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Pov Marília

Depois que tomei banho, a policial me jogou dentro da cela novamente, Roberta e Lauana não estavam aqui, e eu agradeci, espero que elas não voltem mesmo, me joguei na cama e fiquei pensando em como diabos eu ia sair desse lugar, e obvio, não cheguei a conclusão alguma.

Como eu não tinha nada pra fazer acabei ficando entediada, tirei a camisa branca e fiquei só com um top e a calça laranja moletom, resolvi fazer algumas flexões e abdominais, no meio dos abdominais foquei minha atenção na câmera de segurança e sorri, Maraisa tem acesso a essa câmera, será que ela tá olhando o que eu estou fazendo? Comecei a fazer os exercícios com mais vontade, quando cansava das flexões, fazia abdominais, depois de algum tempo meu corpo ficou exausto, eu me levantei do chão, meu corpo estava molhado de suor, desci mais a calça moletom, deixando na linha da minha cintura e passei minha mão tentando secar a quantidade de suor que tinha ali. Meu abdômen era bem definido, eu estava sempre fazendo alguns exercícios físicos para manter a forma. Ouvi barulho na porta e peguei minha camiseta para vestir, vi Lauana e Roberta entrarem novamente no local.

— Uau... – Lauana falou secando meu corpo, eu me apressei em vestir a camiseta, Roberta também me olhou, mas não falou nada a respeito, apenas se jogou na cama.

— Então você voltou loirinha. – Ela falou e eu a encarei.

— Acho que começamos da forma errada Roberta.

— Ela sabe meu nome Lau, interessante. Porque você veio parar aqui garota?

— Roubo. – Foi tudo que falei.

— Achei que ia falar que estava aqui presa por engano. – Dessa vez foi Lauana que se meteu na conversa.

— Realmente, você tem cara de patricinha, um corpo maneiro, olhos claros, bonita. Porque você se meteu no mundo do crime?
– Roberta falou e eu me joguei na minha cama.

— Faço isso pra sobreviver.

— Qual é garota? Você é bonita, conseguiria um emprego fácil.

— Não tenho estudo, só sei ler e escrever.

— Qual seu nome? – Lauana falou novamente, ela parecia legal.

— Marília, Marília Mendonça.

— Okay Marília, sou Lauana, aquela enjoada é a Roberta como você já sabe, sinto muito por o que aconteceu ontem. – Ela falou oferecendo a mão em um gesto amigável e eu aceitei fazendo um cumprimento.

Roberta não falou nada apenas se virou para o outro lado e parece ter dormido.

Lauana ficava na mesma beliche que eu só que em cima, eu fiquei apenas olhando para o nada e pensando em tudo. Lembrei da minha família, eu já estava morrendo de saudade deles, das brigas da Maiara com o Henrique, a Luiza implicando com a Jessie, a Rosa quase perdendo o juízo com essa galera, os torneios de dança que a gente participava, até mesmo das fugas da polícia que sempre acontecia.

— Lila? – Lauana falou da beliche de cima, logo vi apenas a cabeça dela fora da cama.

— Oi? – Falei encarando ela.

— Você é lésbica? – Ela falou sem rodeios.

— Sim. – Falei a encarando e ela sorriu, logo ela pulou da cama.

— Eu tava pensando, será que você podia me beijar? – Ela falou com vergonha e eu ri.

— Porque eu te beijaria?

— Eu nunca fiquei com nenhuma garota e queria saber como é.

— Você não apostou com azeda ali quem ficava comigo?

— A não, Roberta namora, mas não posso falar com quem.

— A então eu conheço?

— Talvez. Mas e meu beijo? – Encarei Lauana, ela era bem bonita, ela se sentou do meu lado e eu a puxei contra minha boca, Lauana se deitou por cima do meu corpo, e eu aprofundei o beijo, minha mão boba saiu explorando o corpo dela até encontrar com a bunda na qual eu apertei, em resposta Lauana deu uma mordida forte no meu lábio, ela começou a rebolar contra minha intimidade e eu estava a ponto de arrancar a roupa dela fora, e isso realmente tinha acontecido se a gente não tivesse ouvido o barulho da porta abrindo. Lauana se assustou e bateu a cabeça com tudo na cama de cima.

— Você tá bem? – Falei e ela riu.

— Sim, só doeu um pouco. – Ela falou e saiu de cima de mim, um policial entrou no quarto e eu e Prado o encaramos.

— Marília Mendonça, me acompanhe. – Ele falou e eu me levantei, o que diabos eu fiz agora?

Ele saiu me guiando pelos corredores, logo eu estava em frente a sala da toda poderosa, ele abriu a porta e eu estava novamente sentada na frente dela, o guarda saiu e eu a encarei.

— O que eu fiz agora? – Falei cruzando meus braços em baixo dos seios e ela desviou a atenção do computador pra mim.

— Marília preciso informá-la que a senhorita não está em uma colônia de férias, tenho acompanhado seu dia, você estava fazendo alguns exercícios de manhã. – A então ela realmente tava me assistindo. — Até ai tudo bem, até que te pego as beijos com Lauana, o relacionamento entre presas é inadmissível.

— A é isso, foi só um beijo. – Falei e Carla franziu os olhos para mim, era loucura minha achar que ela estava com ciúmes? Acho que sim, porque diabo essa mulher ia ter ciúmes de mim?

— Espero que isso não se repita Mendonça.

— Não foi só minha boca que estava no beijo, porque Lauana não está aqui recebendo sermão também?

— Eu não sou sua mãe para te dar sermão Mendonça, eu te dou ordens.

— Até porque se você fosse minha mãe, estaria morta. – Falei e vi o olhar severo de Maraisa baixar a guarda e virar um olhar de compaixão, ou pena.

— Desculpa, eu não sabia, sinto muito. – Ela falou tentando amenizar a fala, eu permaneci calada. — Sua advogada está te esperando. – Ela falou e eu  estranhei, eu tinha advogada? Logo um policial entrou na sala e me levou para outro ambiente, vi uma mulher de terno feminino sentada em uma das mesas e fui até ela, quando encarei o rosto eu não podia acreditar.

— Maiara?

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora