Addison
Quatro dias depois do open house, e eu sigo
mantendo minha distância de Meredith. Mudei de academia, mas achei melhor não contar a ninguém do escritório ou enm casa, porque não conseguiria manter a minha distância se continuasse a vê-la
com tops e calças apertadas.Se, por um lado, estou incomodada de não
poder ficar de olho nela na academia, por outro, fiquei mais tranquila ao descobrir que o instrutor dela é gay, então não há risco dele dar em cima dela.Eu sei que não faz qualquer sentido eu estar possessiva com uma mulher que estou evitando, mas meus sentimentos por Meredith são contraditórios e complicados, então eu prefiro simplesmente ignorar a hipocrisia e tentar continuar longe (porém perto) dela.
Hoje é a penúltima quarta-feira do mês,
quando Bizzy sempre vem ao centro para seu encontro de leitoras. Ela tem uma livraria no primeiro andar de nossa casa triplex em Notting Hill, eé simplesmente apaixonada por livros.Alguns anos atrás, ela fundou uma espécie
de clube de leitura de obras clássicas. Sempre que há encontros, quando ela tem que vir ao centro, nós aproveitamos para almoçar juntas.Eu estacionei o carro no meu prédio mesmo, já que hoje reservamos um restaurante a uma quadra do prédio, então fazia mais sentido do que ficar procurando por vaga pelas ruas cheiras de Londres.
Estávamos na portaria, nos dirigindo à
saída, quando damos de cara com Meredith, provavelmente voltando da universidade, carregando vários livros pesados, que praticamente escondem
seu rosto. Nós não nos vemos desde o open house dela.— Meredith! Quanto tempo, querida.
Quando vê a minha mãe por cima da montanha de livros, Meredith sorri, coloca os livros em cima do balcão da portaria e a abraça.— Tia Bizzy! Que bom vê-la — ela comenta
toda sorridente. Em seguida, vira-se para mim, e seu sorriso desaparece.— Ah. Oi, Addison.
Ah, é. Além de estar evitando a Meredith fisicamente, eu também passei a ignorar suas mensagens. Sei que a culpa não é dela; é minha. Infelizmente, preciso ser uma babaca para afastá-la.
— Bom dia, Meredith — mantenho o tom gentil, ignorando a frieza do tom dela, para que minha mãe não note que há algo de errado entre nós.
— Como vão as coisas, tia Bizzy? E o Capitão, está bem?
— Vamos muito bem, principalmente
agora, que Addison está cuidando das coisas da empresa. A Addison nos disse que você está indo muito bem no escritório.Ela está indo maravilhosamente bem. Acabou de começar oficialmente no projeto, e a equipe é só elogios. Entretanto, desde que nos beijamos no carro e no elevador, e agora fizemos muito mais coisas no apartamento dela estou evitando falar muito da Meredith para meus pais, especialmente minha mãe. Bizzy parece ser capaz de ler pensamentos.
— Estou tentando, tia Bizzy — ela responde
honestamente, e noto, pela leveza de seu tom, que ela está muito mais tranquila no projeto do que estava no departamento jurídico, com a Charlotte King.Antes que esta conversa tome rumos bizarros, decido que está na hora de ir embora. Mas minha mãe ignora minha mão nas suas costas, tentando empurrá-la para a saída. Ninguém convence Bizzy a fazer
algo que ela não quer.— E você? — minha mãe continua. — Como
está, querida?—Ah, meio chateada, para falar a verdade
—Meredith, parecendo meio tristonha.
Ah, não. O que ela vai aprontar agora? Sei
que ela não está triste porque, quando ela dirige seu olhar rapidamente na minha direção, vejo que ela quer vingança.Preciso. Sair. Agora.
—O que houve, Mer? — mamãe segura suas
mãos tentando lhe oferecer conforto. —Problemas na faculdade?—Não, na empresa e na faculdade vai tudo
muito bem-ela garante. Começo a suar. Meredith não poderia ter deixado mais claro qual é a natureza do seu problema.— Ah, não. Está tendo problemas românticos, querida? Meredith coloca a mão na testa, e outra no coração, como se estivesse fazendo uma peça de tragédia grega. Ah, essa diabinha.
— Sim, tia. Estou tendo problemas românticos — ela é tão boa que seus olhos até se enchem de lágrimas. Se esta não fosse Meredith Grey, eu acreditaria. Mas eu sei que ela está apenas querendo se vingar.
— O que houve, querida? — minha mãe a
abraça e, ao olhar por cima do ombro de mamãe, a expressão dela muda rapidinho: ela me dirige um sorriso fatal, daqueles que me deixam com medo e excitada ao mesmo tempo.— Eu gosto de uma mulher, e acho que ela gosta de mim. Ela continua, sem tirar os olhos de mim, ainda abraçada em Bizzy.
— Então qual é o problema?
— O problema é que ela diz que não é certo
ficarmos juntas. Ah, merda. Ela vai contar? Não, Meredith não faria isso. Ou faria?—Por que ela diz isso, Mer? - Bizzy pergunta, afastando-se dela para poder encará-la.
— Porque, apesar de ser inteligente, ela
pode ser muito burra!Obrigada pela parte que me toca, Meredith. Engulo a resposta. Digo, engulo as centenas de respostas.
— Vai ver, essa mulher se mantém distante por respeitá-la — sugiro, sabendo que é o tipo de argumento que agradaria a Bizzy.
Mas é definitivamente o argumento que vai
irritar Meredith. Ela me encara como se estivesse louca para me dar – mais um – pisão no pé. E eu faço questão de lhe dirigir um sorriso arrogante, porque ela não ousaria ser malcriada na frente de
sua querida Bizzy, que a considera um anjo.Ao invés disso, ela coloca as mãos na cintura, e diz, com um ar de ofensa:
— Esse é exatamente o problema: ela me
respeita demais. Não entende que sou uma adulta capaz de tomar minhas próprias decisões!—Ela é mais velha? Eu não disse que Bizzy sabe ler mentes? Se Meredith continuar com esse discurso, em cinco minutos minha mãe descobre o que está acontecendo.
—Só um pouco — é a resposta de Meredith.
— O que é um pouco? — minha mãe insiste.
—Da idade de Addison?
Se eu estivesse com água na boca, cuspiria
tudo agora.— Exatamente — Meredith responde lentamente aumentando o meu desespero.
— Ah, então não vejo qualquer problema.
Ah, droga.— Estamos atrasadas, mãe - desta vez, eu
a empurro com um pouco de força, e aponto para o relógio na parede da portaria. Precisamos ir embora.— Ah, é verdade — ela diz, depois de checar o horário. Aí vira-se para se explicar para Meredith: —Temos uma reserva de almoço. Quer vir conosco?
Não, não conseguirei aguentar esse papo
durante uma hora inteira de almoço.
Diga não. Meredith, diga não.— Não, tenho compromisso — sinto o alívio
percorrer meu corpo.— Com a tal mulher?
—Infelizmente, não. Como ela não quer
nada comigo, vou ter que pular para a próxima, sabe?Como assim, pular para a próxima? Eu
tenho cara de trem por acaso? Se ela perde, espera pelo próximo?— Faz muito bem! — Como assim, Bizzy apoia esse tipo de coisa?
— Quem sabe, ela não fica com ciúmes e volta se arrastando?
—Estou contando com isso, tia Bizzy.
[♡]
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Minha CEO Inrrestivel (Meddison)
FanficAddison Montgomery acha que tem tudo que sempre quis: é CEO da companhia do pai na Inglaterra, enriqueceu criando sua própria empresa quando fazia faculdade na Califórnia, tem bons amigos, uma família maravilhosa, e não tem dificuldade de manter sua...