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Pov Marília

Me joguei na cama e fiquei pensando em Carla Maraisa, porra, eu nunca mais vou ter uma oportunidade como a que tive hoje de ficar com ela, tão perto, inferno. Acordei de meus pensamentos com Roberta e Lauana entrando novamente na cela, onde essas garotas estavam? Preferi não perguntar, Roberta entrou e já foi tirando a camisa meu olhar vagou pelo corpo dela, percebi que ela tinha um piercing no umbigo, como eu não tinha percebido isso ainda?

— Lila, vou te ensinar a lutar. – Ela falou jogando a camisa na cama e me chamando com um dedo.

— Acho melhor não, ainda tô sentindo dor por aquela surra que você me deu.

— Qual é loirinha? Foi você quem me socou, se não sabia lutar porque começou?
– Eu respirei fundo e me levantei da cama, tirei minha camisa e joguei na cama também, Lauana apenas observava.

— Okay vamos lá. – Falei ficando de frente a Roberta.

— Entre em posição de combate, esteja pronta para atacar, ou para se defender, o ideal é que você seja a primeira a atacar, não dê indícios dos seus movimentos, pegue seu oponente de surpresa, e defira socos certeiros, é importante que você conserve suas energias. – Ela falou tudo em um fôlego só, eu não lembro de metade que ela falou, Ro colocou as mãos em posição de ataque, com os punhos fechados. Espero que eu não me machuque muito nessa brincadeira.

— Se defenda Lila, desvie dos ataques dela. – Ouvi Lauana falando e desviei minha atenção para ela. No mesmo momento Roberta deu um soco na minha barriga.

— Caralho Ro. – Falei colocando a mão no abdômen.

— Não tire sua atenção da luta Lila, vamos me ataque. – Ela falou e eu comecei a distribuir socos que ela sempre desviava, em um único movimento, Roberta me virou de costas e colocou os braços me enforcando.

— Vamos Lila, se solte. – Lauana falava me encorajando, mas Roberta era muito ajil, quando eu já estava ficando sem ar, ela me soltou e eu caí no chão com as mãos na garganta.

— Se recupere, vamos de novo. – Roberta falou e eu me sentei no chão tentando ganhar fôlego.

— Precisava me enforcar até quase meu limite?

— Você luta feito uma criança, vou te deixar tão boa em lutar, como você é em sexo, vamos se levante. – Ela falou me oferecendo a mão para me ajudar a levantar e eu aceitei. Fiquei novamente em posição de luta.

— Ataque ela Lila, vamos. – Lauana falou e dessa vez eu não desviei a atenção, parti para cima de Roberta e comecei a distribuir alguns socos, acertei alguns na barriga dela e um no rosto, Roberta ficou meio tonta e eu subi nas costas dela tentando enforca-la, no mesmo momento Ro se jogou para trás e caiu por cima de mim, com a pancada eu acabei soltando ela tentando evitar que me machucasse com as mãos. Ro aproveitou e se levantou se sentando no meu quadril e ficou em posição de quem ia me dar um soco certeiro na cara.

— Você está melhorando. – Ela falou sorrindo e se levantou, me ajudou a levantar e se deitou desleixada na cama com as pernas abertas.

— O que vocês fizeram pra vir parar aqui? – Perguntei querendo descobrir mais sobre elas.

— Roubamos cargas de caminhões. – Disse Lauana.

— Petróleo, combustível, drogas, carros de luxo, barras de ouro, dinheiro, são algumas dos grandes trabalhos que eu e Lauana já fizemos. – Elas falaram e eu fiquei surpresa.

— Só vocês duas?

— Não, tem o meu irmão Kelvin e a Emilly, uma grande amiga. – Roberta respondeu.

— Como vocês fazem isso?

— Com carros velozes, somos pilotos de fuga, fazemos drift, dá uma boa grana nas corridas também. – Lauana falou e eu estava no mínimo surpresa.

— Isso não é ilegal?

— Porque acha que estamos presas? – Lauana falou e Roberta riu.

— E os outros dois não foram pegos?

— Faz tempo que a polícia tá atrás deles, mas Kelvin é um filha da puta no volante, e Emilly eles nunca tiveram nem rastro, ela é muito calculista e uma ótima pilota também a polícia é péssima nisso, eu e Lauana se arriscamos muito, nos pegaram em uma corrida.

— Faz tempo que estão aqui?

— Alguns meses, mas não quero demorar muito.

— Porque me falaram isso? Tipo, vocês não tem medo da polícia ouvir?

— Eu sou orgulhosa me mim Lila, da minha história e de quem eu me tornei, Carla sabe tudo que eu e Lauana te falamos, ela é boa, mas eu sou melhor.

— Parece que ela é melhor, já que você está presa.

— Eu já deveria ter saído Lila, mas eu tô tirando umas férias aqui, tenho assuntos pendentes aqui dentro ainda.  – Ela falou e eu fiquei calada, a mulher tinha resposta da ponta da língua.

— Quando forem sair, não esqueçam de mim. – Foi a última coisa que falei enquanto vestia minha camisa de volta.

Como a ala feminina estava um caos, serviram nos almoços nas celas mesmo, quando estava no fim da tarde às detentas foram liberadas para suas funções.

— Vamos Lila? – Any falou e eu a segui, entramos em um quartinho e nos colocaram uma pulseira, depois seguimos para pegar todas as roupas sujas e colocar na van, Lauana deu partida e eu entrei no lado do motorista, um policial liberou o portão e saímos pelas ruas.

— Estava com saudade aqui de fora.

— Eu amo esse serviço, além de sair um pouco daquela realidade eu tô dirigindo.

— Nunca tentou fugir?

— Essas pulseiras não são por acaso Lila, se eu desviar muito da rota, essa pulseira da choque, e ela tem rastreador.

— Não da pra tirar?

— Ro antes vinha comigo, mas ela tentava a todo custo se livrar dessa pulseira, uma vez ela passou uma makita, ia ficando sem a mão e a única coisa que fez foi alguns arranhões.

— Então a proibiram de vim?

— Sim, perceberam que ela tava querendo fugir, aí eu também parei de tentar algo, ficar sem sair ao menos esse tempinho todo dia eu acho que enlouquecia.

— Lauana, o que aconteceu ontem... – Tentei falar e ela me cortou.

— Olha eu sei que foi apenas sexo tá bom? Estou imaginando a cara da Pereira se ela tiver visto nas câmeras de segurança. – Ela falou e eu engoli em seco.

— As câmeras da pra ver no escuro?

— Obvio Lila, aquelas câmeras são de última geração. – Ela falou e eu realmente fiquei imaginando se Carla tinha visto. — Olha esse prédio, é onde mora a toda poderosa. – Lauana falou apontando pra um prédio enorme.

— Quem?

— A delegada gostosa Lila.

— Ela é realmente gostosa.

— Ela é maravilhosa, acho que todas as presas tem um crush nela.

— Como você sabe onde ela mora?

— Já vi ela entrando aí algumas vezes, e eu já tinha ideia de onde ela morava. –  Ela falou e eu decorei o caminho da casa dela, vai que um dia eu precise visitar essa delegada.



Podem ir lendo. Tem até o cap 11, vou postar tudo de uma vezzzz🤕

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora