Parte 1 - Capítulo 2

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O sinal que indica o fim das aulas naquele dia finalmente soa e Grace podia se ver livre das responsabilidades por um tempo para ficar agarrada com Billy pelo pátio. O garoto a beija freneticamente, como se quisesse mostrar a todos que passam por perto que essa garota é somente sua. A coloca sentada no capô de seu carro, passando a mão pela sua coxa, apertando firmemente, fazendo a mais nova arfar e entrelaçar suas pernas na cintura de Billy, o puxando para mais perto afim de ter o máximo de contato possível. O clima está quente e é, de certo modo, até constrangedor para as pessoas que estão passando. Por um segundo, Grace se desvencilha do beijo e anuncia com uma carinha triste:
-Preciso ir à locadora agora. Prometi ao Steve que iria ajudá-lo.

Billy se solta de seu abraço e a olha sério, como se quisesse bater na garota por ter quebrado todo seu tesão. Mas ele não o faz. Invés disso, ele apenas diz:
-Você precisa mesmo ir? Você vai se divertir muito mais comigo do que ajudando seu irmão. -Sugere, voltando a beijar seu pescoço.

-Eu preciso mesmo ir, Billy. A gente pode se encontrar mais tarde, se estiver tudo bem pra você...

-Deixa. -Para o beijo com um semblante de decepção e dá os ombros, indo até a porta do motorista, a abrindo e batendo com força. Grace entende o recado e corre até o lado do passageiro, onde entra em silêncio e fecha a porta. Ela não queria deixar Billy desapontado com ela, mas precisa ficar algumas horas com o irmão e honrar com o compromisso que fez. O que Grace mais odeia, além de acordar cedo, é desapontar seu namorado; suas palavras, quando está zangado, a cortam como uma faca bem afiada.

Billy dá a partida no carro e eles seguem em um silêncio estranho pelas ruas.

-Que tal eu alugar um filme e você vem para minha casa mais tarde assistir. -Grace sugere para cortar o clima horrível que acabou ficando no ar, com uma pontinha de esperança de que o namorado a entenderia. Mas, no fundo, ela sabe que Billy vai dar um gelo nela por causa de seu dever e só Deus sabe quando ele voltará a conversar normalmente com ela.

-Já disse que não. -Billy aperta o volante do seu carro, fazendo sua namorada se encolher no banco ao lado. Ele teve a frieza de nem ao menos olhar para ela. O restante do caminho foi percorrido em um total e constrangedor silêncio para a garota. Ela tinha se perguntado boa parte do trajeto se Billy havia feito algum plano para hoje à noite que não a incluía, mas teve receio de perguntar ao namorado.

Ao estacionar na porta da locadora, Grace se vira para Billy afim de dar um selinho de despedida, mas ele vira o rosto com raiva para o lado contrário. Ela hesita por um segundo, mas se vira para a porta, fazendo menção para abri-la, quando Billy a puxa pelo braço para um beijo caloroso. O garoto segura sua nuca com a outra mão, a puxando para mais perto durante o beijo, firmando o braço da garota com a outra. Nesse momento ela soube que as coisas estavam bem e que ela não devia se preocupar, afinal, ele a beijou para se despedir e isso anularia sua atitude de minutos atrás, não é mesmo? Anularia a dor que Grace sentiu ao ser tratada com frieza pelo próprio namorado.

Ao se separarem devido à falta de ar, Billy sussurra autoritário:
-Nunca saia sem me dar um beijo assim. -Ela sorri fraco com suas palavras. Ele continua. -E sempre me avise com antecedência se tiver algum compromisso. Agora vá. -Ordena ainda com a voz baixa. Grace abre a porta do carro e salta para fora, fechando a porta e fazendo um gesto de "tchau" para Billy.

-Vá com cuidado. -Ela diz e ele solta um arzinho de risada pelo nariz, revirando os olhos e acelerando o carro, deixando Grace ali na porta. Mas não por muito tempo. A garota entra na locadora assim que seu namorado some de vista, encontrando seu irmão atrás do balcão organizando as fitas de alguns filmes que foram devolvidos. Malditos sejam os clientes que não rebobinam a fita antes de devolver.

Better than him - Eddie Munson (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora