Only One - Sirius Black

Crucio

Já estávamos em Maio, faltavam apenas dois meses para que minha filha nascesse, e apenas alguns dias para que Cissa desse a luz ao herdeiro dos Malfoy, o babê Draco.

Os dias eram cada vez mais difíceis, minha gravidez gerava cada vez mais dúvidas entre os Comensais da Morte, afinal, não era dúvida de que minha filha era de Sirius Black.

Eu era cada dia mais vigiada, o  Lorde das Trevas havia me oferecido muitos cuidados durante os últimos meses, mas eu sabia que aquilo tudo era apenas para que ele tivesse certeza que eu não mantinha contato com o pai do meu bebê.

Naquele dia a vista do meu quarto na Mansão Malfoy era limitada pela neblina, um dia frio e chuvoso, e mesmo que eu gostasse daquele clima, era difícil continuar gostando com se morava em um ambiente daquele.

Era uma quinta-feira, o dia em que eu e Black trocávamos cartas. Eu senti muito sua falta, e ele escrevia sobre a saudades que estava de sua noiva e sua filha, era o único dia em que eu conseguia sorrir mesmo estando naquela mansão dos infernos.

A coruja da Ordem chegou com um envelope e logo voou de volta para a sede, o envelope vinha sem selos a algum tempo, meus amigos temiam pela minha segurança, e deveriam mesmo.

-- Recebendo cartas...- ouvi uma voz irritante vindo da minha porta entre-aberta.

-- Pensei que ainda não haviam me proibido de receber correspondências, não como me proibiram de deixar a mansão...- falei sem pensar muito.

-- O Lorde das Trevas só está está preocupado com seu bebê, não pode culpá-lo, levando em conta o histórico do pai...- ela riu fino, quase desejei não ter audição.

-- Sirius não sabe sobre o bebê.- menti.

-- E porque recebe cartas dele?- Bella começou a se aproximar de mim, não poderia permitir que ela pegasse aquele envelope.

-- É melhor me deixar sozinha, Bellatrix.- falei protegendo o envelope.

-- Como será que nosso Lorde das Trevas vai reagir quando descobrir que você mantém contato com quem tanto negou, essa mentira pode não fazer bem para uma garota grávida.- ela me ameaçou ainda se aproximando.- Crucio!

Eu não consegui me manter de pé, a maldição da tortura era impossível de se livrar, poderia te fazer delirar de tanta dor. Eu sentia como se estivesse tendo todos os meus ossos quebrados ao mesmo tempo, e mesmo assim só conseguia pensar em Alya dentro do meu ventre.

-- Bella, por favor.- eu implorei com lágrimas nos olhos.- Meu bebê.

-- Bellatrix!- ouvi uma voz feminina vir de traz da bruxa, Narcisa.- Estupefaça!- A varinha de Bella voou para longe.

Eu continuei no chão enquanto ouvia Cissa  gritar com a irmã, a sensação que eu tinha já era diferente de todas as que eu havia sentido. Coloquei minha mão por debaixo da minha saia, havia sangue.

-- Cissa.- falei sem muitas forças.- ela vai nascer.

--O que? Está cedo demais.- Narcisa veio até mim enquanto eu via Bellatrix deixar o quarto sem dizer uma palavra.- Vou chamar um médico, você não tem condições de ir para um hospital.

Eu não conseguiria me manter acordada, meu corpo latejava, e o nervosismo faria com que Alya nascesse naquele momento, mesmo prematura.

-- Cissa, precisa me prometer uma coisa.- ela segurou minha mão.- Se algo acontecer comigo, você vai cuidar dela até que Sirius a encontre.

-- Mary...- ela falou.

-- Prometa!- eu pedi fazendo força para falar.

-- Eu prometo.- ela falou doce, eu podia confiar em Narcisa.

Não demorou muito para que meus olhos se fechassem lentamente, eu não veria minha filha nascer.