Only One - Sirius Black

Desejo Mais Profundo

Eu estava atrasada para aula de Feitiços, corri pelos corredores evitando qualquer conhecido que cruzasse meu caminho.

Faziam dias que eu estava evitando meus amigos. Snape, Emma e Regulus me procuravam e tentavam conversar comigo mas eu nunca estava la.

O motivo do meu sumiço? Eu estava na banda dos garotos mais otarios de toda Hogwarts, e esconderia isso deles o máximo que eu pudesse.

Já meu outro problema era tentar evitar Black sendo vocalista e ele guitarrista, o clima entre nós estava cada vez mais estanho, e eu precisava evitá-lo o máximo possível.

– Atrasada, senhorita Greeney, sente-se.- Professor Flitwick me repreendeu.

Infelizmente o único lugar disponível era entre Sirius e Severo, duas pessoas que eu estava fugindo e se pudesse sairia correndo.

–Pss.- Sev chamou minha atenção.- Podemos almoçar juntos hoje? Você anda distante.

–Claro.- forcei um sorriso, eu odiava não estar presente para os meus amigos, mas esconder coisas era pior ainda, e Severo nunca entenderia o motivo de eu querer fazer parte daquele banda.

O motivo era tão simples, eu simplesmente amava música, tocava piano mas fazer parte de algo era diferente, e tocar aquela música trouxa foi o máximo.

–Ei, precisamos falar sobre aquela coisa que você sabe o que é.- Sirius sussurrou para mim do outro lado.

–O que? Q-que coisa?- eu gaguejei sem querer.

–Nervosa de falar comigo?- ele riu.

– Cala a boca, o que você quer?-perguntei finalmente abrindo meu livro.

–Sobre a...- Sirius fez gestos de guitarra e bateria, e eu revirei os olhos.

–Conversamos depois do almoço, agora por favor finge que eu não existo.- pedi.

Todas as vezes que eu conversava com Black era estranho. Eu odeio Sirius Black, afirmei mentalmente apenas para não perder o costume, mas não adiantava coisa alguma.

–Senhorita Greeney e Senhor Black.- Professor Flitwick chamou nossa atenção, eu sinceramente não aguentava mais levar lição de moral de professores.- Venham até aqui.

Não era lição de moral, ele queria voluntários, e claro que aproveitou os dois idiotas que estavam conversando no fundo da sala. As vezes eu queria ter o controle de ficar quieta, assim esse tipo de coisa não aconteceria.

Caminhamos até a frente da sala e eu finalmente notei o enorme espelho ao lado do professor, era bonito e tinha uma moldura impecável, com certeza era mágico.

–Este é o Espelho de Ojesed, mostra o desejo mais profundo de quem o vê.- Flitwick explicou, eu já ouvira falar daquele espelho.- Senhores, digam à turma o que vocês veem.

Eu fui a primeira, no começo eu pensei que não estivesse funcionando, mas então eu entendi. Tudo que eu vi no reflexo do espelho foi eu e Sirius.

Eu só podia estar louca, aquilo não era possível. Eu odeio Sirius Black.

Por que aquilo apareceu no espelho? Merda, merda, merda.

Eu só podia estar maluca, aquilo estava errado, só podia estar. Eu fiquei alguns segundos parada ali apenas esperando a imagem mudar, mas não mudou.

–Demorou demais.- Sirius me puxou pelo braço me fazendo gelar.

Foi a vez dele de se olhar no espelho, eu não fazia ideia do que ele estava vendo, mas sua reação foi a mesma que a minha.

Ele me olhou por um segundo e se virou pra o espelho novamente. A classe toda estava nos olhando esperando que alguém dissesse algo, meu coração veio na garganta.

Minha cabeça girou e tudo que eu fui capaz de fazer foi olhar para Sirius e sair da sala, deixei tudo para trás e apenas sai daquele lugar que estava fazendo minha respiração oscilar.

Eu me encostei na parede de pedra do lado de fora e apenas respirei fundo, eu só queria que aquilo não estivesse acontecendo.

– O que você fez?- Sirius parou na minha frente e eu finalmente notei que ele havia me me seguido.

– Eu não fiz nada.- disse de cabeça baixa.

– Então por que eu vi você naquele maldito espelho? Me diz, Mary, que feitiço idiota você colocou no espelho?- ele falava com urgência, minhas bochechas queimaram com a revelação.

– Você me viu no Espelho de Ojesed?- perguntei finalmente olhando em seus olhos, verdes acinzentados com pontinhos castanhos.

– Quanta surpresa, Greeney! Que feitiço você colocou no espelho?- ele insistiu.

– Eu não coloquei feitiço nenhum naquela droga de espelho, seu idiota!- falei no mesmo tom que ele.

– Se não colocou nenhum feitiço então por que você fugiu?- ele perguntou cruzando os braços.

– Eu não fugi.- não tinha cabeça para dizer nada além daquilo.

– Espera que eu acredite que não foi você? Você é sempre o objeto do meu estresse diário, está sempre fazendo algo para me deixar irritado, na verdade, às vezes você só precisa existir para me deixar nervoso. Me de um motivo para eu acreditar que não foi você Greeney, só um.- Black continuava insistindo, a raiva por ele não acreditar em mim subiu no meu peito.

– Eu também te vi no espelho, seu imbecil idiota.- falei dando as costas e tentando andar o mais rápido possível.

Eu fui impulsiva, nao devia ter dito nada e deixado ele acreditar que eu havia posto um feitiço no espelho, mas eu odiava que duvidassem de mim.

Eu passei o resto do tempo livre trancada no dormitório, mantendo a cabeça ocupada para não pensar no que tinha acabado de acontecer, eu só podia estar no inferno.

Meu desejo mais profundo era Sirius Black, e eu era o dele.