Capítulo 7- O Uchiha

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Nunca estarei no chão, então não espere me ver chorar.

✧*:.。.Sasuke.。.:*✧

Quando sai de casa me fizeram prometer que escreveria uma lista das coisas mais belas que já vi.

Nunca pensei que essa fosse uma tarefa difícil, mas de todas as coisas que cheguei a cogitar elas me desanimaram me fazendo pensar o quão simples e desinteressante são.

Uma brisa gelada bateu em meu rosto fazendo aninhar-me dentro de meu próprio casaco. O velho ao meu lado fez o mesmo enquanto contava suas experiências ao longo da vida e suas expectativas - nada boas por sinal - ao chegar em casa.

O homem era crente que não seria bem recebido e por isso enchia minha cabeça de lorotas enquanto eu não parava de reclamar o quanto o saculejo do navio me deixava enjoado.

O condutor anunciou pela terceira vez naquela manhã que estávamos prestes a desembarcar e sem dar importância ao velho rabugento ao meu lado, levantei-me debruçando sobre a grade de proteção.

O sol começava a surgir no horizonte colorindo a folhagem das árvores distantes, o céu era impregnado por uma nova cor dando uma sensação mais viva, como se dissesse que havia acabado de acordar.

Mesmo longe era possível ouvir o som dos animais fazendo algazarra, então comecei a imaginar o que estaria acontecendo na floresta. O mar parecia agitado e se não fosse pela temperatura tão baixa eu arriscaria tirar algumas das minhas peças de roupa pulando para fora do navio como um moleque rebelde lembrando sua infância travessa.

O reino do Fogo - meu tão aguardado destino - sem dúvidas era muito bonito, talvez até mais que meu reino de origem e isso me agitava por dentro, eu não sabia o que encontraria por lá.

Cogitei escrever no papel em meu bolso "o nascer do sol", mas por que aquilo seria importante pra mim se os outros vinte passageiros olhavam com a mesma admiração?

Aquilo sem dúvidas não era único e não se encaixaria na minha lista que no último ano consegui preencher com apenas três itens.

O navio balançou novamente desta vez quase me jogando pro alto mar e antes mesmo de pensar em como a água estaria gelada aguardando minha possível morte, praguejei começando a imaginar como mataria o capitão.

Joguei a mão sobre o cabelo os alinhando como deveriam estar já que o vento havia os bagunçado e o capitão anunciou novamente que estávamos prestes a desembarcar.

O navio começou a balançar mais forte e eu me sentei na cadeira ao lado do velho covarde tentando reprimir uma repentina vontade de vomitar.

Essa era a primeira vez que eu viajava de navio e a experiência não havia sido nada boa.

Logo desembarcamos no porto e as pessoas começaram a descer sendo recepcionadas por seus possíveis familiares.

O velho foi recebido com abraços por uma garota mais nova - de acordo com suas histórias devia ser sua filha - ficaram naquela por um tempo e quando eu percebi que encarava demais comecei a caminhar seguindo a correnteza das pessoas pra fora do cais fedorento.

Mesmo sendo cedo, as ruas já estavam lotadas de pessoas que andavam de um lado pro outro. Alguns carregavam sacos de alimento, outros usavam animais pra puxar carroças e alguns abririam suas tendas dando inicio a mais um dia de trabalho.

Um arco gigante cruzava o reino do fogo - algo extremamente desnecessário em sua arquitetura, mas dava um ar mais moderno as casas simples. As casas mais modernas ficavam mais acima, longe de todo chão de barro e sujeira. O palácio real ficava cercado por uma floresta e havia um caminho enorme que levavam carruagens até lá. O lugar era repleto de seguranças e nunca ficava parado, vira e mexe alguém entrava ou saia de lá.

Por Konoha Onde histórias criam vida. Descubra agora