✧sixty-eight

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Novembro de 1994,
Salão Comunal da Grifinória,
Hogwarts.

    A cabeça de Sirius flutuava sobre as chamas. Se Harry não tivesse visto o Sr. Diggory fazer exatamente o mesmo na cozinha dos Weasley, teria se apavorado. Em vez disso, seu rosto se iluminou com o primeiro sorriso que dava em dias, ele deixou a poltrona, foi se agachar diante da lareira e disse:
- Sirius, como é que você vai indo?

Sirius tinha a aparência diferente da que Harry se lembrava. Da outra vez, quando se despediram, o rosto do padrinho estava magérrimo e fundo, emoldurado por uma juba de cabelos compridos, negros e embaraçados - mas seus cabelos estavam curtos e limpos agora, o rosto mais cheio e ele parecia mais jovem, e mais semelhante à única fotografia que Harry tinha dele, e que fora tirada no casamento dos Potter.

- Eu não sou importante, como vai você? - perguntou Sirius sério.

- Estou... - Por um segundo, Harry tentou dizer "ótimo", mas não conseguiu. Antes que pudesse se refrear, estava falando mais do que falara em dias, que ninguém acreditava que não tinha se inscrito no torneio voluntariamente, que Rita Skeeter publicara mentiras sobre ele no Profeta Diário, que não podia andar pelos corredores sem caçoarem dele, e que seu amigo Rony não acreditava nele, e tinha ciúmes...
"... e agora Hagrid acabou de me mostrar qual vai ser a primeira tarefa, e são dragões, Sirius, e estou perdido", terminou ele desesperado.

E então, o garoto parou para recuperar o fôlego e percebeu Amy sentada na poltrona vermelha rubi da sala comunal. Amy tinha o rosto inchado e olhos vermelhos, uma aparência de quem andará chorando.

- Amy...Que diabos aconteceu que te deixou desse jeito? - questionou Harry.

A resposta foi apenas um pequeno sorriso da garota dizendo que outra hora conversariam.

Sirius observava os garotos com os olhos cheios de preocupação, que ainda conservavam a expressão que Azkaban lhes dera - aquela expressão fantasmagórica e mortiça.

- Dragões a gente pode dar um jeito, Harry, mas falaremos disso em um minuto, não posso me demorar muito aqui... arrombei uma casa de bruxos para usar a lareira, mas eles podem voltar a qualquer momento. Tem coisas de que preciso alertá-lo.

- Quais? - perguntou Harry, sentindo seu ânimo afundar alguns pontos... com certeza não poderia haver nada pior do que dragões à espera?

- Karkaroff - disse Sirius. - Harry, ele era um dos Comensais da Morte. Você sabe o que é isso, não sabe?

- Sei, ele... quê?

- Ele foi apanhado, esteve em Azkaban comigo, mas foi libertado. Aposto o que quiser que foi essa a razão de Dumbledore querer um auror em Hogwarts este ano, para ficar de olho nele. Moody foi quem pegou Karkaroff. Foi o primeiro que trancafiou em Azkaban.

- Karkaroff foi libertado? - perguntou Amy, chocada com a informação. - Por que foi que libertaram ele?

- Ele fez um acordo com o Ministério da Magia - disse Sirius amargurado. - Ele fez uma declaração admitindo que errara e então revelou nomes... e mandou uma porção de outras pessoas para Azkaban em lugar dele... ele não é muito popular por lá, isso eu posso afirmar. E desde que saiu, pelo que sei, tem ensinado Artes das Trevas a cada estudante que passa pela escola dele. Por isso tenha cuidado com o campeão de Durmstrang também.

- OK - disse Harry devagar. - Mas... você está dizendo que Karkaroff pôs meu nome no Cálice? Porque se fez isso, ele é realmente um bom ator. Parecia furioso com o acontecido. Queria me impedir de competir.

- Sabemos que ele é um bom ator - respondeu Sirius - porque convenceu o Ministério da Magia a libertá-lo, não é? Agora, tenho acompanhado o Profeta Diário, Harry...

𝗔𝗻𝗴𝗲𝗹𝘀 𝗟𝗶𝗸𝗲 𝗬𝗼𝘂❟ 𝗗𝗲𝗺𝗼𝗻𝘀 𝗟𝗶𝗸𝗲 𝗠𝗲 - Draco Malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora