🌻Capítulo 36🌻

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...2 meses...

Pov. Mew

- Mãe, tá tudo pronto? - tô super ansioso, os pais do Gulf vão vir almoçar aqui em casa e eu preciso conquistar o meu sogro, eu tenho quase certeza que ele me odeia.

- Tá tudo pronto querido, se acalma ou você vai dar um treco. - minha mãe me provoca.

- Agora você sabe como é difícil conquistar um sogro. Não era você que dizia que era moleza, agora você tá vendo que não é tão fácil assim. - meu pai começa a rir da minha situação, eu costumava a rir dele toda vez que ele contava como foi difícil conquistar a confiança do vovô e que parecia uma missão impossível. É, agora eu não acho mais graça.

- Valeu pai, o senhor sabe como me animar.

- Para de provocar ele querido, não tá vendo que o menino tá quase correndo pro banheiro.

- Mãe!

- Desculpa querido, mas a sua cara tá muito engraçada.

- Obrigado viu, valeu mesmo pelo incentivo.

- Disponha, sempre que você precisar. - eles caem na gargalhada e eu me jogo no sofá, mas logo dou um salto ao ouvir a campainha tocar. - São eles, eles chegaram! Por favor, me ajudem.

- Claro querido, estamos aqui pra isso. - minha mãe tenta me tranquilizar, mas não teve muito efeito.

Assim que a tia Jah abriu a porta, vejo o lindo sorriso do meu namorado e por um instante respiro aliviado e feliz, mas não demorou muito, assim que olhei para trás dele dei de cara com um sogro com olhos ferozes que arrepiou à minha espinha.

- Sejam muito bem vindos à nossa casa, estávamos ansiosos para recebé-los. Já estava com saudades Gulf. - minha mãe os recepcionou e assim que à viu Gulf venho comprimentá-la e logo em seguida o meu pai.

- Nós nos sentimos muito honrados com o convite, nosso filho fala muito bem sobre vocês. - a mãe de Gulf é uma mulher muito doce e gentil, assim como o filho.

O pai de Gulf é um homem de poucas palavras, não se pronunciou muito durante o almoço, já a mãe dele e a minha se tornaram amigas de infância na velocidade da luz. Assim que o almoço acabou, eu e ele resolvemos dar uma volta pelo jardim e deixamos "os adultos conversarem" como a minha mãe disse.

- O que houve? - Gulf me pergunta preocupado quando vê a minha cara de desânimo.

- Nada.

- Desembucha Suppasit.

- Poxa Gulf, já tem um bom tempo que a gente tá junto e o seu pai ainda parece me odiar. - desabafei.

- Ele não te odeia amor, ele só é zeloso comigo e com a minha irmã e pra ele ainda é difícil o fato de eu não ser hétero.

- Eu entendo, mas depois de um tempo eu achei que ele se acostumaria comigo.

- E ele se acostumou ou não estaríamos aqui. Vou te contar um segredo, mas não fala pra ele que eu te contei viu.

- O que?

- Toda vez que ele me liga, ele pergunta por você.

- Na certa é pra saber se você já me largou.

- Para de ser dramática, meu pai é um cara legal.

- Com você eu sei, mas comigo... Você já viu o jeito que ele me olha? É como se fosse pular no meu pescoço a qualquer momento.

- Larga mão de ser exagerado, você vai ver como vocês vão ser super amigos no futuro.

- Isso aí eu tô pagando pra ver.

- Meninos, venham aqui por um instante. - Minha mãe nos chama e um frio percorre a minha espinha.

Entramos em casa e meu pai pediu que eu fosse até o escritório conversar com o pai do Gulf.

- O..o.. olá senhor Traipipattanapong.

- Não precisa gaguejar, eu não vou te morder.

- Desculpe.

- Eu sei que ainda tem muita coisa nesse mundo que eu preciso entender e aprender a conviver, mas eu nunca pensei que o meu filho, iria amar um homem.

- Eu ó amo muito senhor e ...

- Eu ainda não terminei.

- Claro, me desculpe.

- Quando Gulf me contou que não gostava de mulheres, eu fiquei cego pela raiva, quis dar-lhe uma surra até concertá-lo, mas logo em seguida vi que ele não era uma coisa estragada para que eu concertasse, e depois dá raiva veio a frustração, eu quis saber onde que eu tinha errado na educação dele para que ele se tornasse isso, mas depois eu vi que eu não tinha errado em sua educação, que o meu filho era uma pessoa extremamente especial, honesto, forte, bondoso, inteligente, carinho e que se tinha alguém que precisava de concerto, esse alguém era eu, porque não se pode mudar a essência de ninguém, o meu filho nasceu gay e vai morrer gay e é assim que ele é e eu tenho muito orgulho do homem que ele se tornou. Mas eu também tenho muito medo, medo por ele, porque esse mundo é cruel, é violento, intolerante e não respeita as pessoas do jeito que são, nossa sociedade é muito preconceituosa e eu fazia parte disso. Você não sabe o que é viver com o medo de receber a notícia que seu filho foi espancado até a morte, ou que ele foi abusado por alguém. Meus filhos são tudo que eu tenho de mais preciso, assim como a minha esposa é claro, e o medo de perde-los é horrível. - ele limpa uma lágrima que escapa de seus olhos. - É por isso que quando o Gulf me disse que vocês estavam namorando, pareceu que eu te odiava, mas na verdade o que eu sinto é medo, medo pelo que vocês vão enfrentar pela frente. Saber que o Gulf era gay já me preocupava bastante, mas como ele nunca tinha ficado com homem nenhum, isso até que me tranquilizava um pouco, mas agora ele tem um namorado, ele foi espancado pelo seu ex namorado e sabe-se lá o que mais pode acontecer. - me sinto culpado pelo o que aconteceu com Gulf, eu nunca quis isso.

- Perdão, eu jamais quis algo acontecesse com ele, eu entendo o senhor não me aceitar como genro, mas eu quero que o senhor saiba que eu amo muito o seu filho, ó amo como nunca amei ninguém antes. - sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Eu sei que esse amor é verdadeiro, assim como o amor que o meu filho sente por você, e é por isso que eu abençoou o namoro de vocês...

- Eu sei que eu não mereço, mas eu vou lutar e... Pera aí, o senhor o que? - me sinto confuso e ele ri da minha expressão.

- Eu abençoou o seu namoro com o meu filho, mas com três condições...

- Eu faço o que o senhor quiser.

- Primeiro, pode me chamar de pai, você já é da família, segundo quero que você ó respeite muito e terceiro eu quero que você ó faça muito feliz.

- Eu vou fazer... Pai.

- Vem cá e me dá um abraço. - nos abraçamos e deixamos a emoção rolar. Assim que saímos do escritório me deparo com um Gulf apreensivo e ansioso, mas assim que o seu pai se aproxima de mim e me abraça em sua frente pude ouvir o seu suspiro de alívio do outro lado da sala.

- Obrigado pai. - ele corre até a gente e abraça o seu pai.

- Não precisa me agradecer, eu só quero a sua felicidade, até porque se eu não deixasse você não iria me obedecer mesmo, então pra que ficar esticando esse sofrimento.

- Eu te amo muito pai.

- Eu sei, eu também te amo muito. Você, a sua irmã e a sua mãe, são tudo pra mim e eu só quero que vocês sejam felizes. - eles se abraçaram mais uma vez, só que dessa vez o pai dele também me puxou para o abraço.

Eu prometo dedicar todos os dias da minha vida para fazer do Gulf o homem mais feliz do mundo. O nosso amor está crescendo e se fortalecendo a cada dia que passa, e eu sou tão grato por tê-lo em minha vida. Agora sim, sinto que abandonei de vez todos os fantasmas do meu passado que me impediam de viver e ser feliz, e isso tudo graças à você, o amor da minha vida, Gulf Kanawut.

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A Aposta  ✿MewGulf✿ Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora