Capítulo 05.

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Com a carta em mãos Annelise já o xingava, não havia sido aberta ainda, mas a raiva da mulher era devido a demora de contato. Fazia quatro meses que não sabia sobre Mihawk e agora ele mandava carta.

A mulher fechou a porta de seu quarto jogando-se na cama e abriu o envelope, desdobrando o papel e com a ansiedade a mil começou a ler.

Saudações, Annelise Carrico.

Como tem estado? Na verdade, não precisa responder. Eu recebi em torno de três carta de dona Maria nesses últimos meses e eu não entendo qual o seu problema! Deixei quieto pensando quten andandoe está mulher de 24 anos resolvesse deixar a rebeldia de lado, nem Sally é assim.

Eu sei que você anda invadindo as mansões da família Shigematsu e sei de uma tal de Dama da Noite que está crescendo em meio a esses roubos. Me responda, Annelise, o que você pretende? Deseja tanto assim essa adrenalina, esse perigo a ponto de colocar a segurança de sua avó e de sua irmã em jogo?

É o meu primeiro e último aviso, Senhorita Carrico. EU salvei sua vida e se pretende me agradecer de alguma forma, eu exijo que pare com isso imediatamente! Se eu souber novamente que você tem aprontado, eu mesma vou aí te dar não somente um sermão, vou fazer você se arrepender.

Bom...

Como tem estado? Desde a última carta que recebi, fiquei preocupado com sua saúde, eu realmente espero que tenha melhorado. As coisas por aqui tem andando muito agitado, desde que os chapéu de palha começaram a causar. O moleque Monkey D. Luffy tem se saído "bem" como pirata, quero ver até onde ele e principalmente Roronoa Zoro vão, aliás este é um bom espadachim com um sonho... Impossível, vocês tem o mesmo objetivo: ser o maior espadachim do mundo, mas sinto muito por ambos porque este é o meu cargo e dele não sairei.

Tirando isso ele possuí boas habilidades é claro, que não se passou despercebido por mim.

— Sério? Tá mandando carta pra mim porque então? Manda pro seu queridinho Zoro então. — Annelise rosnou revirando os olhos, estava prestes a rasgar aquela porcaria de carta.

Espero que não esteja com ciúmes, isso não é para você. Daqui a dois dias Den Den Mushi irá chegar por aí, enviado por mim e poderemos conversar a respeito dessas suas travessuras.

Tudo o que eu digo é porque quero seu bem, caso contrário teria deixado você morrer naquela vez.

Cuide-se Annelise

Dracule Mihawk.

Pov's Annelise Carrico

Respirei fundo não sabendo como reagir. Fazia anos que não tínhamos contato direto, apenas por cartas e eu não me encontrava tão animada assim já sabia bem que acompanhado de sua voz estaria os sermões também.

Guardo a carta em um baú, como todas e desço para a cozinha onde encontro apenas Sally e vou para o salão onde vejo minha avó conversando com Shanks.

— Porque?! — É a única coisa que indago e ela me olha confusa — Porque a senhora teve que contar tudo a ele? O que ele tem haver com isso?!

— Então lhe deu sermões, que bom. Pare de reclamar meus ouvidos já estão cansados de mais e aliás, vai ajudar sua irmã porque ultimamente apenas eu e ela estamos fazendo o trabalho de verdade. — Minha avó parecia brava.

Ela deu as costas para mim voltando para a cozinha, Shanks me olhava, mas no momento eu não tinha tempo para ele virando os calcanhares eu volto para a cozinha em passos firmes e fecho a porta simples deixando o salão bloqueado da nossa conversa.

— A senhora não tinha o direito. — Aponto o dedo em sua direção — Sabe que eu nunca serei pega.

— Como sempre uma irresponsável contando com a sorte! — A senhora revirou os olhos — E até quando, hein? Até Kihachi vier aqui e destruir a taberna ou até ele ameaçar, raptar e fazer coisa horrível com sua irmã?! Até quando vai ter essas atitudes egoístas, ANNELISE?! — Ela gritou e eu me afastei.

— Eu nunca iria deixar nada acontecer a minha família. — Sinto lágrimas tomarem conta do meu rosto — Vocês são tudo o que eu tenho, sabem disso!

— Será que nos considera tanto assim, Annelise? Você era uma garotinha tão amável que eu não hesitei em te aceitar, mas você tá... Estrapolando todos os limites. — Minha avó se sentou em uma cadeira enquanto Sally lhe servia uma água — A marinha é podre e não tem uma noite que eu durma completamente desde que eles puseram o pé aqui, sempre ameaçando e procurando a dama da noite.

— Vovó, estamos no Novo Mundo, este lugar é visitado por muitos e—

Sou interrompida quando minha avó se levanta de sua cadeira e me dá um tapa. Meu rosto fica virando para o lado raciocinando tudo e foi naquele momento que eu quis chorar.

— Não venha com essa merda de argumento sobre piratas novamente, Annelise. Ainda mais quando você está se engraçando com o próprio Shanks, um Yonkou.

Vovó se preparou para abrir a porta do salão.

— Eu sinto muito, eu nunca devia ter te...

— ANNELISE!

Sem esperar mais saio pelas portas do fundo e corro sem rumo, passo por frente da taberna descendo a colina e continuo correndo, minhas lágrimas embaçam minha visão e chegou em um momento que eu tropecei e me mantive no chão chorando.

Estava anoitecendo e ninguém poderia me ver, eu continuei a chorar sentindo uma dor forte em meu peito, a angústia. Eu fazia aquilo para ajudar as pessoas e bem pelo fim posso colocar elas em perigo, minha avó tinha razão.

Mihawk me colocou aqui afim de me proteger enquanto eu poderia viver uma infância normal, mas afinal eu já era uma mulher e preciso tomar minhas próprias decisões. Eu nunca vou me perdoar caso aconteça algo a minha avó ou minha irmã.

Saindo do meu esconderijo começo a andar beira a praia com milhares de pensamentos, olhei alguns navios ancorados no porto e sabia que algum daqueles era da tripulação do ruivo. Pensar nele fazia meu coração apertar, uma ansiedade de querer vê-lo e sabia bem que aquilo não iria durar. Ele era um pirata e eu... Era apenas eu.

Fiquei a madrugada toda andando e no começo do amanhecer eu voltava para casa com um único pensamento.

Eu irei sair do Novo Mundo, apenas esperarei um dia para avisar Mihawk, irei sair daqui e deixar minha família em paz.

Shanks e a Dama da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora