Pov. Gulf
Acordo todo dolorido, olho pro lado e vejo que estou em um quarto desconhecido, sinto alguns aparelhos ligados ao meu corpo e vejo Mild dormindo em um sofázinho ao lado da minha cama.
- Mild..- chamo o seu nome com muita dificuldade.
- Gulf, graças a Buda você acordou. - ele está eufórico e com os olhos cheios de lágrimas.
- Onde é que eu tô?
- Você tá no hospital, você sofreu um acidente de moto muito grave, passou uma semana dormindo. Nunca mais me dá um susto desses, eu não posso perder o meu irmão. - ele começa a chorar, mas logo se recompõe. - Eu vou chamar o Mew, ele foi na cantina comer alguma coisa.
- Não, você não vai chamar ele. Eu não quero ver ele nunca mais. - começo a me agitar ao ouvir o nome daquele traidor, todas as memórias daquela noite voltaram com força total.
- Tá bom, calma. Não se agita dessa forma, o que ele fez? - nessa hora a porta do quarto se abre e ele aparece, não consigo parar de chorar, é como se eu tivesse tanto pavor dele que eu não aguento nem olhar na sua cara.
- Gulf, meu amor você acordou. - ele está pálido, com uma feição de cansaço extremo.
- Não me chama de meu amor, vai embora daqui. - ele tenta se aproximar chamando o meu nome, mas Mild o segura com uma força que nem eu sabia que ele tinha.
- Vai embora daqui Mew, eu não sei o que você fez com ele, mas se ele não quer você aqui, você não vai ficar.
- Desculpa Mild, mas não é você que vai me impedir.
- Se não sou eu, olhe pra ele. Você tá vendo o que a sua presença tá fazendo com ele? Vai embora daqui, quando ele se acalmar se ele quiser, ele te procura. - Mew para ao olhar pra mim que não paro de tremer e chorar, Mild consegue arrastá-lo pra fora do quarto e vem correndo me abraçar e tentar me acalmar.
- Pronto, passou. Ele já foi embora, vai ficar tudo bem, passou. - ele me abraça de um jeito protetor como a gente faz com uma criança, não consigo controlar as lágrimas, eu ó amo tanto, como ele pode fazer isso comigo?
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Pov. Mew
Ver que Gulf tem verdadeiro horror de mim, acabou comigo. Deixo que Mild me coloque pra fora, não tenho forças para resistir.
Apesar de estar praticamente morto por dentro, fico mais que agradecido por ele ter acordado. Não sei o que eu faria se ele morresse por minha causa.
Volto para minha casa, pra minha surpresa meus pais estão de volta, eu praticamente morei no hospital nessa última semana, não consegui sair e deixar o Gulf lá.
- Meu querido, onde esteve? Porque você tá tão abatido? - não me controlo mais, desabo nos braços da minha mãe.
- Eu ó perdi mãe, perdi o Gulf de vez.- meu pai entra na sala e se depara com a cena, ainda é difícil pra ele o fato que eu goste de homens.
- O que aconteceu Mew? - ele pergunta, por mais que talvez ele não vá gostar da resposta.
- Eu sei que você não gosta de ter um filho gay, então é só me ignorar. - ele se ajoelha perto de mim e o que achei que seria um tapa, foi apenas um carinho na minha cabeça.
- Mew, ainda é muito difícil pra mim aceitar a sua orientação sexual, mas apesar de qualquer coisa, você continua sendo o meu filho amado e ver você sofrer nunca vai ser motivo de prazer pra mim, eu nunca vou ignorar o seu sofrimento meu filho. - enxugo algumas lágrimas e olho pra ele.
- Então porque você sempre foge de mim? Porque vocês dois nunca tem tempo pra ficar do meu lado?
- A gente trabalha muito meu amor, não queríamos negligênciar você, mas precisamos cuidar de tudo até que você se forme e assuma o hospital. - minha mãe limpa as lágrimas que não param de inundar o meu rosto.
- Sua mãe tá certa. Perdão se a gente não foi presente o suficiente, nos preocupamos tanto com o seu futuro que acabamos nos afastando de você no presente.
- Eu amo vocês.
- Nós também te amamos querido.
- Te amamos muito.
Assim que me acalmo, conto para os meus pais tudo que aconteceu com com o Gulf, eles já sabiam do Art, até porque foi por causa dele que meus pais me mudaram de colégio. Minha mãe ficou muito decepcionada com o que eu fiz, eu também estou. Meu pai se responsabilizou por toda dispensa médica do Gulf, ele disse que era o mínimo à se fazer, depois de tudo que eu tinha feito ele passar.
Subo para o meu quarto e me tranco, estou me sentindo um lixo. Eu não mereço o Gulf, mas eu não consigo ficar sem ele.
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Pov. Gulf
Depois de contar tudo que aconteceu para o Mild, vejo o meu amigo ficar vermelho de raiva, já tinha visto ele ficar com raiva antes, mas dessa vez ele tava com um olhar assassino.
- Não acredito que aquele cuzão praticamente implorou pra eu confiar no amor dele por você, pra no final ele ter feito isso.
- Eu sei, mas não vale mais a pena tocar no nome dele.
- Eu vou matar aquele escroto do Kao, eu não acredito que um dia eu torci pra vocês ficarem juntos.
- Eu não acredito que um dia eu me apaixonei por ele. Por eles.
- Gulf, eu tô do seu lado sempre.
- Eu sei, obrigado de coração.
- Mas, o que você sente pelo Mew agora? - sinto às lágrimas querendo voltar à cair novamente, mas me controlo.
- Eu ó odeio, tenho nojo dele, sinto raiva por ele ter feito eu me apaixonar por ele, eu ó amo tanto que meu peito dói só de saber que ele fez tudo isso comigo. Eu ó amo muito Mild, mas esse amor vai acabar, eu juro. - não consigo mais controlar às lágrimas, o homem que eu amo brincou com os meus sentimentos de um jeito tão cruel, eu não posso e eu não vou perdoá-lo. Eu te amo Mew, mas eu vou te esquecer.
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A Aposta ✿MewGulf✿ Livro 1
FanficSerá que um cara acostumado a usar as pessoas para o seu divertimento poderia conhecer o sentindo puro que era o amor? Será q um cara gentil, bondoso e correto poderia superar uma grande decepção amorosa? Mew Suppasit, um cara de 19 anos, acostuma...