IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE II

Bucky Barnes 82

Era tarde, o relógio em sua cabeceira marcava quase três da manhã. Mesmo assim, alguém estava batendo em sua porta. Batidas leves, e fracas, mas havia alguém ali.

Se levantou da cama, mesmo querendo apenas voltar a dormir, algo lhe dizia que deveria abrir a porta.

Suas cobertas ficaram jogadas pela cama, seu pijama, uma camisa e um pequeno short, estavam desarrumados, assim como seu cabelo, porém, se fosse algo urgente, não teria tempo pra se preocupar com isso.

Sn pensou que talvez poderia ser Steve, ou até mesmo Natasha, a acordando para a missão. Entretanto, ela não havia sido comunicada sobre uma missão naquele madrugada. E caso fosse uma emergência, F.R.I.D.AY já estaria passando todas as informações que precisava saber.

Porém, nada. Nenhum alarme, nenhum aviso. Nada.

Mesmo assim, ela abriu a porta de seu quarto, vendo quem estava ali.

Bucky.

Porém, não o mesmo Bucky que saiu para a missão a alguns dias atrás. Era um Bucky exausto, destruído pelo cansaço e pelo o que quer que tenha acontecido na missão. E pior, ele estava coberto em sangue.

- aí meu deus! Bucky!!! - Sn falou colocando uma mão em sua boca, tantando não fazer barulho para não acordar seus vizinhos de corredor. Afinal, havia uma viúva negra e uma feiticeira dormindo nos quartos ao seu lado.
- Sn... Boneca... Eu... Eu posso entrar? - ele perguntou olhando para o quarto da mulher, ele já esteve ali dezenas de vezes, mas não daquela forma.

Desde que entrou nos vingadores, sentiu uma conexão especial com Bucky. Seus passados eram similares, também foi usada como uma arma, também lutou em guerras que não eram suas. Também havia ferido inocentes.

Bucky havia se disposto a ajudar Sn a se estabilizar na nova vida. O que acabou gerando uma amizade entre eles.

Nas noites que sn não conseguia dormir, ela ia até Bucky, procurar refúgio em seus braços. Nos dias em que ela só queria ficar longe de tudo, ele estava ali, pra protege-la do mundo.

Bucky cuidava de Sn como ninguém cuidou. Ele limpava suas feridas quando voltada das missões, já que ela não confiava em nenhum médico, ele que a fazia comer, ele que a lembrava de tomar sua água... Ele quem cuidava dela.

E agora, Sn via que ela precisava cuidar dele.

Ela puxou Bucky pra dentro de seu quarto, trancando a porta antes de se virar pra ele. Suas mãos imediatamente tocando o rosto do sargento, procurando qualquer machucado que causasse tanto sangue.

- eu não estou ferido. O sangue não é meu. - ele falou sabendo o que sn procurava.
- é do Steve? - ela perguntou sabendo que eles estavam numa missão juntos. Bucky negou com a cabeça. - é do Sam? - ela perguntou de novo, e Bucky negou mais uma vez.
- haviam muitos... Eles... Todos eles tentavam acordar o Soldado Invernal... - Bucky começou a falar fraco, abaixando seu olhar pra fugir dos olhos de Sn.

E pra surpresa dele, Sn o puxou para um abraço, não importando se estava sujando seu pijama, ela via nos olhos dele que ele precisava de um abraço. Bucky rapidamente passou seus braços ao redor da mulher, deixando sua cabeça cair no ombro da mulher, permitindo que ele escondessem seu choro ali.

Sn nunca havia visto ele chorar, nunca havia visto Bucky daquela forma, tão quebrada. Ele sempre escondia sua dor, mas não de Sn. Não agora.

- eles ficavam falando as palavras de ativação... De novo e de novo... - Bucky falou em tom choroso, quebrando o coração de Sn ali. - Steve... Ele estava longe e... E Sam estava com ele. Eu estava sozinho... Eu... Eu estava sozinho, Sn... - ele continuou. - eu... Eu fiquei com tanto medo de voltar... Fiquei com tanto medo de perder tudo de novo... De perder você... Eu... - Sn podia sentir o corpo dele tremendo, podia sentir a dor dele, o medo em sua voz.
- está tudo bem, Bucky... Você ainda é você... E jamais deixará de ser... - ela falou se afastando o suficiente para ver o rosto dele, seus olhos vermelhos e deixando que lágrimas caíssem, marcando seu caminho em meio a sujeira de sua pele. - está tudo bem agora, Bucky... Está tudo bem... Eu estou aqui com você. - ela continuou a falar, vendo a respiração dele começar a se acalmar lentamente. Sn continuou a acalma-lo, esperando que ele estivesse melhor para sugerir o próximo passo. - por que não... Não toma um banho e dorme aqui? Assim você não precisa voltar para seu quarto... E ... E eu não vou dormir sozinha, sabe como eu odeio dormir sozinha... - ela sugeriu num tom leve, com medo da reação que ele teria, afinal, era uma óbvia mentira, porém ela tinha medo do que ele poderia fazer se ficasse sozinho. Como resposta, Bucky deu um pequeno, quase micro, sorriso e concordou com a cabeça.