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Marília :


Escutando as palavras que Carolina proferia contra Maraisa, senti uma vontade imensurável de entrar dentro daquele banheiro, e falar umas poucas e boas para aquela mulherzinha nojenta.

Entrando no mesmo, a mulher de pele morena, cabelos negros como a noite e olhos cor de mel, me olhou um pouco assustada, mais logo sorriu de lado e arrumou seu blazer.

Passando por mim, senti o cheiro de falsidade pairar no ar. Me aproximando da suposta cabine em que Carla estava, dei três toques na porta.

— Me deixa em paz, por favor Marília. — Mordendo meu lábio inferior, me neguei a deixar aquela menina ali, fragilizada emocionalmente sozinha.

— Não, eu não vou deixar você aqui sozinha. Você pode ficar ai dentro ser quiser, mais me recuso a lhe deixar aqui sozinha. — Respondo a mesma, não obtendo nenhuma resposta, me encostei na parede.

— Você foi embora? — Sorrindo de lado, arrumei meu cabelo atrás da orelha.

— Eu disse, não vou te deixar aqui sozinha. — Digo novamente. Maraisa poderia ser essa garota chata, mimada e insuportável quando quer.

Mas quando quer, sabe ser divertida, engraçada e super amigável. É leal aos seus amigos, vejo o quanto ela ama os dois. O pouco que conheço dela, vejo que ela têm múltiplas personalidades, é só não mexer com a errada e está tudo resolvido.

— Eu ouvi o que ela disse para você Carla, não liga para o que ela diz. Não deixe que essas palavras te firam, que te machuquem, não deixe ela te machucar desse jeito. — Digo sentindo meu coração falhar, eu e Marsisa poderíamos ter nossas diferenças em algumas coisas, mais eu jamais permitiria que machucassem essa menina dessa forma.

— Ela está certa Professora, eu sou, sou.. Tudo séria tão mais fácil se eu gostasse de garotos como todas as outras garotas normais. — Sua voz rouca e baixinha denunciavam seu choro e aquilo fez com que meu coração se partisse ao meio.

— Maraisa, me escuta por favor. Não diga isso, você é normal, normal do seu jeitinho. Só você sabe ser a Maraisa chata e insuportável, aquela que me tira do sério, que me faz ter vontade de lhe dar uns tapas, ai só Deus sabe o quanto me seguro para não fazer isso. — Digo e escuto ela dar um breve risinho.

— Você acha que eu sou normal por gostar de garotas?

— Claro que você é normal Mara. Isso não te torna menos humana do que qualquer outra pessoa, isso não te torna uma aberração ou seja lá o que aquela mulher lhe falou. — Suspiro mordendo meu lábio inferior. — Você é especial do seu jeitinho, nem se você fosse um peixinho fora d'água isso te tornaria menos pessoa do que eu, ou do que ela. Tudo bem que você seria um peixinho, mais ainda sim, seria a Carla Maraisa.

— Marília, ela têm razão. Eu beijei ela, eu não deveria ter feito, isso, não se deve fazer isso com mulher alguma, é errado, Deus abomina. — Respirando fundo, mordi meu lábio inferior.

— Sim, você realmente não deveria tê-la beijado, mas isso não quer dizer que ela deva lhe tratar assim, te julgar por você ser lésbica e dizer aqueles tipos de coisas para você. Se te serve de consolo, eu também gosto de mulheres, minha mãe surtou quando soube, ela quase arranco.. — Parando de falar para não dizer o que eu não diveria, Maraisa deu um breve riso.

— Você ia falar bolas? — Perguntou a mesma parecendo querer rir do meu comentário, sorrindo me aproximei da porta encostando minha testa na madeira.

— Sim, eu iria falar isso mesmo. O que eu quero dizer é; A opinião dos outros não importa, a única opinião que você tem que se importar, são das pessoas que realmente te amam, que querem seu bem e que mesmo surtando, vai te aceitar do jeitinho que você é. Talvez algumas pessoas ao seu redor não aceitem no início, mais só o tempo dirá se eles realmente merecem ter você em suas vidas. — Digo. Sem obter resposta alguma da mesma, continuei ali. Só me afastei da porta quando escutei a mesma destrancando.

Olhando para aquele belo rostinho, Maraisa estava com seu nariz e olhos vermelhos, sem contar que seus belos olhinho estavam inchados.

— Vem cá minha menina.. branca de neve. — Chamo a mesma, a qual sorri sem graça e vem até mim.

Branca de neve, porque Maraisa é branquinha dos cabelos negros. Seus cabelos são tão negros quanto o mesmo  e sua pele tão branca quanta as nuvens..Talvez eu não tenha mencionado esses pequenos detalhes antes, porque eu não tenha reparado tanto na mesma.

Seu rosto havia uma coloração rosada em suas bochechas, seus olhos eras duas jabuticabas e seus lábios carnudos rosados, me lembrava o pingete de Rubi do colar que eu lhe dei.

— Professora, você gosta de mim mesmo? — Olhando para aquele rosto angelical, suspirei dando um sorriso de lado.

— Sim, eu gosto de você. Apesar de você ser realmente insuportável. — Comento  e a mesma revira os olhos, rindo de seu ato Maraisa foi lavar seu rosto.

— Maraisa, não ligue para essas pessoas que só querem te machucar. Sempre que você se sentir mau e precisar de alguém para conversar, eu estarei de braços abertos para receber você junto de seus problemas. Seja ele qual for, estarei de braços abertos para receber você.





MARÍLINHA PERFEITA

Sweet MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora