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Pov Marília

Acordar depois de uma ótima noite de sono e ainda acordar ao lado de alguém que você ama não tem igual, Maraisa ainda estava abraçada a mim, fiz carinho na coluna dela e logo percebi que ela já estava acordada.

— Bom dia. – Ela falou com uma voz doce.

— Bom dia minha delegada.

— Me promete que não vai mais fazer o que você fez ontem?

— Isa eu estou viva.

— Mas poderia não estar Marília, não brinque com sua vida dessa forma, eu demorei a te encontrar. – Ela falou e eu sorri.

— Está preocupada comigo Carla?

— Desde o primeiro dia que você apareceu na minha frente. Posso tomar um banho no seu banheiro?

— Fique a vontade. – Maraisa levantou e caminhou até a porta do banheiro, ela ainda estava nua e eu fiquei na cama observando ela desfilar até a porta. Fiquei com vontade de ir tomar banho com ela, mas eu ainda estava com tanta preguiça e sono.

— AAAAAA MARÍLIAAAAA... – Maraisa gritou e eu saí correndo em direção ao banheiro, quando cheguei lá encontrei ela enrolada em uma toalha encima do mármore da pia do banheiro.

— Que foi mulher? – Falei e ela apontou pro chão, quando olhei em direção Maraisa apontava pra uma barata, acabei rindo da situação, a delegada realmente tem medo de barata.

— Porque você ta rindo Marília? Mate logo esse bicho. – Peguei um inseticida que eu sempre tinha pelo banheiro e joguei no pobre inseto.

— Pronto madame. – Caminhei até Carla e a puxei prós meus braços a levando pra debaixo do chuveiro.

— Minha heroína. – Maraisa falou e beijou meus lábios e eu acabei rindo.

— Te imaginei nessa situação a primeira vez que te vi naquela delegacia.

— Nos seus braços?

— Não, com medo de uma barata. – Falei e ri, Maraisa acabou me dando um tapa.

— Por isso você começou a rir? – Carla falou e eu ri novamente concordando com a cabeça, ela acabou pulando do meu colo, tirou a toalha e colocou encima do box do banheiro.

Quando saímos do quarto acabamos encontrando apenas Maiara sentada vendo desenho jogado no velho sofá. 

— Bom dia Mai, cadê os outros?

— Roberta saiu com eles, falou que iam fazer um trabalho.

— Todos? Porque ela não me chamou?

— Acho que porque você tava com a polícia bem nos seus braços. – Maiara falou e olhou em nossa direção.

— A meu Deus, eles saíram pra roubar? – Maraisa se pronunciou, percebi ela com os olhos arregalados.

— Você não tá pensando em prender eles né Isa? – Falei e segurei na mão dela.

— Eu deveria, porque vocês gostam tanto de me desafiar?

— Amor acha mesmo que Roberta vai parar de roubar? Não sei porque você colocou a cláusula liberdade no contrato, assim que a gente conseguir o filho do presidente de volta a polícia vai continuar na nossa cola porque não vamos parar com os roubos. – Falei e percebi Carla respirar fundo.

— Acho melhor eu ir pra casa.

— Não, a gente agora vai conversar um assunto importante com a Maiara. – Falei e Maraisa arregalou os olhos, e a ruiva olhou novamente em nossa direção.

— Comigo? – Ela falou intrigado.

— Mai eu estava conversando com Maraisa sobre você. – Eu ainda estava segurando a mão de Carla, a mão dela tava suada e ela parecia petrificada, a puxei até o sofá vago e se sentamos de frente para a baixinha.

— Sobre mim? – A garota falou atrás de uma explicação.

— Maiara a Carla é delegada, ela tem acesso as listas de crianças desaparecidas.

— De novo isso Lila? Minha família é vocês, eu não me importo mais com isso.

— Tem certeza? Maraisa tem uma pista sobre sua família.

— Está brincando. – Maiara falou já um pouco mais interessada na história.

— Sabe que eu não gosto de enrolado, vou direto ao assunto, Mai se a gente tiver certas você é irmã da Isa. – Falei de uma vez e ela olhou em nossa direção com os olhos arregalados.

— Marília você não pode sair dando notícias assim, posso explicar Maiara? – Maraisa falou e foi se sentar do lado da garota que estava sem reação alguma e mais branca que o normal.

— Por favor... – Ela falou e Maraisa segurou a mão dela.

— Eu tinha uma irmã ela era tudo pra mim, minha companheira, minha amiga, minha parceira para brincar e para brigar também, nossa a gente brigava demais. Um dia o papai levou ela até o centro para fazer umas compras, eu não lembro bem, porque eu também ainda era muito criança, mas por fim, o papai acabou de distraindo e acabou se perdendo dela, então começou a saga da minha família, fomos em delegacias, hospitais, espalhamos cartazes pela cidade inteira, oferecemos recompensa para qualquer pista e nada, nunca nem sequer uma pista, quando cresci entrei para a polícia para quem sabe ficar mais fácil de conseguir alguma informação, e nenhuma pista, era como se minha irmã tivesse sumido do mundo, nenhum registo, nenhum documento nada que nos levasse até ela. Minha família passou a acreditar que minha irmã estava morta, que algum bandido ou comprador de órgão o pegou e matou, mas eu nunca quis acreditar nisso.

— Porque acha que eu sou a sua irmã?

— Porque minha irmã se parece muito com você, porque o nome dela também é Maiara, porque a sua história se liga com a minha, porque eu sinto uma ligação muito
forte por você.

— Isso não prova nada, eu estou confusa, com raiva e um pouco desesperada. – Maiara falou pra Maraisa e eu vi os olhos da ruiva transbordando de água.

— Maiara você topa fazer um teste de DNA?

— Minha vida poderia ter sido totalmente diferente, eu vivi minha vida inteira com medo, com fome, precisando roubar pra sobreviver, enquanto eu poderia ter tido uma vida estruturada com uma família que me amava, que me daria a melhor saúde e educação.

— Eu sinto muito, por favor, eu queria tanto que você tivesse crescido ao meu lado, sendo minha amiga como sempre fomos, durante todos esses anos eu senti a falta de alguém para me dar concelhos, me abraçar e me mimar, eu sinto tanto sua falta. – Maraisa falou e percebi as lágrimas já descendo dos olhos dela também.

— Lila me empreste seu carro? Preciso dar uma volta. – Maiara falou e eu joguei as chaves na direção dela.

— Maiara... – Maraisa tentou falar.

— Deixa ela Isa. Vem aqui, vamos tomar café da manhã. – Falei abraçando ela.

— Não estou com fome.

— BOM DIA CASAL. – Ouvi a voz de Roberta.

— Alvez eu não acredito que vocês saíram pra roubar. – Maraisa falou desafiando Roberta.

— Calma delegada, temos também uma pista sobre o resto da JAGUAR, eles vão estar em uma festa hoje. Está convidada. – Roberta falou piscando o olho pra Carla e ela me olhou.

— Onde é essa festa? – Falei e Roberta se jogou no sofá.

— Em uma casa noturna da JAGUAR, desconfiamos que o moleque está escondido lá.


Att: Falta pouco para o fim.

Vão me seguir no insta que eu trago maratona😑

@fiadamaraisa

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora