IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE II

Eddie Munson 3

Não sabia a quanto tempo estava presa naquele mundo. Mas aí da se lembrava vividamente do dia que chegou ali.

Sabia que seus outros irmãos haviam feito algo horrível com Onze, e se lembra daquele homem loiro sempre tentar protegê-la, mas dessa vez,ele foi longe demais. Ele havia matado todos na sala de recreação, podia ver todos seus irmãos mortos, seus ossos quebrados, o sangue escorrendo por todos os buracos de seu rosto, seus olhos haviam sumido, como se tivessem sido sugados para dentro de suas cabeças. Não sabe como havia sobrevivido, não sabe se foi um erro dele, ou se ele sabia que você era a única que cuidava da Onze além dele. Claro, alguns se seus ossos ainda foram quebrados, mas ele havia parado ali. Talvez ele queria apenas que você não se levantasse ou não pudesse lutar mais. Seja o que for, ele havia lhe deixado viva.

Se lembra de quando Onze entrou na sala de recreação, vendo todos seus outros irmãos mortos, podia se lembrar do olhar de medo que havia em seu rosto. Tentou se levantar, mas era em vão, então, gritou pra ela fugir.

Claro, Onze sendo teimosa como sempre, não ousou te deixar ali. Pode ver a briga entre ela e aquele homem. Gritou alto, implorando pra ele solta-la, implorando pra ele deixá-la em paz. Mas algo surpreende aconteceu.

Sempre soube que Onze era a mais poderosa dali, não sabia explicar como,mas sempre soube que ela era forte. Quando a menina começou a revidar, jogando o homem contra o espelho da sala, atravessando a parede, pode ouvir os gritos de agonia dele, mas então, viu um olhar assustador naqueles olhos que uma vez eram doces.

Viu ele erguer a mão pronto para revidar, mas não podia deixa-lo fazer isso. Se levantou com todas as suas forças, correndo até ele, gritando sentindo seus ossos quebrados tentando sustentar seu corpo. Mesmo em dor, não podia deixar ele machucar Onze. Se lembra de correr até ele, pular em sua direção e então, se lembra de cair em um mundo totalmente distorcido da realidade.

Não sabe como Onze abriu aquele portal, ou se ela havia feito aquele mundo de alguma forma. Mas sabia que não tinha mais volta.

Empurrou o homem pra longe, vendo raios vermelhos atingirem ele, deformando seu corpo pra sempre. Mas, de alguma forma, aqueles raios não lhe acertaram.

Quando finalmente seu corpo se chocou contra o chão, seus olhos se fecharam, e finalmente se entregou a uma escuridão fria e solitária.

Achou que havia morrido, que aquele era seu fim. Mas, de alguma forma, estava viva.

Seus olhos se abriram vendo o mundo distorcido ao seu redor. Criaturas que jamais sonhou que existiam corriam e pulavam em todas as direções.

Não sabe o que lhe deu tanta força, mas assim que se colocou de pé, correu pra qualquer direção, se escondendo em uma caverna escura e fria. Usou seus poderem para tentar alinhar seus ossos de volta a posição original, gritava em dor e agonia sentindo seus ossos se movendo sob sua pele, mas sabia que precisava fazer isso.

Ficou naquela caverna enquanto esperava que seu corpo se recuperasse. Escondida de todas as criaturas estranhas daquele lugar, e claro, escondida daquele homem.

Dias, semanas se passaram, pelo menos o que parecia ser semanas, afinal, não sabia como funcionava o tempo ali.

Dentro daquela caverna, pode ver o mundo ao seu redor mudando, árvores crescendo ao seu redor, casas, lojas surgindo, e sabia que só poderia ser uma pessoa fazendo isso.

Ele havia moldado aquele lugar como uma cidade, podia ver o que pareciam raízes abraçando cada estrutura, e de alguma forma, sabia que era ele.

Escolheu continuar escondida ali, sobrevivendo com o que achava. Invadia algumas casas e pegava roupas e comidas, claro, isso antes de tudo começar a apodrecer.