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Pov Marília

Entrei no restaurante um pouco recuada, nunca tinha entrado em um local tão chique, respirei fundo e procurei o garoto pelo ambiente.

— Ele tá sentado perto da janela, você tá muito gostosa. – Ouvi a voz de Maraisa e sorri, espera como ela sabe quem é ele?

Resolvi não pensar nisso, caminhei em direção a janela e avistei um garoto de cabelos castanhos sentado tomando uma taça de vinho, olhando ele mais de perto ele era realmente atraente.

— Kelvin Vieira ! – Forcei uma voz mais sexy.

— Voz sexy não Mendonça, eu vou da um tiro na sua testa se você ficar cantando esse garoto. – Ouvi a voz de Maraisa, sério que ela vai mesmo comentar tudo que eu falar?

— Marília Mendonça, que prazer, sente-se. – Ele falou gentilmente.

— Que deselegante, eu teria me levantando e puxado a cadeira para você sentar e obvio tinha falado o quão linda você está. – Ouvi novamente a voz de Carla, e me imaginei em um encontro com ela. Olhei pela janela e vi o carro dela estacionado de frente.

— Aceita uma taça de vinho? – Ele falou já me servindo.

— Obrigada.

— Não deveria aceitar beber lembre que você precisa estar sóbria, nada mais que uma taça. – Maraisa falou no meu ouvido e eu quase revirei meus olhos.

— Está tudo bem? – Ele perguntou sorrindo.

— Sim, tudo bem, não tivemos contato aquele dia.

— Foi sua primeira vez? Você se saiu muito bem.

— Obrigada eu acho, ganhei um belo machucado, pulei de mal jeito na volta. – Disse e ouvi a risada dele, Deus que garoto do sorriso perfeito. Peguei o cardápio e tentei decidir o que ia comer, Deus eu não entendo nada disso, olhei o preço e me assustei, puta merda, não tem nada barato aqui.

— Peça um Filé mignon com batata risolé, molho de vinho e cebola caramelizada. – Ouvi a voz de Carla no meu ouvido novamente, procurei no cardápio o que ela tinha me falado e logo encontrei, um prato de 50 dólares, nada mal delegada.

— Boa noite, já decidiram? – O garçom falou educadamente.

— Marília? – Kelvin olhou para mim com um sorriso.

— Um Filé mignon com batata risolé, molho de vinho e cebola caramelizada. – Falei fechando o cardápio e colocando de volta a mesa.

— Uau. – Kelvin falou sorrindo e mordeu o lábio. — Vou pedir o mesmo que ela. – Ele falou e eu garçom se retirou. — Você está linda esta noite. – Ele falou e tocou na minha mão.

— Sai macho. – Ouvi a voz de Maraisa e não aguentei e sorri.

— Obrigada, você também está elegante. – Fui puxando minha mão do contato calmamente, eu realmente sou lésbica, por Deus, que agonia, peguei a taça e bebi um pouco de vinho.

— Então Marília? Me fale sobre você, o que gosta de fazer? Gosta de filmes? Séries? Baladas? – Ele falou enquanto tomava o vinho.

— Eu amo filmes de super herói, parece infantil não é? – Falei e ele sorriu novamente.

— Nenhum pouco, já assistiu capitã Marvel?

— Ainda não, estava em cartaz quando estava presa. – Falei com uma careta.

— Que tal eu comprar o filme e a gente marcar de assitir no meu apartamento? – Ele falou mordendo o lábio e tocou na minha mão novamente.

— A nem fodendo, Marília pode cair fora disso. – Ouvi a voz nervosa de Maraisa.

— Quem sabe? Podemos ver isso. – Respondi gentilmente e ele sorriu.

— Marília! – Ouvi Carla novamente.

— Com licença vou até o banheiro. – Falei me levantando. — Da pra parar de ficar me estressando no meu ouvido? Eu vou tirar isso. – Falei assim que cheguei no banheiro.

— Você não é doida de tirar, pare de entrar no jogo de cantadas dele Marília Mendonça.

— Maraisa eu tô em um encontro com ele caralho.

— Tô pouco me fodendo, pegue o rastreador coloque dentro do seu sutiã, assim que entrar no carro dele encaixe embaixo do banco.

— Okay! – Fiz o que ela mandou e coloquei o pequeno rastreador ente meus seios. — Fique quieta Carla. – Falei e ela ouvi a risada baixa dela, voltei para a mesa novamente.

— Tudo bem? – Ele falou e desfilou o olhar de cima para baixo no meu corpo.

— Tudo bem. – Sorri e me sentei novamente de frente para ele. Não demorou a nosso jantar ser servido, e por Deus, preciso agradecer a Maraisa depois, que comida maravilhosa.

— Porque você entrou no mundo do crime Marília? Você é bonita, parece muito bem educada.

— Fiquei sem família, comecei a roubar apenas comida para poder sobreviver, conheci meus amigos e a gente passou a fazer alguns roubos melhores, mas nada tão grandioso, a gente faz apenas pra sobreviver mesmo.

— Você não parece gostar de fazer isso.

— Eu realmente não gosto, mas também não me vejo em uma vida comum, movida a trabalho e a um círculo falso de amizades.

— Eu penso em parar, viver em um lugar mais deserto com alguém legal, longe de polícia, quero tranquilidade.

O jantar seguiu entre conversas, Kelvin estava tomando uma taça de vinho atrás da outra, e já parecia bem alterado, depois que comemos a sobremesa e ele pagou a conta, seguimos para o carro dele, é agora. Ele abriu a porta gentilmente sempre com um sorriso elegante no rosto, assim que entrei enfiei a mão dentro do meu sutiã e puxei o rastreador, enquanto Kelvin deu a volta para entrar do lado do motorista procurei com a mão algum local em baixo do banco para enfiar o rastreador, por sorte achei um buraco no estofado do carro e enfiei rapidamente o rastreador lá dentro.

— Conseguiu? – Ouvi a voz de Maraisa.

— Consegui. – Respondi baixo.

— Falou alguma coisa? – Kelvin perguntou se sentando do lado do motorista.

— Minha sandália está me matando, estava tentado arrumar, não sou muito acostumada a usar essas coisas, desculpa essa fala foi deselegante. – Falei e ouvi a risada alta de Kelvin.

— Não parece muito seu estilo mesmo. – Ele falou e seguiu com o carro para minha casa, o caminho foi todo feito entre conversas, quando cheguei ele abriu a porta para que eu descesse, eu fiquei escorada no carro e ele ficou na minha frente.

— Obrigada pela noite, você é muito gentil Kelvin. – Falei e ele sorriu novamente, mordeu o lábio inferior e eu tive medo dele tentar me beijar, mas bem na hora ouvi a sirene da polícia.

— Droga é a polícia. – Falei para que Kelvin fosse embora, mas eu já tinha ideia de quem era.

— Preciso ir, a gente pode se ver outras vezes?

— A gente pode tentar marcar algo. – Falei e ele sorriu, Kelvin roubou um selinho e correu para entrar no carro e foi embora.

— Me diga que o que eu acabei de ouvir não foi um beijo Marília Mendonça.

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A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora