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Pov Marília

Acordei um pouco desnorteada, percebi que tinha um peso a mais em cima de mim, fui recordando a memória aos poucos, e minha cabeça foi bombardeada de informações, Deus, eu dormi com Carla Maraisa, olhei para um claro no chão que estava me chamando a atenção e percebi que era meu celular, como diabos esse celular foi parar no chão? Tentei me levantar sem acordar ela, foi uma missão quase impossível mas eu consegui, sai quase correndo nas pontas dos pés peguei o celular e sai em direção a sala, a ligação já tinha caído,  olhei as notificações e era Roberta, 5 horas da manhã, Alvez não me da paz mesmo, retornei a ligação e logo ouvi a voz dela.

— Marília cadê você? Esta com a delegada não é?

— Isso não importa, o que aconteceu?

— Preciso de sua ajuda, vou te enviar o endereço, consegui um rastro suspeito de Kelvin.

— Okay, leve uma roupa pra mim.

— Fala sério Marília. Te dou 20 minutos.

Respirei fundo peguei meu vestido do chão e já fui logo vestindo, espero que Maraisa não acorde muito brava por eu ter deixado ela sozinha. Olhei melhor o apartamento dela e meu olhar foi direcionado para televisão, sorri vendo algumas fotos dela, tinha uma que parecia ela bebê ao lado de uma garotinha, será que é irmã dela?
Engraçado que ela me lembra alguém.

Fui até o quarto e ela ainda estava dormindo, fiquei a observando dormir por alguns minutos e me retirei, quando ja ia saindo do apartamento dela lembrei que tenho outro problema, estou a pé, obrigada Roberta. Peguei meu celular e liguei pra ela de novo.

— Que foi agora? – Ela disse com mal humor quando atendeu.

— Estou a pé Alvez.

— Pegue o carro da Carla emprestado.

— Ela está dormindo Roberta.

— Melhor ainda, vai logo Marília.

— Deus você quer que eu roube minha própria namorada?

— Desde quando ela é sua namorada? Você não precisa roubar, você devolve logo. – Ela falou e desligou, porra, eu não acredito que estou realmente considerando isso, a chave do carro dela estava jogada em cima de uma mesinha, metade do meu corpo mandava eu pegar, outra metade mandava eu não pegar.

— Desculpa Isa. – Peguei a chave e as chinelas dela que estavam jogadas pela sala e sai quase correndo do apartamento dela. Logo estava no térreo, fui para a garagem e peguei o carro de Maraisa, cantei pneu para o endereço que Roberta tinha me enviado e não demorou a chegar, vi dois carros pretos parados, e escorados neles estava Lauana e Roberta.

— O que vamos fazer? – Falei e Roberta foi até o carro dela e me jogou uma sacola, com uma calça jeans e uma camisa, vesti a calça por cima do vestido, enquanto Roberta falava.

— Maiara está rastreando o chip desde que você instalou, detectamos Kelvin em uma ligação, Emilly está checando, agora temos que esperar o sinal de Emy. Belo carro sua delegada tem. – Roberta falou olhando para o esportivo que Carla possuía.

— É, nada mal. – Falei e tirei o vestido  nem me importando que eu estava sem nada por baixo cobrindo os seios, vesti a camisa e coloquei o vestido de Rosa na sacola.

— Sabe com o que está se metendo não é Marília? – Lauana falou com cara de preocupada.

— Com a JAGUAR. – Eu disse me escorando no carro.

— Esse não é um problema tão grandioso, você está em um jogo com uma policial Marília, e está se envolvendo mais do que deveria.

— A Maraisa... – Falei entendendo aonde Lauana queria chegar. Ouvi o celular de Roberta tocando e logo ela atendeu.

— Fala Emy. – Ela disse ao atender e colocou no alto falante.

— Roberta a gente estava certas, eles tão transportando o garoto, tá Kelvin e outro cara.

— Não acredito, passe o endereço. – Disse Roberta e logo Emilly nos enviou um endereço, entramos nos carros e saímos, eu não tinha quase nenhuma habilidade em carro para uma perseguição, espero não estragar a pintura do carro da minha delegada.

Andamos pouco tempo e logo avistamos dois carros na nossa frente, saímos seguindo eles, então percebi o meu carro perdendo forças, merda que diabos tá acontecendo? O carro foi parando, até que se apagou e eu fiquei no meio do nada, Roberta e Lauana continuaram atrás dos carros, talvez nem perceberam que eu tinha parado.

— PORRA, PORRA. – Bati com forças no volante. Maldita, certeza a porra desse carro tem alguma coisa ativada para caso de roubo.

Desci do carro e clariei com a lanterna do celular, abri o capô para ver se tinha algo de errado com o motor, eu não entendia muita coisa, mas parecia tudo certo, percebi um carro se aproximando e fechei o capô esperando que fosse Lauana ou Roberta, o carro foi reduzindo quando chegou perto de mim que parou vi o vidro baixando e a imagem de Carla com cara de deboche me observando.

— Então você ia roubar meu carro Mendonça? – Ela falou e seu olhar estava dividido entre tristeza, ódio e deboche, do lado do motorista está Luísa Sonza.

— Apenas peguei emprestado. – Falei e Maraisa desceu do carro, ela levantou a camisa e tirou o revólver que estava preso no cós da calça.

Levantei as mãos em rendição quando Maraisa apontou o revólver para mim.

— Escore o tronco no carro Mendonça. – Ela falou se aproximando ainda com a arma apontada para mim, fiz o que ela mandou até que ouvi meu celular tocando.

— Eu não ia roubar a merda do se carro Pereira, Roberta me ligou porque tinha pistas do caso que você mandou a gente resolver.

— Eu não acredito em você.

— Meu celular tá tocando, com certeza é a Alvez, posso atender?

— Coloque no alto falante. – Ela falou e encostou o cano do revólver na minha cabeça, tirei o celular do bolso e atendi.

— MARÍLIA ONDE DIABOS VOCÊ TA CARALHO?

— Tive problemas Alvez.

— Inferno, perdemos o carro de vista, o que diabos aconteceu?

— O carro da delegada tem algum sistema de segurança, o carro simplesmente parou, e agora eu tô deitada no capô do carro e ela tá com uma arma na minha cabeça.

— MARAISA PORRA, SOLTE ELA. – Roberta falou e Maraisa pegou o celular.

— Te dou 30 minutos para comparecer a delegacia Alvez e leve a Prado. – Ela falou e desligou a ligação.

— Da pra tirar essa arma da minha cabeça? – Falei e ela me puxou pela camiseta.

— Entre no carro Marília. – Ela disse abrindo a porta de passageiro e me empurrando para dentro de qualquer jeito. Santa delicadeza.

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora