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Pov Marília

Os dias foram passando, eu estava bem melhor em lutar, todos os dias tenho treinado com Ro e Lauana, meu caminho não se cruzou mais com o da delegada eu estava a ponto de pedir para Ro me dar outra surra para eu ir a enfermaria e ter alguma chance de ver ela. Eu, Lauana e Roberta não tivemos mais nada, apenas uma amizade que estava crescendo a cada dia,

Roberta tem me falado muito sobre roubos, acho que estou em uma escola e não presa, estou ficando cheia de ideias para colocar em prática quando sair daqui. Todos os dias continuo saindo pela cidade com Prado para deixar as roupas sujas e pegar as limpas, e todo os dias eu olhava para o prédio daquela delegada.

— Lila vem comigo. – Lauana segurou minha mão e saiu me guiando assim que eu ia saindo dos vestiários.

— Pra onde vamos?

— Só me segue. – Sai quase correndo atrás de Lauana. Um tempo depois encontramos Roberta perto de uma parede do lado de fora.

— Dia de ir embora desse lugar Lila. – Ela falou e limpou uma terra do chão, revelando uma tábua de madeira, Roberta tirou a tábua e apareceu um grande buraco.

— Caralho é um túnel? – Falei e percebi Lauana olhando se não tinha ninguém no local e pulou dentro do buraco.

— Vai Lila! – Roberta falou e eu não tinha nada a perder mesmo, entrei naquele buraco, a entrada era folgado, mas depois tivemos que ir se arrastando pelo chão.

— Caralho é muito longe?

— Continue, logo vamos chegar em um esgoto subterrâneo. – Ro falou e continuamos se arrastando, até que vi uma luz no fim do túnel.

— Eca que nojo. – Lauana falou assim que pisou na água suja, o odor era insuportável.

— Ewww não vou pisar aí não.

— Vai logo Lila, larga de ser fresca. – Alvez falou me empurrando, pisei naquela água horrorosa e quase vomitei.

— Não é nenhum perfume francês, mas é suportável. – Ro falou mas no mesmo momento vomitou.

— Larga de ser fresca Ro. – Falei zombando dela e Lauana riu.

— Vamos logo sair daqui antes que sintam nossa falta, ou que a gente fique doente nesse lugar. – Saímos andando pelo túnel com apenas uma lanterninha, não acredito que vou enfim sair dessa prisão.

— Aqui, chegamos. – Lauana falou assim que viu uma escadinha, ela foi subindo e abriu a tampa do boeiro, ela saiu primeiro, depois Ro, e eu fui por último. Estava com um sorriso no rosto, mas ele morreu assim que cheguei em cima, e dei de cara com Carla com os braços cruzados escorada em uma viatura, ela estava com uma calça da cor nude, uma camisa manga longa da polícia azul escura com o nome dela no peito, um coldre em cada perna e uma bota, pra terminar de foder tava com um boné e um óculos escuro.

— Mas que diabos. – Eu falei encarando ela, tinha alguns policiais a nossa volta.

— Hija de puta. – Ro falou em espanhol inconformada.

— Um túnel, sério? Não tinha algo mais inteligente? – Carla falou com deboche.

— Vai se foder Pereira. – Ro falou e os policiais se aproximaram, Maraisa nem ao menos se mexeu, ela olhava pra nós sem disfarçar que estava se divertindo com a situação.

— Parabéns, vocês tão fedendo, sujas, e estão presas, levem elas de volta. – Ela falou para os policiais e entrou no carro indo embora, desgraçada.

Os policiais nos algemaram e colocaram em uma viatura, eu, Lauana e Roberta dividindo um porta malas, fedendo a esgoto. Não podia ser melhor.

— Não podia ter pago a alguém pra ficar aqui em cima nos esperando Alvez? – Disse.

— Não me estressa Marília, que inferno, essa delegada do caralho vai se ver comigo.

— Sabemos que você quer é ela nua rebolando na sua boca Ro. – Lauana falou e dessa vez foi eu quem fiquei revoltada, mas não demonstrei.

— Se eu pego aquela mulher desconto ao menos metade das raivas que ela já me fez, fazendo ela gozar na minha boca.

— Alvez cala a boca, você parece um macho escroto. – Falei e Lauana soltou um assobio com minha fala.

— Me arrependo de não ter te matado ainda Marília.

— Aposto que você não se arrepende, mas tenho certeza que se arrependeria de tocar em um fio de cabelo daquela mulher.

— A pronto, agora temos uma defensora da delegada entre nós. Ta com ciúmes? – Ro falou e Lauana riu alto. Eu me calei e elas continuaram me zoando ate chegar na delegacia.

Ao chegar fomos direcionada diretamente para os vestiários para tomar banho, depois nos levaram até a sala de Carla, quando entramos ela estava mexendo no notebook concentrada, se sentamos de frente pra ela algemadas e ficou dois policiais na sala.

— Foi bom o passeio no esgoto? – Ela falou ainda sem nos olhar.

— Muito engraçada Maraisa. – Ro falou e eu ouvi a risada de Carla.

— O que vocês fizeram, eu podia mandar vocês direto pra uma solitária. – Ela falou sério.

— Pereira, não! – Lauana falou.

— Sugiro que não tentem mais nenhuma gracinha entenderam? Da próxima eu coloco vocês lá e esqueço onde guardei a chave. Levem elas de volta para a cela. –

Carla falou e os policiais nos levaram sem nenhuma delicadeza para a cela, assim que chegamos, Ro se encontrava revoltada, ela chutou seguidas vezes a porta da cela, até que cansou e parou.

A tarde passou tediosa, Alvez não parava de se lamentar pelo plano ter dado errado, ela deveria assumir que Carla realmente é muito boa, a imagem dela com aquelas vestimentas encostada em uma viatura ainda bombardeada minha mente.

— Terra chamando Marília Mendonça. – Prado falou e eu acordei dos pensamentos.

— Hora de dar uma volta loirinha.

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora