Parte 1 - Capítulo 29

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Grace trocou de roupa rapidamente, sentindo o coração bater na garganta, enquanto Eddie a esperava perto da porta.
Eles entraram no carro do garoto e seguiram em direção à casa de Billy. Grace explicou como chegar até lá. Ela está ansiosa, como nunca ficou antes, até parece que ela vai tomar a maior decisão da sua vida.

Durante esses dez meses, Grace já ensaiou algumas vezes, em sua mente, esse momento do término: no início do namoro, quando tudo estava as mil maravilhas, ela morria de medo de Billy se cansar dela, só por ela ser quem ela é. Então Grace, sem perceber, já estava se preparando mentalmente para o fim. Com o passar dos meses, quando ele começa a ser um babaca, Grace passa a perceber tudo e temer o garoto, pensando se ela realmente merecia viver assim. Quando conheceu Eddie, ela teve a certeza que não merecia ser tratada daquela forma. Podemos dizer que ele era o empurrão que Grace precisava levar para sair desse relacionamento abusivo, onde sempre houve medo e objetificação.

Principalmente objetificação. Billy não a chamava de boneca à toa.

Agora, tudo que ela passou roda pela mente dela. Grace está parada, literalmente tendo uma epifania. Seus olhos abertos se fixam em algo logo à frente, mas ela não vê coisa alguma além de seus pensamentos.

-Eu estou com medo, Eddie. -Ela fala baixo quando tudo parece mais claro. Eles estão parados na esquina, dentro do carro.

-Eu entendo que é uma decisão importante para você, Grace. -Ele fala sincero. -E para falar a verdade, é importante para mim também. -Fala mais para si mesmo do que para ela, mas Grace escuta.

Ela o olha e dá um pequeno sorriso de lado, sem graça, como se não quisesse encarar aquilo agora. Eddie percebe e então fala:

-Você quer deixar isso para depois? -Ele pergunta com medo. Grace abaixa a cabeça.

É agora. A hora de se torturar com promessas falsas do namorado e ser infeliz, ou deixar tudo isso para trás, incluindo as boas lembrança, nas quais ela é apegada. Parece ser uma escolha tão óbvia e fácil, mas não é.

-Não. -Ela fala firme, de uma hora para outra, como se só agora, perto da casa de Billy, ela tivesse finalmente tomado a decisão que vai mudar sua vida. -Eu acho que consigo encarar o Billy. Eu não quero mais sentir medo. -Grace olha para Eddie, passando a encarar os olhos escuros dele.

Ela desce do carro, fecha a porta e olha para dentro dele pela janela, para falar com Eddie.

-Eu acho melhor eu ir sozinha, sabe? -Ela suspira. -Não quero que ele brigue com você, você não merece. -Sorri fraco.

-Vou ficar de olho só para garantir que você vai ficar segura. -Eddie retribui com o mesmo pequeno sorriso fraco, de lado e com a boca fechada.

Grace dá uma batidinha na porta do carro, na parte da janela, como se dissesse "ok, lá vou eu". E sai. Eddie a acompanha com o olhar e logo desce do carro, para ficar a uma distância segura e que Billy não o veja.
Ele sabe que o loiro está em casa. Eddie saiu mais cedo do Colégio porque viu Billy saindo e ficou com medo de ele ir até a casa de Grace. Sabia que ela estava sozinha e não queria que algo de ruim a acontecesse. Então, se Billy não foi à casa de Grace, com certeza estaria em sua própria casa.

Grace bate na porta e, ao ver Billy, as suas pernas começam a vacilar. Ela não esperava essa reação vindo de seu corpo, Grace estava tão confiante em terminar. A reação do garoto é a de surpresa e, também, de um pingo de esperança e com um toque de... maldade. Billy está com os olhos vermelhos e úmidos. Grace não pode vacilar agora ao ver que o garoto chorava, ela já chorou muito mais que ele e continua viva.

-Oi... -Ela diz baixo.

-Meu Deus, Grace. -Billy a abraça fortemente, pensando como não queria deixar que sua garota escapasse dali. Ele sente que precisa dela. Grace fica sem reação no início, mas tenta se desvincular dos braços dele.

Better than him - Eddie Munson (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora