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Pov Marília

Quando cheguei no térreo Lauana já estava me esperando, entrei na van e ela cantou pneu.

- E então valeu a pena? - Lauana perguntou curiosa.

- Eu sou Marília Mendonça Lau, não sei o que vai acontecer, mas eu não me arrependo.

- Mentira, você beijou a Carlinha?

- Lau, ela tava com um vestidinho de seda que nossa, minha boceta aplaudiu. - Falei e Lauana riu alto.

- Marília eu não acredito sua vadia louca.

- Tem noção que eu subi quase metade do prédio de escadas e desci? - Falei e Prado riu alto.

- Se a Maraisa chegar amanhã na delegacia e enfiar uma arma no seu rabo, você fez por merecer, sabe disso né?

- Ela podia enfiar na minha boceta, já pensou em um sexo desses?

- Você tá facinada por ela, toma cuidado loirinha, não sabe onde está se metendo.

- Eu quero descobrir Lau. Não fale isso pra ninguém por favor, não sei se ela vai me castigar de alguma forma por ter feito isso, mas se não, eu não quero criar problemas pra ela no trabalho.

- Você tá apaixonada por ela Mendonça?

- Não né Lau? Eu só não quero o mal para ela.

- Lembre que ela é uma delegada, e você uma detenta Lila.

- É o trabalho dela.

- Tá tudo bem, já entendi, sua manicaca. - Seguimos em silêncio para a delegacia, entremos e fizemos nossas funções, depois tomamos banho e voltemos para a cela.

- Adivinha o que Lila fez. - Lauana falou pra Ro assim que voltamos, Lauana é ótima em guardar segredos pelo que tô vendo.

- Não faço ideia.

- Foi até o apartamento da chefe.

- Lauana! - Falei a repreendendo.

- Como você fez isso? Sabe que vai pra solitária não é Lila? - Ela falou mas parecia não acreditar no que eu tinha feito, acho que nem eu tava acreditando que eu fiz isso, e que a beijei, ou melhor que ela me beijou.

Dia seguinte

- Mendonça, me acompanhe. - A policial loira falou assim que voltei para a cela depois do café da manhã. Ela me algemou e eu estava novamente indo para a sala da delegada, segue normal.

Assim que entrei ela estava sentada na mesa limpando a arma.

- Tire as algemas dela e se retire. - Ela falou sem me olhar a policial fez o que ela mandou.

- Se precisar vou ficar aqui na porta. - Ela falou para a delegada e saiu.

- Te falei que a próxima gracinha você ia pra solitária Mendonça.

- Isa...

- Você vai gostar de passar um tempo sozinha. - Ela desviou a atenção da arma para mim.

- Não entendi seu ponto de vista, sendo que você adorou a visita. - Falei a desafiando e ela abriu um sorriso.

- Quer ir para a cela transar com Lauana e Roberta pensando em mim de novo  Mendonça? - Ela falou e eu engoli em seco, o merda, ela tinha realmente visto.

- Melhor transar com alguém do que ficar pensando em uma detenta e se masturbar com imagens Carla.

- Agente Sonza. - Ela falou no rádio e rapidamente a loira entrou na sala. - Leve a senhorita Mendonça para a solitária, número 5. - A olhei indignada.

A policial colocou algemas em mim novamente e saiu me guiando por um corredor que eu não conhecia ainda. Ela me colocou em um quarto todo fechado e me trancou, tinha um vaso sanitário, uma pia, e uma cama feita de cimento com um colchão velho em cima. O calor naquele lugar era fora do normal, eu tava com o casaco laranja, tirei e também tirei a camisa branca, e fiquei apenas com o top e calça de moletom laranja, olhei ao redor se tinha câmera de segurança, e como imaginei tinha sim, mostrei o dedo do meio pra câmera e fui fazer exercício físico, eu não tinha mesmo o que fazer. Em segundos eu estava suada, caralho eu vou morrer torrada nesse lugar, amarrei meu cabelo em um coque mal feito. Ouvi um barulho em uma pequena portinha e logo a portinha abriu, era minha comida, a cada dia essa porra piora, feijão, arroz, farinha branca e um pedaço de carne, pra não morrer engasgada mandaram um copo de suco, parece ki-suco, eca. Comi o arroz e a carne, era a única coisa que ainda dava pra comer, parece que na solitária eles realmente querem testar seus limites e te deixar fraca, que se foda a Carla, comi aquela droga de comida toda, se ela quer me ver fraca, ela não vai ver, tomei o suco todo de uma vez, tava bem doce, ótimo, ao menos minha glicose não vai baixar. Depois que comi fiquei olhando as paredes, tinha quase um livro escrito lá.

- Podia ao menos ter escrito a gente certo né anjo?

Continuei lendo as frases na parede, como essa galera consegue lápis?

- " O que te faz feliz, também provoca dor" Essa garota devia estava deprimida coitada.

- "Eu odeio a Delegada galinha Pereira " - Li a frase e comecei a rir alto. - Eu também garota, é uma relação de amor e ódio com ela.

Me joguei na cama e fiquei lembrando do beijo e da pegada daquela delegada, sabia que você gostava de mulheres Maraisa.

Os dias foram passando, na verdade eu não tinha nenhuma noção de quantos dias eu já estava ali, mas eu ainda estava bem, estava forte, continuava treinando, e comendo aquela lavagem que eles me mandavam três vezes ao dia. Para me manter bem psicologicamente eu estava sempre lendo as frases e relendo, também estava pensando em roubos que faria quando saísse desse presídio.

Maiara sumiu, ou então na solitária não tem direito a visita, acredito mais na segunda opção, não parava de pensar neles, espero que Henrique e Luiza não estejam aprontando muito, e que Jessie não tenha enlouquecido a coitada da Rosa.

Fui pega de surpresa com a porta abrindo fiquei na esperança de ser e Carla pra me tirar dali, mas era uma moça da limpeza, ela trocou os lençóis da cama e me deixou uma roupa limpa para mim.

- Vão vir te buscar para tomar banho. - Ela falou colocando a roupa em cima da cama e encarando meu corpo.

- A quanto tempo eu tô aqui? - Perguntei pegando minha camisa e vestindo, eu estava apenas de top desde que me jogaram naquele lugar.

- A duas semanas. - Ela respondeu e saiu.

Não demorou a loirinha chegar e me levar para um banheiro não muito longe, tomei banho, lavei meu cabelo, e me iludi que ia voltar para a cela, mas me levaram novamente pra solitária.

Me serviram uma comida dessa vez bem melhor, tinha verduras, frutas, suco natural, e o arroz e feijão estava bem mais saboroso. Comi e fiquei deitada, estava quase dormindo quando percebi a cela abrindo e por a porta entrar Carla Maraisa.

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora