Capítulo 42 - Temporal

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✧*:.。. Hinata .。.:*✧

Não há nada melhor do que tomar um banho após um dia cansativo. A água desce por meu corpo, levando as impurezas junto e dando-me a sensação de estar bem mais leve do que realmente sou.

A guerra havia sido desgastante e flashs passavam por minha mente, mantendo-me agoniada.

Nunca mais quero participar de uma guerra. Nunca. Mais.

A imagem de Naruto descendo colina abaixo entra em minha mente outra vez e mesmo que já tenha passado e ele esteja bem, meu cérebro reproduz imagens dele se desequilibrando ou sendo pego de surpresa por um inimigo.

— Ele está bem, Hinata. — murmuro para mim mesma, deslizando o dedo por entre meus fios de cabelo.

Faz algumas horas que chegamos em Konoha e Hiashi nos recebeu, abrindo seu palácio para tratar os feridos e nos dar abrigo. Agora neste momento, Hiashi e Naruto estão conversando. Eles disseram ser algo particular e não me permitiram participar da conversa. Não contestei. Estava cansada demais pra isso. Apenas dei as costas e voltei para o meu antigo quarto.

Fico rolando na cama por alguns minutos — ou horas — até que finalmente consigo dormir. E quando consigo, durmo a noite toda como uma pedra, acordando apenas na manhã seguinte.

Vou abrindo os olhos lentamente, tentando focar minha visão. Sinto alguém mexer em meu cabelo, levando os fios soltos para trás da orelha ou apenas acariciando-os. Suas mãos são suaves e sua voz delicada.

— Bom dia, maninha!

Coço os olhos, encontrando uma Hanabi com um sorriso tímido no rosto. Seus olhos estão avermelhados e isso me faz suspeitar que ela esteve chorando. Me sento na cama e me viro para ela, segurando seu rosto entre minhas mãos.

— O que houve? Você estava chorando? Está tudo bem?

A resposta de Hanabi é me envolver em seus braços, abraçando-me apertado. Ela funga um pouco e acaricio suas costas, retribuindo o carinho.

— Você é tão idiota. Eu fiquei preocupada, sabia? E me arrependi por não ter me despedido, e se eu nunca mais visse você?

Afasto Hanabi de mim, olhando para seus olhos.

— "E se" não existe, Hanabi. Eu estou aqui, estou bem.

Ela volta a me abraçar e permito que ela chore baixinho sobre meus ombros.

— Eu não sei o que faria se perdesse você. — Ela confessa — Sabe que eu te amo, né?

— Sei sim. — digo beijando seu cabelo — Eu também amo você.

Hanabi então se afasta de mim, mudando sua expressão tristonha para irritada, ela volta a dar-me tapas e sinto meu braço arder. Hanabi passa a imagem de uma garota delicada e sensível, mas ela é forte demais e seus tapas doem pra caralho.

— Por que está me batendo?! — pergunto, numa tentativa falha de segura-la.

— Se sabia, pense um pouco em mim antes de tomar essas atitudes idiotas! Eu sou a única que pode ter idéias ruins. Seja sensata, Hinata! E não ouse brincar comigo, nem com sua vida outra vez! Porque se na próxima você não morrer em um campo de batalha, eu mesma mato você!

Não consigo me controlar e acabo caindo em risadas, puxando Hanabi pra se deitar comigo. Ficamos encarando o teto, observando a pintura acima de nós.

— Como foi lá? — Hanabi pergunta.

— Não quero falar sobre isso. — respondo fazendo careta — Desde quando está aqui?

Por Konoha Onde histórias criam vida. Descubra agora