Já fazia uma semana de chuva intensa em Londres, a casa dos Potter se tornava entediante com o tempo que passávamos lá dentro.
Naquele dia os Potter haviam saído, deixando apenas eu e Black sozinhos na enorme sala de jantar com apenas um xadrez bruxo e dezenas de edições do Profeta Diário que diziam a mesma coisa.
As trevas tomavam o poder cada vez mais, aquilo me preocupava quase como eu estava preocupada com o modo que Sirius estralava as juntas dos dedos e respirava fundo.
– Como você consegue estar tão calma?- ele foi o primeiro a dizer alguma coisa.
– Por que você não está calmo?- retruquei.
Sirius pegou a pilha de jornais que estavam ao lado do sofá e as jogou com força na mesa de pedra logo na minha frente, ele estava falando dos ataques.
– Sirius, você não é o único que quer resolver os problemas do mundo.- falei.
Eu estava certa, e ele sabia disso. O Ministério estava cuidando dos bruxos das trevas, e melhor que isso, a Ordem da Fênix também estava.
Eu percebi as mãos de Black tremendo, ele estava sentado no sofá de frente ao meu, eu pude ver perfeitamente sua preocupação.
– Há pessoas tentando combater as trevas, se ficar focado nesse jornal você vai enlouquecer.- falei abrindo um livro de História da Magia o qual eu já estava na metade.
– O Ministério não está dando conta.- ele respondeu.
– Não falo sobre o Ministério, Black.- ele me olhou com uma expressão questionadora.- Digo isso porque foram essas pessoas que me trouxeram aqui, me salvaram do meu pai Comensal da Morte e me colocaram sob proteção dos Potter, aparentemente Euphemia e Fleamont são pessoas de confiança para eles.
– Eles quem?- Sirius perguntou antes de nos assustarmos com um raio e um trovão que causou um apagão na casa dos Potter.
Eu peguei minha varinha que sempre estava comigo e com um feitiço iluminei a sala em que estávamos. Já fazia alguns dias de chuva que eu havia percebido o quanto Black odiava trovões, ele sempre se assustava.
– Vem, me ajude a encontrar velas.- pedi e o garoto veio atrás de mim em direção à dispensa.
–Você não me respondeu, quem te salvou do seu pai?- ele insistiu na pergunta enquanto eu abria os armários em busca da luz, literalmente.
– Andrômeda e Ted Tonks.- ele parou imediatamente de me ajudar com a procura para me lançar um olhar de surpresa.- Mencionaram uma tal de Ordem da Fênix, creio que seja uma organização secreta que combate as trevas, nunca li sobre ela no Profeta Diário, e até hoje meu pai consta como desaparecido.
– Isso é bem a cara da Andrômeda.- Sirius comentou, pelo que disseram sobre ela, era mesmo.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, e quando eu finalmente encontrei a vela, Black acendeu com um feitiço e eu pude ver o quanto seus olhos estavam escuros, aquilo só acontecia quando ele estavam com ciúme, raiva ou preocupação.
– O que foi?- perguntei.
Tive a impressão de que mudaríamos drasticamente de assunto, mesmo que Sirius estivesse preocupado com a ascensão das trevas, dava pra ver que havia outra coisa que o deixava inquieto.
– Mary, eu deveria ter dito que sentia aquele dia.- ele lamentou.
– Deveria, Sirius.- falei olhando diretamente em seus olhos verdes acizentados, os olhos que eu estava evitando olhar mas que sempre me rendia.
– É tarde demais para dizer? - eu soltei a respiração, eu tanto ouvir aquilo que não pensei duas vezes antes de assentir.- Eu me apaixonei por você, Greeney, muito antes de você se apaixonar por mim.
Eu respirei fundo, como ele podia ter se apaixonado por mim antes? Nós nos odiávamos.
– Me apaixonei pelo modo como sempre defendia seus amigos, pela forma como sempre ignorava qualquer coisa ao seu redor quando estava fazendo algo que realmente gosta, e pelo jeito que você sempre conseguia me tirar do sério com a menor das ações.- ele falava com dificuldade, mas eu deixei que ele continuasse.- Talvez eu até tenha te odiado quando éramos crianças, talvez até o quarto ano, até você aparecer desse jeito e começar a tirar meu fôlego toda a vez que passava por mim.
Ele analisou meu corpo todo, isso fez meu estômago gelar e minhas costas se enrijecerem.
– Eu não consigo ficar longe de você Mary Greeney, ficar sem você é como drenar todo o sangue do meu corpo.- Sirius terminou, nós estávamos a milímetros um do outro apenas tentando controlar nossas respirações enquanto olhávamos um nos olhos do outro.
– Sirius, eu...-tentei dizer.
–Diz que precisa de mim.- ele pediu alternando entre olhar para meus olhos e para minha boca.
– Eu preciso de você, Black.- falei quase como um sussurro.
Sirius me empurrou em direção a parede com as mãos na minha cintura me causando arrepios pelo corpo todo antes de me presentear com o beijo mais quente que ele poderia dar.
Aquele era o meu primeiro beijo, mas mesmo assim eu pude sentir que Black não queria me beijar, ele precisava me beijar.
Eu segurei em sua nuca para aprofundar o beijo e senti as mãos de Sirius apertarem ainda mais o meu corpo antes dele descer o beijo para o meu pescoço.
Ouvir a respiração dele no meu ouvido fez minha pernas bambearem, eu ofeguei fazendo com que Sirius desse mordidas leves enquanto soltava uma das mãos da minha cintura para me segurar pelo cabelo.
Afastei Black de mim por alguns segundos apenas para poder tirar sua camiseta, eu adorava seu corpo forte e senti-lo contra mim era uma sensação incrível.
– Se esqueceu de que estamos na despensa?- ele perguntou sorrindo.
– Como se você se importasse.- sorri me aproximando de seu ouvido.- Eu te disse que precisava de você.
Continuei beijando Black enquanto ele desabotoava meu sutiã e o tirava por debaixo da blusa, mas assim que ele o fez as luzes se acenderam.
A energia havia voltado, e os Potter também.
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Only One - Sirius Black
Fiksi PenggemarEM REVISÃO Tudo que Mary Greeney sentia ao olhar nos olhos de Sirius Black era o mais puro ódio, mas é claro que não era apenas isso. "Posso fugir de você, te ignorar, afirmar um milhão de vezes eu te odeio, mas nada vai mudar o fato de eu ter me a...