palavrão Professora. - Me soltando de seus braços fortes, tive meus óculos posto de volta em minha face.
- Bem melhor.- Mesmo assim, uma garota não pode falar palavras chulas como essa. - Revirando meus olhos, cruzei meus braços abaixo de meus seios.
- Chulas. Se eu quiser eu falo merda o quanto eu quiser, até porque você é minha professora e não minha mãe para me dizer o que eu devo ou não dizer.
- Olha Maraisa, eu não vou ficar aqui me dando o trabalho de discutir com você. Já me cansei desse seu jeito imaturo. - Marília diz andando, apenas dou de ombros e caminho para minha sala.
Mulher insuportável, se acha a última bolacha do pacote. Nem se ela fosse meu último leite fermentado, meu último yakult da embalagem eu iria tratar ela bem.
- Você daqui a pouco faz um furo na parede. - Naiara diz mexendo em algumas mexas de meus cabelos.
- Eu? Porque?
- Você com esse olhar mortal ai, daqui a pouco solta raios laser pelos olhos que nem Superman. - Revirando meus olhos enquanto ria, Professora Carolina adentrou nossa sala.
- Se eu tivesse o poder do Superman, eu já teria feito uma buraco bem no meio da testa da Marília. - Comento o que seria a mais pura verdade e Naiara gargalha.
Luccas não veio ao colégio hoje, pois estava com catapora, isso que dá não pegar quando se ainda é bebê. Mas o infeliz até que é sortudo, talvez fique semanas ou meses sem vir para escola, não sei por quanto tempo isso dura.
No caso, ele ficaria em casa, dormindo, assistindo, jogando games, se empanturrando de comida. Enquanto eu tenho que vir para o colégio e ter que aturar Marília. Até quando eu não quero pensar nela eu penso, Deus é mais.
....
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Moon
Historical FictionCom a saída do professor de educação física a turma do 3ano B, ganha uma nova educadora. Maraisa de começo, não gostava nem um da mais velha. A qual havia colocado a mesma pra participal das suas aulas que não gostava nem um pouco. Marília por outro...