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MARAISA:

— Eu já disse que não vou CORRER.

— Quero ver você não correr quando seu boletim chegar na sua casa — Revirando meus olhos, cruzei os braços e me virei de costas para a mesma.

— Vai agora para aquela merda de quadra, AGORA Carla Maraisa — Ignorando a mesma, continuei olhando para o nada.

— Se você não vai por bem, vai por mal — Sentindo seus braços envolverem minhas pernas, senti ela jogar meu corpo por cima de seu ombro, o que me fez ficar assustada de imediato.

— Me solta sua doida, me coloca no chão maluca — Batendo em suas costas, ela me ignorava, nem gritando e chamando ela de louca ela me colocava no chão.

Vendo a mesma entrar no vestiário comigo, ela me colocou no chão e cruzou seus braços, assim como eu fiz o mesmo.

— Você vai agora mesmo pegar a merda do uniforme e colocar agora, eu não sou sua mãe, não sou seu pai, sou sua professora, e você vai me respeitar, porque não estou aqui para ser babá de criança mal-criada, com falta de educação e muito menos mimada. — Me sentando no banco, escutei a mesma respirar profundamente.

Vendo ela procurar meu armário, ela quebrou o cadeado do mesmo. O que me deixou um pouco assustada pela força bruta da mesma, ela pegou meu uniforme e jogou em cima de mim.

— Minhas aulas, minhas regras, agora coloca essa merda de uniforme e quadra, você só saí da minha aula, após dar 100 voltas na quadra inteira.

— Sua maluca psicopata, se eu morrer dando cem voltas nessa quadra, eu volto para te arrastar para o inferno — Digo exaltada, a mesma apenas revira os olhos.

— Meu bem, nós já estamos no inferno. Agora coloca esse uniforme agora e QUADRA. — Bufando, a mesma saiu me deixando sozinha.

Assim que a mesma saiu, comecei tirar minha roupa revoltada da vida.

— Quem ela pensa que é? Para ficar me dando ordens assim? Eu faço o que eu quiser, e se eu não quiser correr na quadra, eu não corro — Resmungo colocando o uniforme de Ed. Física. Amarrando meu cabelo, chutei minhas roupas, saindo do vestiário, senti vontade de morder a canela dela bem forte de tanta raiva.

— Eu não vou correr na quadra, você não manda em mim. — Digo ao sair, a mesma apenas suspirou pesadamente.

— Posso não mandar, mas não acho que sua mãe adoraria receber uma ligação da Diretora em meio ao Tribunal, não é mesmo?

— Você joga sujo, eu não gosto de você. — Digo já me alogando, a mesma apenas deu um breve riso e se sentou na arquibancada.

— Agora ande, comece a correr se não quiser dar mais 100 voltas na quadra inteira. — Revirando meus olhos, mostrei a língua para a mesma a qual sorriu vitoriosa.

— Te odeio sua ridícula.

— Aww que fofo, isso até aquece meu coração, agora anda. — Bufando comecei minhas 100 voltas, na décima volta, eu já estava morrendo. Eu pensei que já teria desfalecido na quinta, o que para mim foi uma surpresa já que comecei morrer só agora.

— Anda mocinha, não tenho o dia inteiro, ainda faltam 90 voltas. — Querendo matar a mesma, comecei a correr novamente. Eu estava quase desmaindo de tanto correr, eu sentia que poderia ir à óbito a qualquer momento.

— Vai Carla, faltam apenas 20 voltas, você está quase lá menina.

— Não enche, vai fazer algo da sua vida que você ganha mais — Digo quase parando, mais logo volto a correr, dando uns tropeços ou outro.

Finalmente terminando de correr, eu sentia minha barriga doer, a respiração falhar e minhas pernas tremerem. Vendo a mesma se aproximar, ela parou em minha frente me entregando sua garrafinha de água.

— Aqui, pode tomar, é água com gás, não sei se você gosta, mas..

— Obrigada pela água, mais ainda sim te odeio. — Digo tomando um gole grande, a mesma apenas revirou os olhos.

— Vai tomar um banho e suba para sua sala de aula. — Entregando a garrafinha para a mesma, saí andando deixando ela para trás.

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Sweet MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora