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Pov Maraisa

9 meses foi o tempo que precisei para concluir a investigação, parece uma eternidade, mas agora era hora de comemorar, o verdadeiro culpado pela morte do bozo estava preso, e eu tava com a liberdade de Marília e companhia mas minhas mãos.

Meu coração gritava de alegria, mas me deparei em outra situação, eu tinha mais uma investigação pela frente. Como eu vou achar Marília Mendonça? Ela ainda está esperando por mim? Era tantas perguntas na minha cabeça que eu só conseguiria a resposta se fosse atrás dela.

Resolvi começar uma nova investigação, durante esses nove meses tudo que eu tinha era uma ligação de segundos de Maiara, a única coisa que falamos foi que ela era realmente minha irmã, e pronto a ligação se encerrou.

Peguei a carta de Marília e li novamente, acho que eu já sabia essa carta inteira decorada de tanto que eu li e reli ela, dessa vez foquei em um trecho em específico.

Quando quiser realmente me encontrar, você vai saber como, basta seguir seu coração.

— Basta seguir meu coração, como se fosse tão simples assim, o que você quer que eu faça Marília? Preciso encontrar um ovo de dragão e falar a frase "Eu desejo eu desejo de todo coração?"

Resolvi levantar daquela cadeira e fazer alguma coisa, ela deve ter deixado alguma pista, e só pode ter sido na velha garagem.

Peguei meu carro e segui em direção aquele lugar, fazia tanto tempo que não andava por aqui. Assim que entrei na rua meu coração ficou em pedaços, a antiga garagem não existia mais, tinha sido demolida. Avistei um homem parado parecia funcionário da obra que estava em andamento naquele local.

— Moço o que aconteceu com uma antiga garagem que tinha aqui? – Tentei não soar tão desesperada.

— A prefeitura derrubou, agora vai ser um ginásio de esportes para as crianças da região. – O homem respondeu educadamente.

— Obrigada senhor. – Respondi e entrei no carro novamente, merda, agora não tem mais jeito, eu perdi aquela mulher.

Voltei para meu trabalho revoltada, sentei na minha cadeira e respirei fundo procurando a calmaria que não existia dentro de mim.

— Ei Isa, tudo bem? – Gabriel falou entrando na sala.

— Nada bem Gab, quero enfiar a cara do prefeito em um balde cheio de bosta. – Falei revoltada e Gabriel riu alto.

— O que ele te fez mulher? – Gabriel falou e se sentou na cadeira a minha frente.

— Ele destruiu a garagem das meninas, aquele babaca.

— O que você queria lá?

— Pistas de onde Marília foi parar.

— Deus Maraisa, depois de tanto tempo você ainda vai atrás dela?

— Eu ia, agora não tem mais o que fazer, eu não sou adivinha pra saber em qual lugar do mundo essa mulher se enfiou.

— Ela deixou alguma pista pra você seguir?

— Tudo que tenho é a frase "Quando quiser realmente me encontrar, você vai saber como, basta seguir seu coração".

— Interessante... Pense em quem está no seu coração, ou melhor, pense em algo marcante de vocês duas, deve ser algo que significa pra vocês.

— A gente sempre se encontrava no meu apartamento, ou na garagem, ela não esteve no meu apartamento, e a garagem tá no chão. Ou seja, o que eu vou fazer?

— Pensa melhor Maraisa, deve ter alguma coisa que você ta esquecendo, acho que Marília não deixaria a pista de onde ela e os amigos estão em qualquer lugar.

— Vamos pensar, no meu coração está minha mãe e meu pai, ela óbvio, Luísa, saudade da Luísa aliás, não chore Gab você também está no meu coração, e a Maiara acho que só... a, tem as duas doidas amigas da Lila.

— Quem é Maiara mesmo? 

— Minha irmã, ela é amiga da Marília... A MAIARA, JA SEI.

— Como ela vai te levar até a loira? – Gabriel falou com uma careta.

— Marília me levou até Maiara, e Maiara vai me levar até Marília. Espero que eu esteja certa. – Me levantei e peguei o porta retrato no meu armário, abri e tirei a foto de lá, assim que olhei, atrás tinha alguns números, franzi minha testa em confusão.

— Deixa eu ver. – Gabriel pediu e eu entreguei a foto. — ISSO MARAISA! São coordenadas geográficas. – Gab falou animado, pegou o celular e digitou no Google maps.

— O que encontrou?

— Ilhas cocos, Austrália.

— Deixa eu ver. – Tomei o celular de Gabriel e olhei, lembrei da carta de Marília "Estou no paraíso". — Te achei Mendonça.

— Essa letra é da Luísa. – Gabriel falou olhando novamente pra foto.

— Marília deve ter mandado ela colocar isso quando ela veio se despedir.

— Tenho que admitir, ela é inteligente  Vai até lá?

— Óbvio, vou comprar a passagem agora mesmo. – Falei já abrindo meu computador.

— Maraisa você não sabe o que vai encontrar, e se elas não tiverem mais nesse lugar?

— Gabriel cala a boca, elas têm que tá lá, se não tiver, é nesse lugar que vou saber outra pista de onde elas estão.

— Deus, você quando coloca uma coisa na cabeça... compre duas passagens, eu vou com você.

— Sério? – Falei animada, já ele estava com cara de tédio.

— Não vou te deixar ir sozinha, mas se a gente morrer eu te mato Maraisa.

— Gabriel, a gente já vai tá morto, como você vai me matar?

— Um problema de cada vez Carla, quando a gente morrer eu penso nisso.

As passagens foram compradas, 5 dias depois, eu e Gabriel estávamos voando para a Austrália, com destino a Ilhas cocos, meu coração não batia normal, ele estava competindo com a velocidade da luz, aguente aí coração, não é hora de parar ainda.

Foram umas 15 horas de vôo até o avião pousar na Austrália, depois pegamos um outro avião para chegar até a Ilha, nunca que a polícia conseguiria achar essa galera.

Quando desci do avião, respirei o ar puro, cheiro da natureza misturado ao do mar, o barulho das ondas e dos pássaros cantando, era realmente o paraíso.

— Uau, que lugar perfeito. – Gabriel falou admirando a paisagem.

— É hora da verdade Gab. – Falei e ele sorriu me abraçando.

Um Buggy levou eu e Gabriel até um hotel que iríamos ficar hospedados, assim que chegamos na entrada, a primeira pessoa que eu vi foi Maiara, eu sabia, eu sabia.

— Eu não acredito. – Maiara falou e correu para me abraçar. Era a primeira vez que eu abraçava minha irmã, MINHA IRMÃ.

— Cadê ela Mai? – Falei quando ela me soltou.

— Ela te espera todo dia, desde que pousamos aqui. – a ruiva apontou para a praia, tinha alguém em uma rede lendo um livro enquanto observava as ondas.

Não pensei duas vezes e sai quase correndo ao encontro dela, o cabelo loiro voava com o vento, sorri e andei silenciosa, ela estava tão entretida lendo o livro que não percebeu minha aproximação, minha vontade era de gritar e entrar naquela rede com ela, mas eu pedi calma a Deus, me abaixei próximo a ela e sussurrei quase inaudível.

— Oi meu amor...






Ta tão pertinho de acabar🤭

A Delegada (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora