Eddie Munson 6

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Eddie e sn não se conheceram de maneira agradável, ambos eram apenas crianças, seus pais haviam levado eles para o bar onde costumavam beber até cair. Seus pais não eram dos melhores, a mãe de Sn havia ido embora da cidade assim que a menina nasceu, deixando apenas um bilhete dizendo que não estava pronta para ser mãe, seu pai também não estava, mas ele fazia o melhor que podia, infelizmente, esse melhor era levar a filha de sete anos para um bar quando ele queria beber. Já Eddie tinha uma história um pouco mais tragica, sua mãe havia morrido devido a uma doença sorrateira e cruel. Seu pai não sabia lidar com o luto, então, ia para o bar da cidade, enchendo a cara até não se lembrar do próprio nome.

Os dois se conheceram no lado de fora do bar, sn estava brincando na caminhonete de seu pai, e Eddie estava lendo uma revista em quadrinhos quando a menina acidentalmente deixou sua boneca cair no chão sujo. Eddie rapidamente se levantou do banco e correu pra pegar a boneca da menina, que agradeceu e o convidou pra brincar. Eddie quis dizer não a princípio, com medo do que seu pai falaria ao ver ele brincando de boneca, mas ao ver a menina brincando, parecendo se divertir tanto, ele não podia recusar.

"- você pode ser a Betty ou a Pollie... Eu sou a Andréa! - sn falou mostrando as duas opções pro homem, que escolheu a que usava um vestido vermelho sangue, Betty. - boa escolha! Ela tem o vestido vermelho pra quando matar os inimigos não manchar a roupa! - ela explicou animada, vendo Eddie se surpreender com a história da boneca.
- quem são os inimigos dela? - Eddie perguntou se interessando ainda mais na brincadeira.
- hum... Quem você quiser! Agora você faz a história dela! - sn respondeu.
- qual a história da Andréa? - ele perguntou apontando pra boneca nas mãos de Sn.
- oh... Ela é uma guerreira! Os pais dela prenderam ela numa torre, e falaram que ela só podia sair quando um guerreiro a salvasse... Então, ela decidiu virar um guerreiro e se salvar! - sn respondeu animada.
- se ela é um guerreiro, por que ela usa o vestido? Não parece muito prático pra lutar... - ele falou vendo o vestido de princesa que a boneca usava, um pouco desgastado e sujo, mas ainda sim, um vestido de princesa.
- por que ela ainda tem classe! - sn respondeu como se fosse óbvio. - e porque... Eu não tenho outra roupa pra ela... Meu pai fala que são muito caras, e não quer gastar dinheiro nisso. - ela respondeu num tom um pouco triste, faz Eddie se sentir um pouco culpado por perguntar.
- oh... Tudo bem! Ela pode ser uma princesa guerreira! De manhã ela vai a bailes e de noite, ela mata todos os inimigos do reino! - ele falou fazendo a animação da menina voltar.

Os dois brincaram por horas, literalmente horas. Quando o céu já estava escuro, o ar já estava frio, e alguns grilos cantavam, os pais de Eddie e sn não saiam do bar, provavelmente caídos de bêbado lá dentro, não que nenhum dos dois soubesse disso, afinal, eram só crianças.

- Eddie? - uma voz bem conhecida pelo menino o chamou, fazendo a criança sorrir antes de correr até o homem.
- Tio Wayne!
- o que está fazendo aqui?! Não é lugar de criança! - Wayne perguntou assustado por ver seu sobrinho ali.
- o pai está lá dentro, disse pra eu não sair até ele voltar... - Eddie respondeu como se não fosse muita coisa.
- e a quanto tempo está aqui?! - Wayne perguntou, ele sabia dos problemas de bebida do pai de Eddie, mas nunca pensou que ele levaria o próprio filho pra um bar.
- eu não sei... Eu e sn ficamos brincando a tarde toda! - Eddie falou apontando pra menina na caminhonete estacionada ali.
- isso é legal, Eddie! Bom ver que você está fazendo amigos! - Wayne falou sabendo como a cidade olhava torto pra sua família. - mas já está tarde... Por que não vamos pra minha casa e esperamos seu pai lá? Podemos até pedir uma pizza, quem sabe?
- VAMOS! - Eddie gritou animado em saber que ganharia pizza, mas antes que ele pudesse ir com seu tio, se virou pra sn, vendo o olhar triste da menina em saber que ficaria sozinha ali. - espera Tio... A gente pode chamar sn pra ir com a gente? O pai dela está lá dentro também... - Eddie explicou usando seu melhor olhar pidão, vendo seu tio olhar pra menina com feições tristes enquanto olhava pra porta do bar. Ele não queria se meter em encrenca por levar a filha de algum bêbado pra casa, mas ele não iria conseguir dormir bem a noite em saber que deixou uma menina sozinha no estacionamento de um bar, pra qualquer um levá-la e fazer coisas horríveis com ela.
- claro, Eddie... Sua amiga pode vir com a gente. - Wayne falou vendo seu sobrinho pular em animação antes de correr até a caminhonete e contar a menina a novidade. Ele viu a menina sorrir enquanto concordava animadamente com o menino, Eddie a ajudou a descer da caminhonete, fazendo Wayne sorrir com a atitude de seu sobrinho. - você deve ser a sn... Meu nome é Wayne. Muito prazer. - ele falou se apresentando pra menina ao lado de Eddie, vendo que a menina carregava três bonecas em seu braço. - quem são suas amigas? - ele perguntou tentando quebrar a timidez com a criança.
- essas são minhas bonecas... Essa é a Andréa, ela é... Uma princesa guerreira... - sn falou apresentando sua boneca favorita.
- ela ainda usa o vestido de princesa, porque ela ainda tem classe... Toma chás e come biscoitinhos com o dedinho levantado! Mas de noite, ela mata todos os inimigos do reino! E essa aqui... É a Betty, ela é uma agente secreta do governo, ela usa o vestido vermelho pra não se preocupar com manchas na roupa! - Eddie falou complementando a menina, vendo Wayne rir das histórias das bonecas, que não eram nem um pouco convencionais.
- e esse aqui? - Wayne perguntou apontando pra outra boneca.
- oh... Essa é a Pollie. - sn falou e como se esperasse que seu sobrinho continuasse a história, ele olhou pra Eddie.
- o que? - Eddie perguntou não entendendo o olhar do tio.
- ela não tem uma história? - o homem perguntou.
- oh... Ah... Não. - Eddie respondeu olhando pra sn.
- você pode inventar uma história se quiser! - sn falou entregando a boneca pro homem ali, que agradeceu com um sorriso, falando que iria pensar enquanto levava os dois pra casa.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora